Um levantamento realizado pelo Insper aponta que, a depender da profissão, um homem branco chega a receber mais que o dobro do que a mulher negra para realizar o mesmo trabalho. Assim, mesmo em casos de funções que exigem diploma de ensino superior, ainda não há uma inserção justa das mulheres negras no mercado de trabalho no Brasil. As informações são do G1.O levantamento apurou o salário por raça e gênero e fez o detalhamento para cinco profissões: engenheiros e arquitetos, médicos, professores, administradores e cientistas sociais. Em todas elas, constatou-se que as mulheres negras recebem menos que os homens, sejam brancos ou negros, e que as mulheres brancas.Beatriz Ribeiro, Bruno Komatsu e Naercio Menezes Filho foram os pesquisadores do Insper que realizaram o estudo. Eles utilizaram como base os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2016 e 2018.Mais sobre o assuntoBrasilOIT: mulheres ganham 17% menos por hora que homens na América LatinaRelatório da OIT também revela que mulheres se ocupam de 80% das tarefas domésticasFutebolMulheres da seleção americana ganham seis vezes menos que os homensFederação dos Estados Unidos se defende dizendo que a disparidade no pagamento entre os gêneros começa com a FifaDistrito FederalDF: mulheres ganham menos do que homens em 8 de cada 10 funçõesLevantamento da plataforma Quero Bolsa apontou que a diferença salarial entre elas e eles passou de R$ 878, em 2018, para R$ 967, em 2019A medicina apresentou um dos maiores abismos salariais. Entre os formados em universidades públicas, as mulheres negras têm um salário médio de R$ 6.370,30, enquanto os homens brancos recebem R$ 15.055,84. Já no grupo de médicos que cursou faculdades particulares, a remuneração é de R$ 3.723,49 e R$ 8.638,78, respectivamente.Em ciências sociais, a diferença é também muito grande. Um homem branco que se formou em universidade pública recebe R$ 8.814,o5 enquanto uma mulher negra com a mesma formação tem salário de R$ 4.141,69.“Mesmo entre os que estão na mesma profissão, sempre há um diferencial alto de salário em função da cor ou do sexo, em que os homens brancos estão sempre ganhando mais” afirma Naercio Menezes Filho ao G1.Média salarialLevando em conta todas as profissões, a pesquisa revela que, no Brasil, uma mulher negra com diploma universitário de instituição pública recebe em média R$ 3.047,51, enquanto as que cursaram universidade privadas têm remuneração média de R$ 2.902,55.Já no topo da lista de remuneração, homens brancos formados em instituições públicas recebem em média R$ 7.891,78 e os que possuem diploma em universidades privadas tem salário médio de R$ 6.628.74. Ou seja, existe uma diferença em relação às mulheres negras de 159% e 128%, respectivamente.
Fonte: Metropoles
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