A tradição filosófica ocidental sempre concebeu a linguagem como um instrumento de designação do real, no que podia ter razão até certo ponto, pois, conforme Wittgenstein, com a linguagem, realmente se podem descrever coisas, objetos ou fatos. No entanto não é apenas isso que se pode fazer com ela. Para nosso filósofo, a linguagem não é mero instrumento de descrição dos fenômenos da realidade. Com ela, pode-se fazer muito mais. Wittgenstein percebeu isso e, através da obra supracitada, pretende retirar o fenômeno linguístico dessa compreensão, que pode ser considerada, por si só, defasada.
Desde os gregos, a linguagem foi tomada em sua acepção designativa. No livro Tractatus Logico-Philosophicus, de Wittgenstein, esse caráter foi absolutizado como a única forma de concepção da linguagem, o que teve como consequência a transformação desse modo de uso da linguagem em um paradigma de uma linguagem segundo o qual fosse possível exprimir todos os…
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