Ruth Manus (*)
Na semana em que cheguei, ouvi que era muit’gira a minha mala encarnada. Não sabia se era para agradecer, para me ofender ou para xingar de volta. Depois, fui descobrir que a mala era a bolsa, encarnada era vermelha e gira era bonita. Já não dava tempo de agradecer à moça.
Pouco tempo depois, procurava um supermercado e pedi ajuda a uma senhora que me mandou ir para os curraios. Não entendi, mas achei que mandar alguém para os curraios não era algo admissível, por uma simples razão de divisão de sílabas. Saí chocada, segui andando e encontrei o mercado, ao lado dos correios. Correios. Curraios. Saquei.
Depois, foi a vez de um professor narrar um caso de um país que proibiu a venda de maltadagas. Eu, quieta, pensei “Maltadaga. Deve ser uma adaga, arma branca, da ilha de Malta”. Ele falou outra vez e eu entendi “maltad’água”…
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