“A vida na amplitude tem o sentido ao mesmo tempo de uma prova e de um protesto. Na amplitude, o ser humano expõe-se às possibilidades extremas, que para a vida comum mantém-se abstractas e longínquas, e protesta contra aquelas que, na óptica da quotidianidade, passam por evidentes. Não quer isto dizer que o extraordinário, o excepcional, seja aqui um fim em si mesmo. Longe disso, a procura deliberada do extraordinário continua algo perfeitamente ordinário. O ser humano entra na amplitude submetendo-se ao fascínio dos limites que encerram a sua vida. Ele é obrigado a se defrontar com esses limites conquanto ele aspira à verdade. Aquele que deseja a verdade não se pode permitir de a procurar apenas nos pratos rasos da existência, não se pode deixar adormecer pela quietude da harmonia quotidiana; ele é levado a deixar crescer em si o inquietante, o irreconciliável, o enigmático que a vida comum…
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