Eu, como sempre, cobrindo o rosto.
Quando a noite reproduz um estranho azul na janela do meu quarto,
me vejo presa entre pensamentos, não persianas.
Se sujar o meu coração, cuidado, existem coisas que jamais foram polidas.
Há magias que não foram feitas, grande pena.
Há beijos que talvez não façam parte dessa realidade, ou de mim.
A garota que mora na minha rua escreve em pequenas rosas
mortas, como as folhas do velho cajueiro plantado entre o asfalto.
Poemas? Nenhum se dirige a ela.
É cansativo ser triste e sorridente quando o peso da mania
de sonhar cativeiros molhados e vermelhos ofusca o seu nada interior.
A vela acesa do lado da cama marca o tempo perdido lendo o próprio teto.
Os discos caindo da prateleira são a prova de que a vontade se manteve intacta.
Travesseiro, cigarro, calçada.
Kariane
(Caros colegas, o título desse escrito ”eu faço versos…
Ver o post original 12 mais palavras