Por Vladimir Safatle
Na década de 1990, um grupo de cineastas dinamarqueses intitulado Dogma foi responsável por alguns dos melhores filmes da época. Eles se propunham a fazer filmes de baixo orçamento, com câmera na mão, parcos recursos de edição e grande sensibilidade para a crítica social.
Um dos mais impressionantes dessa leva se chamava “Festen” (“Festa de Família”, em sua versão brasileira), de Thomas Vinterberg. Tratava-se da história de uma festa em homenagem ao 60º aniversário do patriarca de uma família.
Organizada em um castelo, a festa conta com grande número de convivas e atividades. Mas, logo no primeiro discurso, um dos filhos acusa o pai de tê-lo abusado sexualmente e de sua irmã, que se suicidara recentemente. Durante todo o filme, as revelações se seguirão. No entanto, há algo de absolutamente extraordinário: apesar das acusações e do mal-estar, a festa nunca para.
Dessa forma, Vinterberg forneceu uma das…
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