Enquanto se festejam os últimos prêmios Nobel entregues a mulheres e as estatísticas de “quantas mulheres que…”, podemos imaginar tantas outras escritoras considerando que escrevem não “porque são mulheres” e não “apesar disso”, mas porque precisam e sabem e querem escrever. Num cenário contemporâneo, em que esses embates parecem ter perdido a importância (embora Malala ainda lute pelo direito das meninas de irem para a escola no Paquistão) não é difícil lembrar que essa é uma situação recente. Autoras tão importantes quanto Hilda Hilst e Ana Cristina César receberam muita resenha e crítica, mesmo acadêmica, em que observações sobre o “feminino” dominavam a abordagem, mesmo quando elogiosa.
E essa história toda tem ilustres precursoras.
Marceline-Desbordes Valmore
Paul Verlaine, em seu Poètes Maudits (em sua segunda edição, de 1888), disse que Marceline não era uma bas-bleu, uma “meia azul”. Assim os franceses chamavam, imitando os…
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