“Último dia de Carnaval em Roma” (1833), de Achille Pinello
“Não há vicissitude histórica capaz de eliminar no coração do homem o desejo da festa, a necessidade da festa e a decisão de seu exercício. Todas as instituições humanas, segundo a aguda observação de Kierkegaard, pereceram quando a sociedade as institucionalizou. A sobrevivência e a perenidade da festa bastam para situa-la, como uma instituição maior, uma instituição divina. Ela resistiu, através dos milênios, a todas as tentativas de institucionalização, dos sacerdotes, dos arcontes, dos reis, dos príncipes da Renascença (que festas, as da Renascença!) – resistiu a tudo. É por isso que o Carnaval está vivo no Brasil, apesar da vigarice dos prefeitos, da picaretagem dos vereadores, da impostura de donos de escolas de samba, da exploração de companhias de turismo, da perversidade dos exibicionistas, da corrupção, do dinheiro e assim por diante. Os governos da terra, os poderes da…
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