(Imagem: Átila Roque)
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Enquanto a pandemia desnudava a incompetência bolsonariana, Paula Lavigne fazia vídeos caseiros de Caetano Veloso. Ele aparecia de pijama, sapato com sola de corda, retratado, aos meus olhos, como um velhinho. Em um dos vídeos o artista discorda de Celso Cunha, de quem lê um livro da década de 1980, que vaticinava o fim do sotaque caipira. Caetano argumenta que o tal “R retroflexo” está aí, firme e forte, como demostram falantes do Centro-Oeste, do Paraná (Moro, o “ex-tudo”), Tabata Amaral, Mano Brown e cantores sertanejos. Tendo encontrado o mesmo “R” no espanhol falado no Paraguai, Caetano o liga à influência do Tupi-Guarani. Pijamas, pantufas, resistência ao exercício físico, gula de paçoca, alguma rabugice, às vezes dificuldade de entender determinada coisa: um velho, mas um velho que, curioso e atento, estuda. Naqueles vídeos, havia um atrito (velado) entre o marido e a mulher, além da…
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