A revolta geral da sociedade contemporânea contra a pichação se ampara na hipótese de seu caráter violento.Usarei a expressão pixação,com X,para tentar tocar no X da questão.A estética da brancura ou do liso dos muros,hegemônica em uma sociedade que preserva o ideal da limpeza estética,dificulta outras leituras do fenômeno da pixação.O excessivo amor pela lisura dos muros,a sacralização que faz da pixação demônio,revela enquanto esconde uma estética da fachada.
Toda estética inclui uma ética,assim a da fachada.Fachada é aquilo que mostra uma habitação por fora;pode tanto dar sequência ao que há na interioridade,quanto ser dela desconexo.É da fachada que se basta por si mesmo à medida que lhe é próprio ser suficiente aos olhos.A estética da fachada que defende o muro branco é a mesma que sustenta a plastificação dos rostos,a ostentação dos luxos no “aparecimento geral” da cultura espetacular,no histérico “dar-se a ver” que produz efeitos catastróficos em uma…
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