O ano era 2017 e o mundo virava e revirava, erguendo-se sobre os escombros que o defasavam. Eu já me percebia livre de tantos problemas e traumas continuados quanto podia. Queria mostrar gratidão às divindades, ao céu, às pessoas ou o que fosse, mas já tinha toda uma nova pilha pra fazer suspiros raivosos e planos niilistas a respeito.
O mundo soterrado em escombros, mas eu não: seguia de pé sobre as pedras caídas. Bem trouxa: o mundo escondida nas sombras do entulho e eu ali, visível, alvo fácil.