Por Jair de Souza
Há poucos dias, foi realizada na Suíça uma conferência de cúpula com o objetivo declarado de buscar caminhos para alcançar a paz no conflito bélico em curso em território ucraniano.
O ponto mais curioso da citada reunião é que ela foi idealizada, planejada e custeada pelas forças mais belicistas existentes em nosso planeta. Na verdade, tratou-se mesmo de uma aglomeração de típicos senhores da guerra, que apelavam para o selo da paz como um descarado pretexto para instigar o prosseguimento da guerra.
Como esperado e em conformidade com os desejos não declarados, mas plenamente conhecidos, de seus promotores, o principal objetivo prático do evento era o de forjar um amplo leque de apoio às forças mais belicistas, mais imperialistas e mais intervencionistas que a história da humanidade já conheceu: o poderio militar dos Estados Unidos e de seus subordinados da OTAN, em seu intuito de reverter a fragorosa derrota que estão sofrendo na Ucrânia, uma vez que Zelensky e seus batalhões neonazistas não estão dando conta da tarefa que lhes foi atribuída no enfrentamento direto contra a Rússia.
Como evidência de que a paz estava muito longe dos propósitos que moviam os organizadores desta tal cúpula, está o fato de que fizeram de tudo para impedir que a Rússia participasse dos debates, assim como aquelas nações cujos dirigentes se mostram mais identificados com as posições russas, e não com as diretrizes dos governantes estadunidenses.
Entretanto, devido à mudança na correlação de forças a nível internacional, os Estados Unidos e seus vassalos da União Europeia já não dispõem do mesmo poder de influenciar o mundo que tinham até pouquinho tempo atrás. Por isso, pudemos constatar que a citada conferência acabou servindo muito mais para expor a crescente debilidade do imperialismo do que sua fortaleza. De seu objetivo de reunir sob sua batuta a totalidade, ou a ampla maioria, das nações, nem a metade deles aceitou participar do evento. Além disso, mesmo entre aqueles que concordaram em estar presentes, um número significativo se recusou a colocar sua assinatura para endossar o documento final do conclave. Neste último grupo, estão algumas das nações geopoliticamente mais expressivas do chamado Sul Global: Brasil, México, África do Sul, Arábia Saudita, etc.
Por sua vez, a presença no encontro de um representante do Estado de Israel parece servir para não deixar nenhuma dúvida para ninguém de que aquilo jamais poderia ser considerado uma atividade destinada à busca da paz. O sionismo israelense simboliza na atualidade o suprassumo da crueldade e da perversidade. Se estivéssemos nos referindo a uma cúpula que explicitasse seu interesse em aperfeiçoar instrumentos de aniquilação de povos e a prática de genocídio, essa presença teria tudo a ver. Mas, nunca em nada que diga respeito à paz.
No vídeo deste enlace (https://www.dailymotion.com/video/x90qf1i), temos uma excelente síntese de como transcorreu o encontro e as principais consequências derivadas do mesmo. Vale muito a pena assistir ao mesmo com bastante atenção, pois são levantados vários pontos de muito interesse para possibilitar uma melhor avaliação das forças em pugna no cenário mundial.
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