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O União Brasil, um dos partidos mais fisiológicos e pragmáticos do país e a terceira legenda com a maior fatia de recursos do fundo partidário, está esbanjando grana e poder. A Folha deu no título nessa sexta-feira (1) que a sigla “banca ida de políticos à Europa com fundo público em semana de festa de Rueda na Grécia”. A festança na badalada ilha de Mykonos durou quatro dias e, segundo o jornal, teve “caráter particular e foi patrocinada pelo presidente do partido, Antonio Rueda, que chamou políticos e familiares para comemorar seus 50 anos de idade”.
Na sequência da gandaia, os chefões do União Brasil viajaram a Estocolmo para participar de um seminário sobre a questão ambiental – “TheAmazon.life” –, previsto para durar cinco dias. A sigla custeou as passagens e hospedagens na capital sueca, a três horas de voo da festa de aniversário do presidente da legenda na ilha grega. Diante da estranha coincidência, “o União Brasil negou relação entre os dois eventos e defendeu a necessidade de discutir o futuro do ambiente”. Hilário!
Partido abocanha R$ 58 milhões do fundo partidário
Ainda segundo a reportagem, entre as presenças confirmadas no seminário na Suécia estavam os nomes dos governadores Wilson Lima (Amazonas) e Marcos Rocha (Rondônia). Já “o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, confirmou a ida à festa em Mykonos. Outros políticos convidados, como o deputado federal Elmar Nascimento (União-BA) e ACM Neto (União-BA), presidente da fundação do partido, a Índigo, disseram a aliados que não poderão comparecer”.
O União Brasil abocanhou só no primeiro semestre deste ano R$ 58 milhões do fundo partidário, ficando atrás apenas de PL e PT. O partido conta com três ministros no governo Lula, mas Antônio Rueda tem protagonizado nos últimos tempos ações e declarações de teor oposicionista. Segundo especulação recente do site Metrópoles, “a cúpula do União Brasil bateu o martelo e vai entregar dois dos ministérios que ocupa no governo Lula. O desembarque deve ocorrer já em setembro”.
No caso de Celso Sabino, ministro do Turismo, “o site apurou que ele será expulso da legenda se permanecer no governo como cota pessoal de Lula. Outro que terá que entregar o cargo é Frederico Siqueira (Comunicações). Ele não tem filiação partidária, mas só está no ministério por imposição do União Brasil. A determinação partidária, contudo, não deve alcançar Waldez Góes (Integração Nacional). Embora filiado ao PDT, o ministro só está no posto porque o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP) quer. E ninguém no União Brasil mexe com os cargos de Alcolumbre – nem mesmo o poderoso presidente da sigla, Antonio Rueda”.