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A tentativa de sequestro do governo do RN

27 de Dezembro de 2018, 15:05 , por Altamiro Borges - | No one following this article yet.
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Por Renato Rovai, em seu blog:

Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, foi a única governadora eleita pelo PT em 2018. Todos os outros vitoriosos da sigla foram reeleitos, Rui Costa (Bahia), Camilo Santana (Ceará) e Wellington Dias (Piaui). Para atingir este objetivo, a futura governadora teve de superar uma campanha duríssima em que derrotou todas as oligarquias locais (Maia, Alves, Ciarlini e Faria – do atual governador Robison Faria) que se juntaram contra ela.

No segundo turno, seu adversário foi Carlos Eduardo Alves, o Cadoca, que renunciou a prefeitura de Natal para enfrentá-la. Sobrinho do ex-governador e ex-ministro Aluísio Alves e primo do ex-governador Garibaldi Alves, que se candidatou ao Senado e teve apenas 13% dos votos.

Cadoca fez uma campanha agressiva e mesmo sendo do PDT apoiou Bolsonaro na reta final. Como o Rio Grande do Norte não é São Paulo, a estratégia que deu certo para Doria não foi suficiente para ele.

Como também não deu resultado a tática Aécio Neves para José Agripino Maia, que não buscou renovar seu mandato de senador e saiu candidato a deputado federal. Com apenas 64 mil votos, ele não se elegeu.

Acontece que fechada as urnas, os derrotados não esperaram sequer a Páscoa para iniciar a oposição. Antes mesmo da posse de Fátima Bezerra lançaram-se numa Blitzkriegque ameaça a sua segurança e a do seu mandato.

O mais grave desses eventos foi o assassinato do soldado da Polícia Militar João Maria Figueiredo, que fazia a segurança de Fátima Bezerra. Ele foi executado no dia 21/12 e as investigações apontam que a munição utilizada para o crime é de uso exclusivo da polícia.

Além deste crime bárbaro, a operação de intimidação à Fátima tem também componentes políticos-jurídicos. Um candidato impugnado pela justiça eleitoral acabou tendo seus votos considerados válidos e isso retirou do Congresso o petista Fernando Mineiro, um dos mais experientes do partido do Rio Grande do Norte.

Quem se elegeria seria Beto Rosado, parente da ex-governadora e atual prefeita de Mossoró Rosalba Ciarlini. E o derrotado José Agripino Maia, com essa manobra, se tornaria o primeiro suplente. Podendo assumir o mandato a qualquer momento.

Afora todas essas ameaças, Fátima deve assumir um estado falido. O atraso nos salários do funcionalismo deve chegar a três meses em 1º de janeiro. A dívida calculada é de 2,6 bilhões.

Evidente que isso pode gerar um descontrole administrativo nos primeiros meses do mandato, porque o governo não terá recursos para nada.

Pelo jeito é com isso que contam seus adversários para tentar um golpe rápido e tirá-la do poder.

Há uma clara tentativa de sequestro da vitória obtida nas urnas pelo PT no Rio Grande do Norte. Ou o PT se prepara para mais essa batalha com toda a inteligência que acumulou em algumas derrotas nesses últimos tempos ou será derrotado de novo. Mesmo tendo vencido.

Fonte: https://altamiroborges.blogspot.com/2018/12/a-tentativa-de-sequestro-do-governo-do.html