"Anistia é afronta irresponsável à Constituição". O título não é de nenhum veículo da mídia alternativa, mas sim de editorial do conservador e reacionário O Globo, postado na edição online na tarde desta quarta (3).
À medida em que se aproxima a data do anúncio da condenação de Bolsonaro, marcado para acontecer na sexta-feira da próxima semana, ganham força as articulações na Câmara dos Deputados, especialmente, mas também no Senado, para degradar o Poder Judiciário, violar a Constituição e livrar da cadeia os líderes da organização criminosa responsável pelo putsch contra o nosso regime democrático.
A proposta ilegal, que nasceu no esgoto do Congresso Nacional, agora avança como se fosse uma iniciativa parlamentar legítima como outra qualquer. Hoje os extremistas de direita, os pais da matéria, já contam com o apoio de amplos setores do Centrão, a turma cevada à base de emendas bilionárias. No ato de desembarque do governo (onde a rigor nunca estiveram), ocorrido há alguns dias, lideranças do PP e do Republicanos falaram abertamente sobre sua adesão à tese da anistia.
Por sua vez, honrando sua condição de político invertebrado, o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Hugo Motta, tratou de avisar que não vai conter as pressões para incluir na pauta temas como a anistia e que tudo vai depender do colégio de líderes, blá, blá, blá. Mero biombo para esconder seu flerte com a impunidade dos que tentaram destruir a democracia.
O projeto avança reunindo sob o mesmo guarda-chuva o que há de mais execrável no Legislativo federal, de fascistas a picaretas, passando pelos pulhas e covardes.
O movimento tem duas vertentes. Uma, formada pelos parlamentares do PL e do Partido Novo, os extremistas de direita que aplaudem a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 e querem uma anistia ampla, geral e irrestrita, revertendo inclusive a inelegibilidade de Bolsonaro; e outra, dos parlamentares da direita que adoram ser tratados como integrantes do Centrão, que indicam que tentarão formular um projeto mais "palatável" para a sociedade.
Abre parênteses: nas últimas horas, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, sinalizou que pretende apresentar um projeto atenuando as penas dos que, segundo ele, atuaram como "massa de manobra", mas deixando de fora as lideranças, os organizadores e os financiadores da intentona golpista. Como era de se esperar, a ideia foi mal recebida pela extrema direita e grande parte do Centrão. Fecha parênteses,
A promessa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de indultar Bolsonaro, caso seja eleito presidente da República (sonho de uma noite de inverno), é reveladora do que está por trás da conspiração pró-anistia.
Como Bolsonaro é visto pelo establishment como fósforo queimado, Tarcísio, em busca do apoio do ex-presidente e de seus seguidores, acena com o indulto. Por outro lado, entre deputados e senadores, a condenação dos golpistas é vista como um fator capaz de aumentar ainda mais o favoritismo de Lula na eleição de 2026. Daí a anistia como uma tentativa de embaralhar o jogo e criar obstáculos para o nado de braçada de Lula rumo ao quarto mandato.
Embora o Supremo vá reagir com todo seu peso institucional à investida inconstitucional, a mobilização dos democratas nas ruas e nas redes é essencial para barrar a anistia.
Em tempo: somente a ignorância e a má-fé podem levar uma pessoa a defender a anistia para os golpistas usando como argumento a comparação com a anistia dos que combateram a ditadura militar. Como se fosse possível comparar quem enfrenta uma ditadura com quem tenta implantar uma. Outra coisa: os bravos resistentes ao regime autoritário iniciado em 1964 foram sequestrados, presos, cumpriram penas ou amargaram o exílio. Muitos sofreram torturas e foram assassinados. Já a quadrilha golpista de hoje nem foi condenada ainda e já esperneia por anistia. Bando de covardões.
À medida em que se aproxima a data do anúncio da condenação de Bolsonaro, marcado para acontecer na sexta-feira da próxima semana, ganham força as articulações na Câmara dos Deputados, especialmente, mas também no Senado, para degradar o Poder Judiciário, violar a Constituição e livrar da cadeia os líderes da organização criminosa responsável pelo putsch contra o nosso regime democrático.
A proposta ilegal, que nasceu no esgoto do Congresso Nacional, agora avança como se fosse uma iniciativa parlamentar legítima como outra qualquer. Hoje os extremistas de direita, os pais da matéria, já contam com o apoio de amplos setores do Centrão, a turma cevada à base de emendas bilionárias. No ato de desembarque do governo (onde a rigor nunca estiveram), ocorrido há alguns dias, lideranças do PP e do Republicanos falaram abertamente sobre sua adesão à tese da anistia.
Por sua vez, honrando sua condição de político invertebrado, o presidente da Câmara dos Deputados, deputado Hugo Motta, tratou de avisar que não vai conter as pressões para incluir na pauta temas como a anistia e que tudo vai depender do colégio de líderes, blá, blá, blá. Mero biombo para esconder seu flerte com a impunidade dos que tentaram destruir a democracia.
O projeto avança reunindo sob o mesmo guarda-chuva o que há de mais execrável no Legislativo federal, de fascistas a picaretas, passando pelos pulhas e covardes.
O movimento tem duas vertentes. Uma, formada pelos parlamentares do PL e do Partido Novo, os extremistas de direita que aplaudem a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 e querem uma anistia ampla, geral e irrestrita, revertendo inclusive a inelegibilidade de Bolsonaro; e outra, dos parlamentares da direita que adoram ser tratados como integrantes do Centrão, que indicam que tentarão formular um projeto mais "palatável" para a sociedade.
Abre parênteses: nas últimas horas, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, sinalizou que pretende apresentar um projeto atenuando as penas dos que, segundo ele, atuaram como "massa de manobra", mas deixando de fora as lideranças, os organizadores e os financiadores da intentona golpista. Como era de se esperar, a ideia foi mal recebida pela extrema direita e grande parte do Centrão. Fecha parênteses,
A promessa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de indultar Bolsonaro, caso seja eleito presidente da República (sonho de uma noite de inverno), é reveladora do que está por trás da conspiração pró-anistia.
Como Bolsonaro é visto pelo establishment como fósforo queimado, Tarcísio, em busca do apoio do ex-presidente e de seus seguidores, acena com o indulto. Por outro lado, entre deputados e senadores, a condenação dos golpistas é vista como um fator capaz de aumentar ainda mais o favoritismo de Lula na eleição de 2026. Daí a anistia como uma tentativa de embaralhar o jogo e criar obstáculos para o nado de braçada de Lula rumo ao quarto mandato.
Embora o Supremo vá reagir com todo seu peso institucional à investida inconstitucional, a mobilização dos democratas nas ruas e nas redes é essencial para barrar a anistia.
Em tempo: somente a ignorância e a má-fé podem levar uma pessoa a defender a anistia para os golpistas usando como argumento a comparação com a anistia dos que combateram a ditadura militar. Como se fosse possível comparar quem enfrenta uma ditadura com quem tenta implantar uma. Outra coisa: os bravos resistentes ao regime autoritário iniciado em 1964 foram sequestrados, presos, cumpriram penas ou amargaram o exílio. Muitos sofreram torturas e foram assassinados. Já a quadrilha golpista de hoje nem foi condenada ainda e já esperneia por anistia. Bando de covardões.