Charge: Romulo Garcias |
Lira faz jogo duplo. Ao mesmo tempo em que achaca e chantageia o governo para aumentar o controle de verbas do orçamento e os fundos públicos, ele atua na presidência da Câmara como o grande artífice da ofensiva política e ideológica do extremismo bolsonarista.
Nas horas vagas, ele se reúne com Waldemar Costa Neto, Bolsonaro e Tarcísio de Freitas para construir a candidatura anti-Lula para 2026.
Nas votações sobre temas econômicos, fiscais e tributários, Lira presta obediência e fidelidade à Faria Lima, às finanças e a grupos de interesse. Ele só empresta o apoio da bancada sob sua influência para a aprovação das iniciativas do Planalto que sejam palatáveis ao mercado.
Em questões democráticas, de direitos humanos, justiça tributária e garantias constitucionais, como fake news, marco temporal de terras indígenas, marco do saneamento, anistia a golpistas, fim de desonerações, saídas temporárias de presos etc, Lira alinha sua base parlamentar com o bloco ultraliberal de direita e extrema-direita.
Na abertura do ano legislativo, em resposta aos rumores brasilienses de que perdera poder e seria apenas um “pato manco” na segunda metade na presidência da Câmara, Lira fez um discurso ameaçador [5/2].
“Errará grosseiramente qualquer um que aposte na inércia desse corpo legislativo pela proximidade das eleições ou por especulações sobre a nova mesa diretora”, avisou.
E, para não deixar dúvidas sobre a disposição de combate, ele emendou: “Não subestimem esta Mesa Diretora, não subestimem os membros do parlamento e desta legislatura”.
Ameaça feita, ameaça cumprida: o governo não teve nenhuma facilidade no Congresso, mesmo cedendo às sucessivas imposições do Lira, como o distanciamento do ministro Alexandre Padilha da interlocução direta com ele na articulação política.
Nos últimos dias Lira articulou um grande arsenal de iniciativas que contrariam interesses do governo e da debilitada democracia.
Ele pautou a tramitação em regime de urgência do projeto que invalida delações e também do PL que equipara aborto a homicídio; acelerou a tramitação da PEC das drogas, postergou por pelo menos 180 dias a discussão sobre fake news, facilitou o trâmite dos projetos que concedem anistia a golpistas e do PL que penaliza ativistas sociais por ocupações.
Sem amparo no regimento, Lira pulverizou a relatoria dos projetos sobre a legislação tributária entre vários deputados para reforçar seu poder e reinar como interlocutor privilegiado nas discussões com o governo, mercado e grupos de poder.
À medida que se aproxima o fim do seu mandato na presidência da Câmara, Lira avança as iniciativas que consolidam a ofensiva política e ideológica da extrema-direita com agendas estratégicas do bolsonarismo.
Com sua postura lança-bombas, Lira termina o mandato legando uma realidade política e institucional do país bem à feição dos objetivos do extremismo.
Nas horas vagas, ele se reúne com Waldemar Costa Neto, Bolsonaro e Tarcísio de Freitas para construir a candidatura anti-Lula para 2026.
Nas votações sobre temas econômicos, fiscais e tributários, Lira presta obediência e fidelidade à Faria Lima, às finanças e a grupos de interesse. Ele só empresta o apoio da bancada sob sua influência para a aprovação das iniciativas do Planalto que sejam palatáveis ao mercado.
Em questões democráticas, de direitos humanos, justiça tributária e garantias constitucionais, como fake news, marco temporal de terras indígenas, marco do saneamento, anistia a golpistas, fim de desonerações, saídas temporárias de presos etc, Lira alinha sua base parlamentar com o bloco ultraliberal de direita e extrema-direita.
Na abertura do ano legislativo, em resposta aos rumores brasilienses de que perdera poder e seria apenas um “pato manco” na segunda metade na presidência da Câmara, Lira fez um discurso ameaçador [5/2].
“Errará grosseiramente qualquer um que aposte na inércia desse corpo legislativo pela proximidade das eleições ou por especulações sobre a nova mesa diretora”, avisou.
E, para não deixar dúvidas sobre a disposição de combate, ele emendou: “Não subestimem esta Mesa Diretora, não subestimem os membros do parlamento e desta legislatura”.
Ameaça feita, ameaça cumprida: o governo não teve nenhuma facilidade no Congresso, mesmo cedendo às sucessivas imposições do Lira, como o distanciamento do ministro Alexandre Padilha da interlocução direta com ele na articulação política.
Nos últimos dias Lira articulou um grande arsenal de iniciativas que contrariam interesses do governo e da debilitada democracia.
Ele pautou a tramitação em regime de urgência do projeto que invalida delações e também do PL que equipara aborto a homicídio; acelerou a tramitação da PEC das drogas, postergou por pelo menos 180 dias a discussão sobre fake news, facilitou o trâmite dos projetos que concedem anistia a golpistas e do PL que penaliza ativistas sociais por ocupações.
Sem amparo no regimento, Lira pulverizou a relatoria dos projetos sobre a legislação tributária entre vários deputados para reforçar seu poder e reinar como interlocutor privilegiado nas discussões com o governo, mercado e grupos de poder.
À medida que se aproxima o fim do seu mandato na presidência da Câmara, Lira avança as iniciativas que consolidam a ofensiva política e ideológica da extrema-direita com agendas estratégicas do bolsonarismo.
Com sua postura lança-bombas, Lira termina o mandato legando uma realidade política e institucional do país bem à feição dos objetivos do extremismo.