Por Altamiro Borges

Silas Malafaia, dono da milionária igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo, finalmente passou a ser investigado pela Polícia Federal por seus crimes contra a democracia. O “pastor” foi incluído no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) instaurado contra Jair Bolsonaro e seu filhote 03, vulgo Dudu Bananinha, por articularem sanções do “imperador” Donald Trump contra o Brasil. Agora na mira da PF, Silas Malafaia dobrou a aposta, reforçando as provocações contra o ministro Alexandre de Moares. Mas sua valentia mais parece prova de fraqueza e de isolamento político.

Nota publicada na Folha revela que “integrantes da bancada evangélica na Câmara descartaram na sexta-feira (15) uma reação mais forte contra a inclusão do pastor Silas Malafaia no inquérito do STF... Nos bastidores, os deputados afirmam que a defesa de Malafaia será apenas ‘pro forma’. Isso porque o pastor não é ‘benquisto’ por parte da comunidade evangélica”.

Além disso, lideranças da bancada evangélica avaliam que “Silas Malafaia ‘estava plantando’ essa decisão, por causa dos fortes ataques que faz ao governo federal, a ministros do STF e até mesmo a aliados de Jair Bolsonaro, como o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, criticado por não ter assinado o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes. Uma das lideranças ouvidas cita um versículo bíblico para se referir ao pastor: Gálatas 6:7. ‘Não vos enganeis: de Deus não se zomba. Pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará’”, descreve a Folha.

Bateu o desespero no "pastor"

O lobista da fé parece que teme colher o que plantou. Suas últimas postagens mostram um certo desespero. Na quinta-feira (14), logo após saber da investigação da PF, ele disparou em vídeo: “Se prepare, porque eu vou botar para quebrar. Vocês não me calam, não tenho medo de prisão e não tenho medo de investigação política de pura perseguição”. No dia seguinte, um novo ataque de cólera: “Ditador Alexandre de Moraes, você não vai me calar, porque eu não tenho medo de você. Você vai ter que me prender e arrumar uma confusão nesse país”.

Entre os crimes apurados no inquérito no qual o “pastor” agora foi incluído estão: coação no curso do processo judicial, obstrução de investigação de organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. O processo foi aberto a pedido da Procuradoria-Geral da República em maio. “Evidências conduzem à ilação de que a busca por sanções internacionais a membros do Poder Judiciário visa a interferir sobre o andamento dos procedimentos de ordem criminal, inclusive ação penal, em curso contra o sr. Jair Bolsonaro e aliados”, concluiu a PGR.