Charge: Nando Motta/247 |
O jornal Estadão revelou nesta quinta-feira (6) que o banco Santander voltou a pedir à Justiça a apreensão de bens de Jair Renan Bolsonaro, o filhote 04 do ex-presidente fujão, para cobrir uma dívida de R$ 360 mil. O playboy, que recentemente lançou sua candidatura a vereador em Balneário Camboriú (SC), é alvo de “um processo por lavagem de dinheiro, uso de documento falso e falsidade ideológica. A ação foi aberta a partir de investigação e denúncia do Ministério Público do Distrito Federal”, descreve a matéria.
Jair Renan Bolsonaro é acusado de “falsificar dados de contabilidade de uma empresa de eventos e mídia para conseguir empréstimos com o banco. Ele nega irregularidades. O Santander pediu a emissão de um alerta ao Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário, que permite a pesquisa de informações bancárias, saldos e extratos. O objetivo é rastrear bens e dinheiro que eventualmente estejam em outras instituições financeiras para garantir o pagamento forçado da dívida”, complementa o jornalão.
Organização criminosa
O pedido foi apresentado no final de maio em uma ação de cobrança extrajudicial no Tribunal de Justiça do Distrito Federal, após quatro tentativas frustradas de intimar o caloteiro. Jair Renan está na mira da Justiça faz tempo. Em agosto do ano passado, ele foi alvo de mandado de busca e apreensão na operação Nexum da Polícia Civil do Distrito Federal – e não da Polícia Federal, como o esgoto digital bolsonarista difundiu para tentar colocar o filhote do fascista como vítima de perseguição política do governo Lula.
Na ocasião, a polícia apreendeu um celular, um HD e alguns papeis com anotações eleitorais do filhote do ex-presidente. Conforme registrou a jornalista Juliana Dal Piva – autora do imperdível livro “Os negócios de Jair” –, a operação cumpriu sete mandados de busca e apreensão. “Os alvos são suspeitos dos crimes de falsidade ideológica, associação criminosa, estelionato, crimes contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro”. O principal mentor do esquema, o coach Maciel Carvalho, “era instrutor de tiro de Jair Renan”.
Em nota, a PCDF revelou que "a investigação apontou para a existência de uma associação criminosa cuja estratégia para obter indevida vantagem econômica passa pela inserção de um terceiro, testa de ferro ou laranja, para se ocultar o verdadeiro proprietário das empresas de fachada ou empresas fantasmas, usadas pelo alvo principal e seus comparsas”. Jair Renan seria peça-chave nessa estratégia de ocultação.
Outros BOs do filhote de Bolsonaro
Esse não foi o único rolo em que ele se meteu. Como lembrou Leonardo Sakamoto, em postagem no site UOL de agosto do ano passado, “o filho 04 já se envolveu em outros BOs, como nas vezes em que usou o sobrenome para agir como lobista em Brasília. O então ministro do Desenvolvimento Regional, e, hoje, senador, Rogério Marinho, confirmou, que recebeu Jair Renan e representantes de uma empresa em audiência. Detalhe: o encontro foi solicitado pelo gabinete do papai após intermediação do rebento”.
“Ele também circulava livremente e secretamente pelas dependências do governo do Distrito Federal para defender interesses pessoais. Muitas vezes sem deixar rastros, o que não combina com transparência. Por exemplo, a Secretaria de Esportes e Lazer do DF admitiu à Justiça que não tem registros de uma reunião que ocorreu entre ele e a então secretária e hoje vice-governadora, Celina Leão (PP), em 22 de setembro de 2020. O tema seria e-sports. Depois, virou ‘visita de cortesia’”.
Como concluiu o colunista do UOL, “o clã Bolsonaro nunca compreendeu a necessária separação entre cargos públicos e interesses privados, prova disso é o mais recente escândalo sobre joias doadas ao Brasil, surrupiadas por Jair e vendidas por seus assessores a ricaços nos Estados Unidos. Aliás, integrantes da CPMI dos Atos Golpistas tiveram acesso a um e-mail mostrando que Jair Renan foi autorizado a selecionar e retirar presentes que foram destinados à Presidência da República. Presentes, como as joias”.