Charge: Marcio Baraldi/Sindicato dos Bancários de SP |
Na quinta-feira passada (2), o Bradesco divulgou seu balanço financeiro do primeiro trimestre deste ano. Ele aponta um lucro líquido de R$ 4,2 bilhões, bem acima das expectativas do deus-mercado. Segundo levantamento da agência Bloomberg, os analistas esperavam um resultado de R$ 3,86 bilhões. Em relação ao último trimestre do ano passado, houve uma melhora de 46,3%.
“Este avanço trimestral se deve ao aumento na concessão de crédito em todos os segmentos, em meio à queda da inadimplência e das despesas”, avalia a Folha. “O balanço apresenta solidez e começamos o ano superando desafios. Isso nos dá confiança de prosseguir na jornada de alcançar uma maior participação de mercado, no ritmo realizado no primeiro trimestre”, festeja Marcelo Noronha, presidente do Bradesco.
O dono do poderoso banco também se mostra bastante animado com o governo Lula, apostando que o contexto macroeconômico impulsionará ainda mais a lucratividade da instituição. “A massa de renda deve crescer 4,4% em 2024 acima da inflação e o crescimento do PIB deve vir mais para 2,5% do que para 2%”. Mas enquanto os banqueiros festejam – e não só os donos do Bradesco –, os bancários padecem.
4.171 demissões nos últimos 12 meses
Na semana retrasada, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou a Pesquisa do Emprego Bancário (PEB) referente ao primeiro bimestre de 2024. Ele apontou a eliminação de 4.171 postos de trabalho no setor no acumulado dos últimos 12 meses. Como afirma Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, o quadro é dramático:
“O fechamento de postos de trabalho na categoria é um movimento acelerado e bastante complexo. Não se trata somente de mudanças de cunho tecnológico. Para ampliar a rentabilidade, os bancos promovem a redução do custo operacional com demissões. Há também a transferências do emprego bancário para outras empresas do grupo, forma fraudulenta para precarizar o trabalho. O Sindicato mantém uma luta constante contra o fechamento de vagas e por melhores condições de trabalho, denunciando os bancos, defendendo os trabalhadores e exigindo atendimento de qualidade para a sociedade”.