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Batalha do IOF e o Congresso escancarado

8 de Julho de 2025, 17:28 , por Altamiro Borges - | No one following this article yet.
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Por Pedro Carrano

A questão central do Congresso Nacional está exposta. Uma fratura antiga. Os vídeos feitos nas redes sociais pelos partidos de esquerda e pela sociedade civil sobre a urgência de taxar bancos, bilionários (aliviados pelo governo Bolsonaro) e bets, isentando o trabalhador, rompendo a atual tributação regressiva brasileira, são temas que dialogam de forma direta com o imaginário popular.

Pautar a polarização dos ricos contra pobres é necessário! Sobretudo depois da traição de Hugo Motta, presidente da Câmara, na pauta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), e de toda a extorsão feita pelo Centrão contra o país.

Agora, analistas da mídia e congressistas estão desesperados com o "risco da polarização política". Como afirma a revista Carta Capital, Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, já mandaram recados ao Planalto de que não aceitam o discurso de “ricos contra pobres”.

A realidade da luta de classes se abre. É fato: Há cada vez menos espaço para conciliação, quando o conflito distributivo é evidente - pelos próprios limites e equívocos do novo arcabouço fiscal. E, sobretudo, pelo fato de que as frações neoliberais não lidam bem com o mínimo aumento no salário, com a perspectiva de baixo desemprego e com a expectativa de melhorias na economia.

Mesmo com capacidade de convocatória frágil do governo Lula – por questões históricas e pela característica de não pautar e organizar a sociedade -, desta vez o governo e a esquerda tem dominado a narrativa de crítica ao Congresso, o que é muito importante, e pode impulsionar um movimento de politização, animar a militância política, gerar um contexto de mobilização.

Como afirma o analista Valerio Arcary, “o que se impõe é uma linha de contraofensiva pela aprovação do imposto de 10% sobre os super ricos, pela isenção do imposto de renda para os vinte e cinco milhões que ganham até R$ 5.000,00, pelo fim da escala seis por um, ou seja, a frente única construída em torno à campanha pelo plebiscito popular”.

Desde 2014, há um acúmulo no debate das organizações populares sobre o sistema político no país ser elitista, subrepresentado, financiado e, na sua imensa maioria, pautado pelas frações financeiras, bancárias, do agronegócio, mas sem representação da população trabalhadora brasileira.

Temos agora uma mostra do embate que deve se intensificar em 2026 na batalha contra o neofascismo, que conta com apoio da extrema-direita internacional, que busca deter a expansão dos BRICS. No Brasil, internamente, a candidatura neofascista tende a arrastar o Centrão, setores neoliberais ortodoxos e mídia, que se colocam de forma intransigente contra qualquer medida popular do governo.

Cabe às organizações populares fortalecerem o debate da taxação dos ricos, vinculando esses temas com as condições de vida da população, aproveitando e fortalecendo espaços de organização e luta.
Fonte: https://altamiroborges.blogspot.com/2025/07/batalha-do-iof-e-o-congresso-escancarado.html