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BC interrompe ciclo de alta de juros

августа 3, 2025 17:05 , by Altamiro Borges - | No one following this article yet.
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Por Altamiro Borges

Na quarta-feira (30), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu, por unanimidade, manter inalterada a taxa básica de juros em 15% ao ano e interrompeu o ciclo de alta da Selic no maior patamar em 19 anos. A medida foi encarada com alívio por setores econômicos, mas mesmo assim representa um desastre para a produção, comércio, serviços, empregos e renda. O Copom justificou a “cautela” – ou sacanagem – culpando o ambiente externo “mais adverso e incerto” e citou explicitamente as tarifaço imposto pelos EUA.

No comunicado, o colegiado do BC ainda reafirmou a estratégia de manter a Selic nas alturas por um longo tempo para assegurar a criminosa meta de inflação e o déficit zero. Na maior caradura, esse antro dos abutres financeiros afirmou que é necessária uma política de juros em nível “significativamente contracionista” por um período “bastante prolongado” para conter o crescimento da economia. Ou seja: para sabotar a geração de emprego e renda.

Os estragos causados pelo arrocho monetário

A manutenção dos juros em 15% ao ano interrompe um ciclo de alta que durou dez meses, de setembro do ano passado a junho deste ano – iniciando-se na gestão no BC do bolsonarista Roberto Campos Neto, que terminou seu mandato em dezembro de 2024, e prosseguindo no comando de Gabriel Galípolo, indicado por Lula. Ao longo desse período, foram realizados sete aumentos seguidos. Nesse processo, a taxa básica de juros foi de 10,5% a 15% ao ano – o maior patamar desde julho de 2006 –, acumulando elevação de 4,5 pontos percentuais.

Os estragos causados por esse arrocho monetário são visíveis em vários setores da economia, como atesta reportagem postada no site do PT nesta sexta-feira (1). “Um exemplo é o crédito habitacional. Desde que o então presidente do BC, Roberto Campos Neto, interrompeu uma sequência de quedas na Selic – que estava em 10,50% entre agosto e setembro –, o setor amarga perdas dolorosas. A mais expressiva é a queda de 11% no financiamento de unidades habitacionais no primeiro semestre de 2025, em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), foram financiadas 496,1 mil unidades neste ano, ante 559 mil do primeiro semestre de 2024”.

Como consequência, outro setor duramente afetado é a construção civil. “Os financiamentos para a construção de imóveis desabaram nada menos do que 54% no semestre. Apenas a aquisição de imóveis usados sustentou um crescimento de 7%. Como a Selic não deve cair tão cedo, de acordo com os comunicados do Copom, a entidade prevê uma queda de 20% nas concessões via SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) até o fim deste ano. Não à toa, empresários ligados à construção têm manifestado crescente preocupação com a manutenção da taxa de juros na estratosfera”.

A gritaria contra o Banco Central

A gritaria contra a manutenção da Selic vem de quase todos os setores da economia – menos dos rentistas, que ganham fortunas com a especulação financeira. “O Banco Central diz que tem que manter a taxa de juros alta para controlar a inflação. Mas a Selic não é o único instrumento de controle de preços e nem funciona para os tipos de inflação que o Brasil enfrenta. O que a Selic elevada faz é manter o Brasil na liderança do ranking com os maiores juros do mundo, penalizando a população”, afirma Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e vice-presidenta nacional da CUT.

“A manutenção da taxa Selic em 15% nessa conjuntura irá prejudicar os investimentos, o consumo das famílias; aumentará o custo do crédito e afetará diretamente o nível de atividade econômica do país”, alerta Felipe Queiroz, economista-chefe da Associação Paulista de Supermercados (Apas).

Источник: https://altamiroborges.blogspot.com/2025/08/bc-interrompe-ciclo-de-alta-de-juros.html