Por Paulo Moreira Leite, no site Brasil-247:
Dois anos depois de tomar posse para o terceiro mandato, o governo Luiz Inácio Lula da Silva conquista o direito de celebrar o retorno ao Palácio do Planalto.
Os números que refletem a recuperação dos programas sociais, que haviam sido desmontados pela selvageria bolsonarista, confirmam uma verdade que o país conhece desde 2002, quando Lula subiu a rampa do Palácio do Planalto pela primeira vez.
Os dados são claros. O número de brasileiros e brasileiras que tiveram a oportunidade de escapar da chamada "extrema pobreza", onde uma pessoa é obrigada a sobreviver com um máximo de 209 reais por mês, caiu de 5,9% para 4,4% da população. Isso significa que uma imensa tragédia começa a ser enfrentada, ainda que não tenha sido vencida por completo, e possa exibir momentos dramáticos, como pode-se ler no texto anterior, nesta mesma coluna ("Lula e a fome do povo").
Traduzidos em homens, mulheres e crianças de carne e osso, os dados mais recentes informam que 3,1 milhões de pessoas - ou 15 estádios do Maracanã lotados - puderam beneficiar-se da retomada dos programas sociais. Na camada seguinte, chamada simplesmente de "pobreza", que se ampliara em 27,4% para 32,4%, também ocorreram mudanças após o retorno de Lula ao Planalto.
Herança previsivel de quatro anos de bolsonarismo, os índicadores sociais produzidos por um governo de extrema-direita, contra os direitos do povo, mostraram o retorno do país ao patamar de uma nação enfraquecida, marcada pela recusa dos poderes públicos em responder pelas necessidades básicas da população, como a fome e a desnutrição.
Nesses quatro anos de flagelo programado, os patamares inferiores da escala social atingiram um grau impensável de tragédia, que o país havia superado na sequência dos governos Lula e Dilma.
O universo onde pessoas em extrema pobreza que tentam sobreviver com uma renda de 209 reais por mês chegou a 11,2% da população.
Aqueles definidos como pobres, com renda de até 667 reais mensais, chegaram a 32,4% nos anos de bolsonarismo, contra 27,4% no período anterior.
Um dado especialmente dramático: 42,7% desse universo de carências e necessidades era formado por crianças e jovens de até 14 anos, quando o organismo tem necessidade permanente de receber uma alimentação saudável.
Traduzida em números, essa duríssima realidade social envolve um país que tem feito um longo aprendizado até o reconhecimento de seus direitos básicos, um elemento fundamental de sua consciência política.
Alvo de numerosos estudos acadêmicos e denúncias políticas, além de memoráveis canções da música popular, a luta contra a fome envolve o esforço cotidiano e a postura responsável de todos os escalões do Estado e não pode ser interrompida.
Alguma dúvida?
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