Por Altamiro Borges
Numa decisão vergonhosa, que só aumenta a rejeição da sociedade ao parlamento brasileiro, o Conselho de Ética da Câmara Federal decidiu arquivar, nesta quarta-feira (22), o pedido de cassação deputado-fujão Eduardo Bolsonaro (PL-SP), vulgo Dudu Bananinha. Por 11 votos a 7, o colegiado aprovou o parecer do relator Marcelo Freitas (União Brasil-MG), um bolsonarista declarado e despudorado. Com isso, o traidor da pátria seguirá nos EUA conspirando contra o Brasil – prejudicando exportações e empregos – e continuará recebendo grana do Legislativo.
O pedido de cassação foi apresentado pela bancada do PT, que acusou o filhote 03 de Jair Bolsonaro de quebra de decorro parlamentar ao promover “ataques verbais às instituições democráticas, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e por tentar influenciar autoridades estrangeiras a impor sanções contra o Brasil”. Apesar das provas cabais sobre a ação criminosa de Dudu Bananinha, seu amiguinho Marcelo Freitas abusou das desculpas esfarrapadas.
"Não tem mais ética e decoro no parlamento"
Entre outros absurdos, o deputado mineiro alegou que Eduardo Bolsonaro está “plenamente protegido pela imunidade material, e qualquer tentativa de imputar quebra de decoro por atentado contra a democracia constitui extrapolação interpretativa”. Ele ainda alegou que o traidor da pátria não pode ser culpado pelas sanções do “imperador” de Donald Trump. “A responsabilização de um parlamentar por ato de governo estrangeiro equivaleria a negar a soberania dos Estados e violar o princípio da extraterritorialidade das leis nacionais”.
Os argumentos esfarrapados do bolsonarista geraram imediata reação. “Se mantivermos a proposta do relator, de mandar para o arquivo sem a mínima investigação os procedimentos antiéticos, indecorosos e criminosos do deputado Eduardo Bolsonaro, estaremos dizendo que não tem mais ética e decoro no parlamento do Brasil”, protestou o Chico Alencar (Psol-RJ). Já o líder da bancada do PT, deputado Lindbergh Farias, afirmou que o pedido de arquivamento era “uma vergonha” e anunciou que o partido irá recorrer ao plenário da Câmara Federal.
Total sensação de impunidade dos fascistas
A ministra das Relações Institucionais do governo Lula, Gleisi Hoffmann, também protestou contra o absurdo em postagem na rede social X. “É simplesmente vergonhoso que a maioria do Conselho de Ética da Câmara tenha votado pelo arquivamento da representação contra o deputado traidor... Desde quando conspirar com um governo estrangeiro contra o Brasil virou prerrogativa de parlamentar? Desde quando trair a pátria deixou de ser crime? Foi isso que Eduardo Bolsonaro fez, sem o menor pudor, desde que fugiu para os Estados Unidos... Deixar seus crimes impunes é um estímulo aos golpistas e um desserviço à democracia e ao país”.
A sensação de impunidade de Dudu Bananinha é tanta que ele novamente não compareceu, de forma remota, à sessão que analisou a própria perda do seu mandato. O site Metrópoles revelou que “o presidente do Conselho de Ética, Fábio Schiochet (União Brasil-SC), disse que um link foi disponibilizado ao deputado, que mora desde março deste ano nos EUA”. Em julho, encerrou-se o prazo da licença para o fujão e ele passou a acumular ausências não justificadas – sendo que o limite é de um terço das sessões do plenário. Mesmo assim, o golpista parece não temer a perda do mandato. Ele conta com a cumplicidade de maioria da Câmara Federal, a pior dos últimos tempos.
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