Por Altamiro Borges

Na semana passada, a Justiça de São Paulo determinou que o ex-procurador e ex-deputado Deltan Dallagnol (Novo-PR) pague, no prazo de 15 dias, uma indenização de R$ 135,4 mil ao presidente Lula por danos morais no famigerado caso do PowerPoint. A decisão foi proferida pelo juiz Carlo Brito Melfi. O valor fixado inclui juros, correção monetária e honorários advocatícios e o condenado poderá contestar apenas os cálculos, já que a sentença transitou em julgado – ou seja, não cabe mais recurso sobre o mérito da ação. Caso não cumpra a decisão judicial, o ex-chefão da midiática Operação Lava-Jato poderá sofrer uma multa de 10% sobre o valor devido.

Como relembra matéria da revista Fórum, “o processo teve origem em uma coletiva de imprensa concedida por Dallagnol em 2016, na qual ele apresentou, por meio de um slide em PowerPoint, um esquema que relacionava Lula ao comando do suposto esquema de corrupção na Petrobras. Durante a apresentação, o então procurador afirmou que Lula era o ‘grande general’ de uma organização criminosa e usou o termo ‘propinocracia’ para descrever o suposto crime”.

Em sua decisão, a Justiça de São Paulo entendeu que Deltan Dallagnol extrapolou os limites de sua função pública ao fazer acusações em rede nacional antes mesmo da abertura formal de uma ação penal. A linguagem empregada midiático ex-procurador foi classificada como não técnica e ofensiva, violando os direitos de personalidade do ex-presidente. Diante da sentença, o outrora metido a valentão apelou para o mimimi vitimista. “Brasileiros, entendam: isso é o que acontece quando se luta contra a corrupção e a injustiça no BR. Essa é a reação do sistema, nua e crua. Lula sai impune e nós pagamos o preço da corrupção”, esbravejou o fascistinha.

O ex-deputado também apelou para seus fanáticos seguidores, afirmando que faria “de novo mil vezes” e que o valor será com doações de “mais de 12 mil pessoas”, que já somam mais de R$ 500 mil. “Agradeço a todos aqueles que não me deixaram sozinho e protegeram a minha família de pagar o preço de lutar por justiça num país em que os corruptos mandam. Agradeço também aos mais de 12 mil brasileiros que doaram, sem eu pedir, pequenos valores que somaram mais de meio milhão de reais. Vocês me fortalecem e inspiram a não desistir de lutar pelo nosso país”. O ex-procurador da República só não apresentou provas sobre a sinistra origem dessa grana.