Por Marcus Ianoni, no site Brasil Debate:
Nas urnas eleitorais do dia 28 de outubro serão depositados votos para a disputa presidencial cujo resultado final terá um impacto imenso, não só para o país, mas para o mundo. Afinal, o que estará em jogo, indo ao ponto essencial, são dois tipos de regime: a democracia ou o autoritarismo (ditadura, protofascismo etc.). No título, uso o termo ditadura para expressar o autoritarismo do Estado que novamente ameaça com veemência a sociedade brasileira e que pode alterar também a relação de forças no Cone Sul e na esfera internacional como um todo, beneficiando forças políticas e regimes que atacam as liberdades fundamentais nos planos civil e político. Além disso, na política econômica, estará em questão outra clivagem fundamental: a disputa entre o ultraliberalismo excludente e o capitalismo inclusivo, social-desenvolvimentista.
Liberais defensores dos direitos civis e políticos e democratas do mundo inteiro estão olhando para o Brasil com muita preocupação. São intelectuais, políticos, estadistas, juristas, jornalistas, artistas etc. Entre tantas ações de atores estrangeiros, emergiu, por exemplo, o Manifesto Internacional contra o Fascismo no Brasil, encabeçado pelo argentino Adolfo Pérez Esquivel, ganhador do Prêmio Nobel da Paz e assinado por renomadas personalidades de vários países.
Um deputado federal eleito pela primeira vez em 1991 e sucessivamente reeleito desde então, mas que, durante todos esses anos, foi um político inexpressivo, do baixo clero, com nula produção legislativa e capacidade de formulação política e, sobretudo, um defensor explícito e despudorado de valores antagônicos aos princípios mais elementares dos direitos humanos e de civilidade democrática, tem chance de se tornar o próximo presidente da República.
Em pronunciamento dado no domingo, 21 de outubro, aos seus apoiadores nas ruas e ao público em geral, novamente manifestou seu ódio à oposição democrática de esquerda, incluindo os movimentos sociais, qualificando, com sempre faz, seus integrantes como vagabundos, do mesmo modo que denomina os bandidos em geral. Prometeu “uma limpeza nunca vista na história do Brasil”, o endurecimento institucional do aparato repressivo, a exclusão política dos “petralhas”, aos quais considera como não brasileiros, por atribuir-se, alucinadamente, a condição de líder do Partido do Brasil, ou seja, um líder de um virtual regime de partido único. Não por mero acaso, vazou nos últimos dias um vídeo no qual o recém-eleito deputado federal pelo PSL-SP, Eduardo Bolsonaro, membro do clã autoritário, admite, com a maior naturalidade, fechar o STF.
Relato recente do jornalista Willian Waack retrata que a imagem do Brasil na imprensa internacional está amplamente negativa, em função da possibilidade de posse do governo Bolsonaro, decorrente de sua vitória nas urnas. Esse jornalista, de posição econômica claramente neoliberal, destaca a boçalidade dos líderes bolsonaristas de qualificar essa grande imprensa do mundo desenvolvido como esquerdista. Obviamente, essa imagem negativa pode ser um risco expressivo para mobilizar a tão almejada confiança dos investidores. Por outro lado, há atores do mercado que minimizam o foco no risco político e apostam, provavelmente de modo irracional, nas benesses que o economista Paulo Guedes tem oferecido, como um amplo programa de desestatização e privatizações.
O recente escândalo da indústria ilegal de notícias falsas pelo Whatsaap para difamar o candidato Fernando Haddad, que alcançaram dezenas de milhões de eleitores e foram financiadas por caixa dois empresarial, provocou uma onda suprapartidária de indignação na sociedade civil, mas que parece não estar efetivamente sensibilizando a Justiça Eleitoral, cuja reação tímida e burocrática aos fatos divulgados pela reportagem da Folha de S.Paulo parecem indicar que o processo de absorção institucional da estratégia de negação seletiva do Estado de Direito, pelo Poder Judiciário e pela Polícia Federal, ao campo popular e democrático não possui ainda contrapeso reversivo.
A contagem regressiva já começou. Faltam poucos dias. O candidato que tentou recentemente se vestir de pacificador não conseguiu acomodar-se a essa fantasia por mais que alguns minutos. Ela não cabe em seu corpo ditatorial. A essência repressiva e destrutiva de sua candidatura é pública e notória. Toda a luta dos progressistas nos próximos dias é pouca para conversar com os eleitores e tentar virar o jogo em prol da candidatura democrática, cujo vínculo com o petismo é, a essa altura, amplamente secundário em função do perigo iminente e de efeito catastrófico. O empoderamento eleitoral e governamental do projeto de país embutido na candidatura de Jair Bolsonaro poderá ter o efeito de uma rajada de bombas nucleares sobre o sonho de uma ordem social civilizada e próspera. O risco é imenso. A liberdade vale essa luta! Domingo próximo será o Dia D. Democracia ou Ditadura?
Nas urnas eleitorais do dia 28 de outubro serão depositados votos para a disputa presidencial cujo resultado final terá um impacto imenso, não só para o país, mas para o mundo. Afinal, o que estará em jogo, indo ao ponto essencial, são dois tipos de regime: a democracia ou o autoritarismo (ditadura, protofascismo etc.). No título, uso o termo ditadura para expressar o autoritarismo do Estado que novamente ameaça com veemência a sociedade brasileira e que pode alterar também a relação de forças no Cone Sul e na esfera internacional como um todo, beneficiando forças políticas e regimes que atacam as liberdades fundamentais nos planos civil e político. Além disso, na política econômica, estará em questão outra clivagem fundamental: a disputa entre o ultraliberalismo excludente e o capitalismo inclusivo, social-desenvolvimentista.
Liberais defensores dos direitos civis e políticos e democratas do mundo inteiro estão olhando para o Brasil com muita preocupação. São intelectuais, políticos, estadistas, juristas, jornalistas, artistas etc. Entre tantas ações de atores estrangeiros, emergiu, por exemplo, o Manifesto Internacional contra o Fascismo no Brasil, encabeçado pelo argentino Adolfo Pérez Esquivel, ganhador do Prêmio Nobel da Paz e assinado por renomadas personalidades de vários países.
Um deputado federal eleito pela primeira vez em 1991 e sucessivamente reeleito desde então, mas que, durante todos esses anos, foi um político inexpressivo, do baixo clero, com nula produção legislativa e capacidade de formulação política e, sobretudo, um defensor explícito e despudorado de valores antagônicos aos princípios mais elementares dos direitos humanos e de civilidade democrática, tem chance de se tornar o próximo presidente da República.
Em pronunciamento dado no domingo, 21 de outubro, aos seus apoiadores nas ruas e ao público em geral, novamente manifestou seu ódio à oposição democrática de esquerda, incluindo os movimentos sociais, qualificando, com sempre faz, seus integrantes como vagabundos, do mesmo modo que denomina os bandidos em geral. Prometeu “uma limpeza nunca vista na história do Brasil”, o endurecimento institucional do aparato repressivo, a exclusão política dos “petralhas”, aos quais considera como não brasileiros, por atribuir-se, alucinadamente, a condição de líder do Partido do Brasil, ou seja, um líder de um virtual regime de partido único. Não por mero acaso, vazou nos últimos dias um vídeo no qual o recém-eleito deputado federal pelo PSL-SP, Eduardo Bolsonaro, membro do clã autoritário, admite, com a maior naturalidade, fechar o STF.
Relato recente do jornalista Willian Waack retrata que a imagem do Brasil na imprensa internacional está amplamente negativa, em função da possibilidade de posse do governo Bolsonaro, decorrente de sua vitória nas urnas. Esse jornalista, de posição econômica claramente neoliberal, destaca a boçalidade dos líderes bolsonaristas de qualificar essa grande imprensa do mundo desenvolvido como esquerdista. Obviamente, essa imagem negativa pode ser um risco expressivo para mobilizar a tão almejada confiança dos investidores. Por outro lado, há atores do mercado que minimizam o foco no risco político e apostam, provavelmente de modo irracional, nas benesses que o economista Paulo Guedes tem oferecido, como um amplo programa de desestatização e privatizações.
O recente escândalo da indústria ilegal de notícias falsas pelo Whatsaap para difamar o candidato Fernando Haddad, que alcançaram dezenas de milhões de eleitores e foram financiadas por caixa dois empresarial, provocou uma onda suprapartidária de indignação na sociedade civil, mas que parece não estar efetivamente sensibilizando a Justiça Eleitoral, cuja reação tímida e burocrática aos fatos divulgados pela reportagem da Folha de S.Paulo parecem indicar que o processo de absorção institucional da estratégia de negação seletiva do Estado de Direito, pelo Poder Judiciário e pela Polícia Federal, ao campo popular e democrático não possui ainda contrapeso reversivo.
A contagem regressiva já começou. Faltam poucos dias. O candidato que tentou recentemente se vestir de pacificador não conseguiu acomodar-se a essa fantasia por mais que alguns minutos. Ela não cabe em seu corpo ditatorial. A essência repressiva e destrutiva de sua candidatura é pública e notória. Toda a luta dos progressistas nos próximos dias é pouca para conversar com os eleitores e tentar virar o jogo em prol da candidatura democrática, cujo vínculo com o petismo é, a essa altura, amplamente secundário em função do perigo iminente e de efeito catastrófico. O empoderamento eleitoral e governamental do projeto de país embutido na candidatura de Jair Bolsonaro poderá ter o efeito de uma rajada de bombas nucleares sobre o sonho de uma ordem social civilizada e próspera. O risco é imenso. A liberdade vale essa luta! Domingo próximo será o Dia D. Democracia ou Ditadura?