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Doadora de Tarcísio tem ligações com o PCC

30 de Julho de 2025, 7:57 , por Altamiro Borges - | No one following this article yet.
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Por Altamiro Borges

A Folha publicou nesta terça-feira (29) uma reportagem que respinga na imagem do governador paulista, o “bolsonarista moderado” preferido do jornalão. Segundo o texto, “uma das principais doadoras da campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos) na eleição de 2022 é investigada pela Polícia Federal no Paraná sob suspeita de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital). A pecuarista Maribel Schmittz Golin, que doou R$ 500 mil para a campanha do atual governador, é citada pela PF em ao menos quatro transferências financeiras com Willian Barile Agati, apontado como integrante da facção criminosa paulista”.

Já no segundo parágrafo da matéria, o jornal tentar limpar a barra do seu queridinho. “Em nota, a assessoria de Tarcísio diz que ele teve mais de 600 doadores na eleição e que não tem vínculo com Maribel nem conhecimento de possíveis condutas sem relação com a campanha”. Mas as informações da matéria são comprometedoras. O valor doado pela ricaça ruralista foi o sexto maior dentre todos os financiadores do bolsonarista. Maribel Golin fez dois repasses à sua campanha. O primeiro em 26 de agosto, de R$ 100 mil, por Pix. O segundo, em 6 de outubro, já no segundo turno, de R$ 400 mil, por transferência eletrônica. “Ela não repassou dinheiro a mais nenhum outro candidato”.

Envio de cocaína pelo porto da Paranaguá

Ainda segundo a reportagem, “a apuração da PF que cita a pecuarista mirou o envio de cocaína do PCC pelo porto de Paranaguá (PR) para a Europa, em parceria da facção com a ’Ndrangheta, máfia italiana originária da Calábria. O relatório cita Maribel Golin oficialmente na lista de ‘investigados’. Preso em janeiro, Willian Barile foi denunciado à Justiça Federal paranaense em fevereiro deste ano, com outras 13 pessoas, sob acusação de tráfico de drogas, associação para o tráfico, obstrução à Justiça e organização criminosa. Ele foi identificado a partir da apreensão de dois contêineres, em 2020, que levariam 554 kg de cocaína para o porto de Valência, na Espanha”.

Ao rastrear as informações do carregamento, a Polícia Federal seguiu as transações financeiras da quadrilha, mapeando um amplo esquema de lavagem de dinheiro do PCC. “Ela chegou à doadora da campanha de Tarcísio, verificando a origem e o destino do dinheiro que passou pelas contas de Barile. Uma das transações suspeitas entre os dois foi a venda de um apartamento de R$ 3 milhões, em Santo André (SP), cujo valor venal era de R$ 881 mil... A investigação rastreou ainda três transferências entre quatro empresas de Maribel e Barile, que somam R$ 3,5 milhões”.

A PF concluiu que “é crucial enfatizar que Maribel Schmittz Golin mantém uma relação próxima com Willian Barile Agati... As transações comunicadas no RIF [Relatório de Inteligência Financeira] sugerem fortemente a ocorrência de lavagem de dinheiro clássica, relacionada a imóveis. Por exemplo, as diferenças significativas entre os valores de avaliação fiscal e os valores declarados nas transações envolvendo esses indivíduos levantam suspeitas de atividades ilegais”.

Boulos ironiza: "Aqui se faz, aqui se paga"

A partir da suspeita de que a pecuarista lavaria dinheiro do tráfico, a PF ampliou o rastreamento das suas transações financeiras. “Os policiais descobriram que ela possuía quatro empresas, todas sem nenhum funcionário registrado, mas que movimentaram mais de R$ 1,4 bilhão entre 2020 e 2022”. O rastreamento também encontrou outros famosos. “Há movimentações entre Maribel e o pastor Valdemiro Santiago, da Igreja Mundial do Poder de Deus, que também são suspeitas de ocultar crimes de lavagem de dinheiro. Um colaborador da PF disse, em depoimento, que Barile atuava com Joselito Golin, marido de Maribel, e que ele ‘esquentava dinheiro dentro da igreja do pastor Valdemiro’”.

Acusado criminosamente de ligações com o PCC durante a campanha pela prefeitura da capital paulista, em 2024, o deputado federal Guilherme Boulos (Psol) não perdeu a oportunidade para ironizar o governador. “Agora fica claro quem tem relação com crime. O mundo dá voltas. No dia da eleição em São Paulo, Tarcísio me acusou de relação com o crime organizado. Menos de um ano depois, sua doadora de campanha é investigada por lavagem de dinheiro do crime organizado. Aqui se faz, aqui se paga”, afirmou em entrevista ao jornalista Leonardo Sakamoto.
Fonte: https://altamiroborges.blogspot.com/2025/07/doadora-de-tarcisio-tem-ligacoes-com-o.html