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Donald Trump, o Caim da Terra

апреля 6, 2025 11:37 , by Altamiro Borges - | No one following this article yet.
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Por Leonardo Boff, no jornal Brasil de Fato:

As Escrituras falam do primeiro assassinato, o de Caim, que por inveja matou a seu irmão Abel. O Senhor perguntou a Caim: “onde está o teu irmão Abel”, ao que lhe respondeu: “não sei, por acaso sou guarda de meu irmão?”. Deus disse: “ouço da terra a voz do sangue de teu irmão. Agora serás amaldiçoado pela própria terra, que engoliu o sangue do teu irmão derramado por ti” (Gênesis, 4, 9-12).

Há toda uma genealogia de Cains ao largo da história que assassinaram, degolaram e exterminaram inteiras nações. Hoje, a humanidade está assistindo à ação de um descendente de Caim, Donald Trump. Poucos definiram melhor o propósito do nosso Caim do que o jornalista nacional/internacional brasileiro Jamil Chade, cujas palavras repercutiram numa live na Alemanha. Afirma Jamil Chade: “Donald Trump já deixou claro: não irá fazer diplomacia. Atuará com a força, tanto bélica quanto econômica e comercial. Sua construção de uma nova ordem não passa pela paz, mas pela capitulação do adversário”.

Efetivamente, Trump deu uma reviravolta na ordem existente mundial “regida por regras”(que interessavam aos poderosos), mas que de alguma forma mantinha certo equilíbrio/desequilíbrio no planeta, dominado pelo capital especulativo em mãos de um pequeno grupo de miliarardários.

Na disputa entre unipolaridade e multipolaridade (Rússia e China), entrou de cheio em defesa da unipolaridade dos Estados Unidos: querem ser os únicos a dominar o mundo. Para manter o monopólio do poder, rompeu com aliados, especialmente europeus, saiu de quase todos os organismos da ONU, e, talvez o mais danoso, do Tratado de Paris de 2015, que previa um esforço coletivo na redução de gases de efeito estufa para estabilizar a Terra a 1,5ºC acima da era industrial até 2030. Já ultrapassamos este número e estamos perto de 2ºC ou mais.

Mas o que mostrou seu caráter de Caim da Terra foi ser o único país a votar contra o projeto da ONU contra a fome no mundo. Cortou as ajudas humanitárias, especialmente contra a fome, como a Usaid. Na África, muitas crianças morreram de fome. A supressão do voucher de comida em Bangladesh causou uma devastação entre a população pobre. Continuou apoiando o genocídio em Gaza, coisa que fizera também o genocida ex-presidente católico Joe Biden. Mais de quinze mil inocentes foram vitimados pelas bombas israelenses. É um crime contra a humanidade que clama aos céus. Trump continua apoiando o genocídio.

Além de impor pesadas tarifas às importações a todos os países, amigos ou “inimigos”, a partir de 3 de abril, internamente nos EUA, fechou o Departamento de Educação, onde se forma o espírito criativo e crítico, cortou verbas para a saúde, para a pesquisa científica e para os subsídios às universidades. Seus decretos passam por cima das leis e da própria Constituição, o que tem provocado já vários processos judiciais.

O que está fazendo com os imigrantes indocumentados, deportados, acorrentados aos milhares, com violência, enviados a seus países de origem, ou o que é pior, à prisão de Guantánamo, famosa por seus maus tratos e torturas, ou às prisões de El Salvador, sob o presidente tirano Nayib Bukele, notório violador dos direitos humanos, com torturas e assassinatos nas prisões.

A paz é imposta pela força, o que significação violenta pacificação. A diplomacia e o eventual diálogo são apenas um estratagema por impor a sua vontade. Como disse, conforme o país, faz o diálogo com o revolver sobre a mesa. Com os fracos, fala alto e aos gritos, com os fortes, baixo e manso. As únicas potências que respeita, por limitarem de seus propósitos hegemônicos, são a China e a Rússia.

“Fazer a América grande novamente”(Maga) ou “a América em primeiro lugar”(entendido “só a América”) jamais será alcançada pelos métodos perversos, violentos e humilhantes que está usando, métodos assumidos por toda a sua administração. Desde quando a história mostrou que métodos violentos criam uma paz duradoura? Só métodos pacíficos geram paz. A paz é fim e ao mesmo tempo meio.

Não é improvável que para derrotar a China, que já ultrapassou em muitos aspectos os EUA, utilize armas nucleares. A fome de poder é insaciável e, no fundo, quando a potência se sente prestes a ser superada, mova uma guerra suicida, o que significaria um desastre incalculável para a biosfera e para a sobrevivência da espécie humana. Aí se consumaria o caráter de Caim de Trump, um anjo mau da morte e dos que o aconselham. Assim se cumpririam as palavras da Escritura: “Ouço da terra a voz do sangue de teus irmãos. Agora serás amaldiçoado pela própria terra, que engoliu o sangue do teus irmãos derramados por ti, Caim” (Genesis, 4, 9-12).

Que o Senhor dos tempos e da história nos livre de semelhante desgraça, cometida por um Caim moderno, inimigo da vida.

Источник: https://altamiroborges.blogspot.com/2025/04/donald-trump-o-caim-da-terra.html