Por Altamiro Borges

Numa manobra para salvar o mandato do deputado Eduardo Bolsonaro, vulgo Dudu Bananinha, o PL indicou nesta terça-feira (16) o traidor da pátria que conspira contra o Brasil nos EUA como o novo líder da minoria na Câmara Federal. Com essa iniciativa despudorada, o partido afirma que o filhote 03 do ex-presidente não tem mais a obrigação de comparecer às sessões do parlamento e, portanto, poderá mais ser cassado por faltas no plenário.

A nomeação formal do novo líder da minoria ainda depende da aprovação do acovardado Hugo Motta (Republicanos-PB), bastante fragilizado desde quando os bolsonaristas se amotinaram e tomaram de assalto a sua cadeira de presidente da Câmara, no início de agosto. A provocação da extrema-direita é descarada. “Tomamos essa decisão convictos de que o Brasil precisa de união e coragem principalmente diante das perseguições políticas que Eduardo e seu pai estão sofrendo”, justificou Caroline de Toni (PL-SC), que renunciou à liderança para viabilizar a manobra.

Como relembra a Folha, sempre tão dócil com os bolsonaristas, “Eduardo Bolsonaro não perderia o mandato em 2025 por excesso de faltas, mesmo que deixasse de comparecer sem justificativa a todas as sessões até o fim do ano. A punição só seria possível a partir de março de 2026, quando a Câmara contabiliza as faltas do ano anterior. Ele tirou licença de 120 dias do mandato e viajou aos EUA, de onde articula punições a autoridades brasileiras com o objetivo de livrar de punição o pai, Jair Bolsonaro... No final de agosto, Eduardo enviou ao presidente da Câmara ofício em que pede para exercer seu mandato à distância”. O golpe de agora visa garantir essa picaretagem!

"Continua pingando o salário"

Do Texas, nos EUA, onde reside desde março, Dudu Bananinha festejou seu novo posto de líder da minoria. “Os líderes, pelo regimento interno, não precisam marcar presença. Ela é presumida e automática. Isso evita que eu tome falta, porque depois de três a quatro meses de falta eu poderia perder meu mandato... Com isso, para todos os efeitos, continuo sendo parlamentar. Continua o desconto em folha para aposentadoria, continua pingando o salário”, afirmou à Folha.

O líder da bancada do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), já anunciou que a sigla acionará o STF contra a manobra. “Se concretizarem isso, vamos ingressar até na Justiça contra essa isenção de faltas dos líderes e da mesa. Isso é um absurdo”. Os partidos de esquerda também pretendem coletar assinaturas pela cassação do mandato do traidor da pátria. A nomeação do novo líder da minoria não anula a punição imposta pelo Supremo Tribunal Federal, que bloqueou as contas bancárias de Eduardo Bolsonaro por tentativa de coação da Justiça a partir da sua ação nos EUA.