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Futebol e política: lições de otimismo

18 de Junho de 2018, 15:30 , por Altamiro Borges - | No one following this article yet.
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Editorial do site Vermelho:

O confronto entre Brasil e Itália, no distante 21 de junho de 1970, uniu os brasileiros – todos torciam pelo tricampeonato mundial de futebol. Era um domingo e mesmo em hospitais os internados se acotovelavam onde quer que houvesse um aparelho de TV, para torcer pela seleção canarinho.

Era com certeza um período político pior do que o atual. A ditadura militar triunfante estava no auge, sob o tacão do general Médici. O ambiente era tão opressivo que as principais correntes políticas democráticas pregavam o voto nulo na eleição de cartas marcadas que ocorreria naquele ano.

Muitos da oposição contra a ditadura começaram a Copa do México torcendo contra a seleção – torcida adversa que não prosperou, e todos se uniram quase em uníssono em apoio ao time de Tostão, Carlos Alberto, Jairzinho, Pelé, Rivelino, Gerson e seus companheiros – que foi o esteio contra o pessimismo atordoante dos brasileiros de então (que eram menos da metade de hoje: 90 milhões em ação...).

Já se passam quase meio século desde então. Os governos aprenderam a tentar usar a seu favor a força do futebol. Mas o povo aprendeu também a não confundir as coisas, nem contaminar a alegria do futebol com as contrariedades da luta política.

Esta talvez seja outra grande lição da Copa de 1970, aprendizado cuja atualidade se repete. A aversão a Temer não contamina o sentimento popular, que é a celebração dos feitos no gramado. Se hoje há desânimo em relação à Copa, ele se deve mais ao infeliz desempenho da seleção em 2014, e nem tanto aos malefícios do golpe de 2016.

A alegria do povo pode despertar impulsionada pelo desempenho do time canarinho. E o otimismo que surge em sua esteira é a permanente visão que os brasileiros têm de ser possível melhorar a vida. É o otimismo que os leva a lutar para superar obstáculos – seja no campo, seja nas lutas cotidianas. É a mesma alegria e otimismo que os move para frente, sem confundir torcida (no futebol) com convicção (na política).

E gritar gol com a mesma força e intensidade com que denuncia Golpe!

Fonte: https://altamiroborges.blogspot.com/2018/06/futebol-e-politica-licoes-de-otimismo.html