Nesta segunda-feira (22), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu direito à “prisão domiciliar humanitária” ao general Augusto Heleno. Condenado a 21 anos de detenção por compor o “núcleo crucial” da trama golpista, o militar de 78 anos está com o mal de Alzheimer, confirmado por perícia médica feita pela Polícia Federal. Em seu despacho, o temido Xandão justificou a sua bondade alegando “grave situação de saúde”, idade avançada e ausência de tentativas de fuga do general fascistoide.
No laudo, os peritos afirmaram que a manutenção de Augusto Heleno na cadeia poderia agravar a demência e outros problemas de saúde, como “prisão de ventre” e “dores nas costas”. O golpista deixará em breve a cela no Comando Militar do Planalto, em Brasília, e cumprirá a longa pena em sua luxuosa residência. Mas ele não poderá receber visitas sem autorização prévia do STF e ainda precisará usar tornozeleira eletrônica e devolver todos os passaportes. Ele também está proibido de usar telefone ou redes sociais e deverá pedir autorização prévia para deslocamentos por motivo de saúde.
O asqueroso currículo do militar fascista
Como lembra o colunista Bernardo Mello Franco, uma das poucas vozes críticas do jornal O Globo, o general Augusto Heleno é um dos milicos mais reacionários do país. Sua trajetória é asquerosa, tendo sido considerado “um decano” pelo fascista Jair Bolsonaro. “Heleno tem currículo. Em 1977, era ajudante de ordens do ministro do Exército que tentou dar um golpe dentro do golpe para impedir a redemocratização. Sylvio Frota foi demitido, mas seu auxiliar continuou a subir na carreira. Chefiou tropas no Haiti e na Amazônia. Só não comandou a força terrestre porque quebrou a hierarquia ao atacar o governo pela demarcação de terras indígenas”.
“O general nunca escondeu as convicções autoritárias. Ao passar para a reserva, discursou em defesa do golpe de 1964 e do regime que lhe sucedeu. Mesmo assim, continuou a ser tratado como uma figura apta a opinar sobre os rumos do país. Até a eleição de 2018, Heleno era mais um general de pijama com saudade da ditadura. A partir da vitória de Jair Bolsonaro, passou a ser um risco real à democracia. O ministro chegou a ser vendido como uma voz de moderação no governo. Puro delírio, como ele próprio fez questão de demonstrar”.
“No sexto mês de governo, Heleno interrompeu aos gritos um café do presidente com jornalistas. Esmurrou a mesa e xingou Lula, que estava preso em Curitiba. Sem freios na língua, o general conseguiu fabricar crises até com o papa. Descreveu o Sínodo da Amazônia, convocado antes da vitória de Bolsonaro, como uma ‘interferência’ da Santa Sé no Brasil. Encarregado da inteligência do Planalto, o general deu demonstrações claras de inaptidão para o cargo. Numa passagem folclórica, divulgou seus dados pessoais por engano na internet. Acabou cadastrado no PT, no PSOL e na União da Juventude Socialista”.
“A soma de destempero com desinteligência complicou o ex-ministro no julgamento do estado-maior do golpe. Poucos réus produziram tantas provas contra si mesmos. Além de defender uma ‘virada de mesa’ em reunião gravada, Heleno deixou uma caderneta recheada de planos golpistas. Às vésperas de ser condenado, o general ainda tentou se descolar de Bolsonaro. Faltou combinar com o capitão. No dia em que o então ministro fez 73 anos, o presidente deixou claro que seguia suas ordens desde os tempos da Academia Militar. ‘Obrigado, general Heleno, por ser a nossa inspiração em tudo, em quase tudo, que fazemos lá na Presidência’, derramou-se”.
Bolsonaro insiste na prisão domiciliar
Com esse histórico tenebroso, o general agora retorna à sua residência em prisão domiciliar. O seu pupilo tenta o mesmo caminho. Na sexta-feira passada (19), os advogados de Jair Bolsonaro voltaram a solicitar o mesmo privilégio. O temido Xandão não foi tão bondoso e rejeitou o pedido. Mas, segundo matéria da CNN-Brasil, o caminho para a “prisão domiciliar humanitária” do chefão da Orcrim (organização criminosa) golpista já está traçado.
“Existe uma expectativa no entorno do ex-presidente de que ele consiga prisão domiciliar após a defesa solicitar autorização para realização de uma cirurgia de hérnia. No mesmo pedido em que foi apontada a necessidade da cirurgia, a defesa também havia solicitado prisão domiciliar. A expectativa dos aliados era de que fosse um ‘combo’ atendido pelo STF, mas o ministro Alexandre de Moraes negou o pedido de domiciliar na última sexta-feira. Os aliados trabalham com o argumento de que Bolsonaro não tem condições de saúde para permanecer em regime fechado e defendem que ele possa cumprir prisão domiciliar. Há um tom emocional forte no discurso, já que muitos visitaram o ex-presidente e acompanharam de perto seu quadro de saúde”.
“O general nunca escondeu as convicções autoritárias. Ao passar para a reserva, discursou em defesa do golpe de 1964 e do regime que lhe sucedeu. Mesmo assim, continuou a ser tratado como uma figura apta a opinar sobre os rumos do país. Até a eleição de 2018, Heleno era mais um general de pijama com saudade da ditadura. A partir da vitória de Jair Bolsonaro, passou a ser um risco real à democracia. O ministro chegou a ser vendido como uma voz de moderação no governo. Puro delírio, como ele próprio fez questão de demonstrar”.
“No sexto mês de governo, Heleno interrompeu aos gritos um café do presidente com jornalistas. Esmurrou a mesa e xingou Lula, que estava preso em Curitiba. Sem freios na língua, o general conseguiu fabricar crises até com o papa. Descreveu o Sínodo da Amazônia, convocado antes da vitória de Bolsonaro, como uma ‘interferência’ da Santa Sé no Brasil. Encarregado da inteligência do Planalto, o general deu demonstrações claras de inaptidão para o cargo. Numa passagem folclórica, divulgou seus dados pessoais por engano na internet. Acabou cadastrado no PT, no PSOL e na União da Juventude Socialista”.
“A soma de destempero com desinteligência complicou o ex-ministro no julgamento do estado-maior do golpe. Poucos réus produziram tantas provas contra si mesmos. Além de defender uma ‘virada de mesa’ em reunião gravada, Heleno deixou uma caderneta recheada de planos golpistas. Às vésperas de ser condenado, o general ainda tentou se descolar de Bolsonaro. Faltou combinar com o capitão. No dia em que o então ministro fez 73 anos, o presidente deixou claro que seguia suas ordens desde os tempos da Academia Militar. ‘Obrigado, general Heleno, por ser a nossa inspiração em tudo, em quase tudo, que fazemos lá na Presidência’, derramou-se”.
Bolsonaro insiste na prisão domiciliar
Com esse histórico tenebroso, o general agora retorna à sua residência em prisão domiciliar. O seu pupilo tenta o mesmo caminho. Na sexta-feira passada (19), os advogados de Jair Bolsonaro voltaram a solicitar o mesmo privilégio. O temido Xandão não foi tão bondoso e rejeitou o pedido. Mas, segundo matéria da CNN-Brasil, o caminho para a “prisão domiciliar humanitária” do chefão da Orcrim (organização criminosa) golpista já está traçado.
“Existe uma expectativa no entorno do ex-presidente de que ele consiga prisão domiciliar após a defesa solicitar autorização para realização de uma cirurgia de hérnia. No mesmo pedido em que foi apontada a necessidade da cirurgia, a defesa também havia solicitado prisão domiciliar. A expectativa dos aliados era de que fosse um ‘combo’ atendido pelo STF, mas o ministro Alexandre de Moraes negou o pedido de domiciliar na última sexta-feira. Os aliados trabalham com o argumento de que Bolsonaro não tem condições de saúde para permanecer em regime fechado e defendem que ele possa cumprir prisão domiciliar. Há um tom emocional forte no discurso, já que muitos visitaram o ex-presidente e acompanharam de perto seu quadro de saúde”.










