Por Altamiro Borges
A farra das emendas parlamentares segue produzindo graves distorções com os recursos públicos. Nessa sexta-feira (18), o jornal Estadão noticiou que “empresários criaram offshores em paraíso fiscal para lavar dinheiro desviado de emendas”. A denúncia tem como base uma investigação da Polícia Federal. Segundo o órgão, “os irmãos Alex Rezende Parente e Fábio Rezende Parente, empresários do ramo de construção civil investigados na Operação Overclean, montaram um ‘sofisticado e estruturado esquema de lavagem de capitais e ocultação patrimonial’”.
Em novembro de 2024, a PF descobriu que os larápios criaram três empresas nas Ilhas Virgens Britânicas, paraíso fiscal no Caribe, - a Lexpar Capital & Assets Corp, a Biopar Capital & Assets Corp e a Flap Jet Assets Management Corp. “A criação dessas estruturas offshore denota o claro objetivo de dificultar o rastreamento dos recursos ilícitos e assegurar a blindagem patrimonial dos valores provenientes do esquema criminoso em investigação”, afirma o relatório da Overclean.
Ainda de acordo com o jornal, “os investigadores agora buscam identificar o valor exato remetido ao exterior. Segundo a PF, o ‘caráter insidioso e complexo do método empregado’ vem dificultando o trabalho... Além da constituição das offshores, os empresários também teriam usado contratos particulares, conhecidos como ‘contratos de gaveta’, para ocultar a propriedade de imóveis comprados com recursos ilícitos”.
Caciques do União Brasil
Alex Parente é apontado como o “responsável por deliberações estratégicas do planejamento à execução das ações ilícitas”. Já seu irmão Fábio seria o operador financeiro e mentor do esquema. Quando a primeira fase da Operação Overclean foi deflagrada, em dezembro de 2024, os agentes da PF apreenderam R$ 1,5 milhão com Alex Parente em um jatinho em Brasília.
Como lembra o Estadão – sem dar maior realce à denúncia – “o inquérito da operação foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) porque o deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), que tem foro privilegiado, foi citado. Ele nega irregularidades e afirma que o parlamentar que indica emendas “não tem competência e nem se torna responsável pela execução das verbas e pela fiscalização das respectivas obras e serviços”.
O jornalão também deixa de enfatizar que outros caciques do União Brasil – partido de direita que recentemente lançou o governador ruralista Ronaldo Caiado à presidência da República – estão envolvidos no desvio de recursos das emendas parlamentares.
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