Por Altamiro Borges
Concluído neste final de semana no Balneário Camboriú (SC), o convescote da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês) reuniu expoentes da extrema direita mundial, como o ladrão de joias Jair Bolsonaro e El Loco Javier Milei, foi palco de discursos terraplanistas e presenciou até agressões a jornalistas da mídia corporativa – a mesma que segue chocando o ovo de serpente fascista no Brasil.
No sábado (6), um repórter do jornal Estadão foi hostilizado após fazer uma pergunta à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro – também apelidada de Micheque ou Mijoias – sobre o indiciamento do maridão pela Polícia Federal. O jornalista Pedro Augusto Figueiredo foi empurrado por milicianos bolsonaristas durante a entrevista. Na sequência, ele foi seguido por um grupo de jagunços. Um deles chegou a dar outro empurrão no ombro do repórter, que se desequilibrou.
Já no domingo, a repórter Isadora Aires, da CNN-Brasil, teve que deixar o local do evento para não sofrer agressões. Segundo relato do site UOL, “a jornalista já tinha feito entrada ao vivo e se preparava para ir ao ar novamente, quando foi cercada por um grupo. O evento precisou ser interrompido por alguns minutos. Ela saiu escoltada. Alguns participantes gritaram ‘fora’”.
Ameaça à democracia e à liberdade de expressão
Diante das cenas de violência, a emissora – que no passado foi alinhada ao bolsonarismo – divulgou nota registrando que a jornalista “foi hostilizada por manifestantes durante o exercício de sua atividade profissional e teve de ser retirada do local e levada para um ambiente seguro... A CNN Brasil considera esse tipo de atitude uma ameaça à democracia e à liberdade de expressão e não se intimidará em realizar sua cobertura, apartidária e sem viés ideológico”.
Katia Brembatti, presidente da Associação Brasileira de Jornalista Investigativo (Abraji), também criticou a truculência dos participantes da CPAC. “É inadmissível a hostilidade direcionada a jornalistas em eventos públicos. São profissionais que estão ali trabalhando, não porque são favoráveis ou contrários a algum partido, mas para cumprir a missão de levar informações à sociedade. Quando ocorrem situações como as registradas por dois dias seguidos em Balneário Camboriú, autoridades e organizadores devem se posicionar claramente em defesa da atuação de jornalistas e não incentivar ataques”.
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