Por Altamiro Borges

Estudo divulgado na semana passada pela agência de marketing Ativaweb devia acender de vez o sinal de alerta em Brasília. Ele mostra que os perfis de Lula no Instagram e no Facebook perderam cerca de 1 milhão de seguidores entre janeiro e maio de 2025. Nesse intervalo, as postagens críticas ao presidente nas redes sociais da big tech Meta foram, em média, de 71%.

Como reflexo da “Operação Sem Desconto” da Polícia Federal, que revelou a fraude bilionária do INSS com o roubo de aposentados, abril foi o pior mês tanto na fuga de seguidores quanto nas menções negativas. Segundo o levantamento, Lula perdeu cerca de 240 mil seguidores e colheu 79% de ataques. Nos meses anteriores, a queda foi de 180 mil em janeiro, 195 mil em fevereiro e 195 mil em março. Em maio, a redução foi de 190 mil seguidores nas suas redes.

Entre os principais termos associados ao presidente no ambiente digital no período, a agência listou “roubo”, “INSS” e “cadê a picanha”. “Quem perde a guerra digital, perde o poder de convencer. E Lula, até aqui, perdeu o controle da sua imagem no ambiente mais decisivo da opinião pública atual: as redes”, afirma Alek Maracajá, diretor da Ativaweb.

Desaprovação de 53,7% na pesquisa AtlasIntel

O declínio nessa plataforma decisiva da luta de ideias da atualidade ajuda a entender a queda de popularidade do governo nas últimas sondagens de opinião pública. A derrota na chamada batalha de narrativas não explica tudo, mas é um fator determinante. Nesta sexta-feira (30), pesquisa AtlasIntel mostrou um novo recorde da desaprovação de Lula, que voltou a subir. O índice agora é de 53,7%. Na medição anterior, de janeiro de 2024, a parcela de entrevistados que desaprovavam o presidente era de 45,4%.

Essa foi a primeira pesquisa do instituto após o escândalo dos descontos fraudulentos nos benefícios do INSS. Para 60% dos entrevistados, a “corrupção” voltou a ser o maior problema do Brasil, assumindo o topo da lista no lugar da “criminalidade e tráfico”. Esses números confirmam as dificuldades que as esquerdas terão nas eleições do próximo ano.

A AtlasIntel até fez sondagens sobre essa disputa. Nas várias simulações do instituto, Lula venceria todos os adversários no primeiro turno, mas perderia na segunda rodada para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (48,9% a 45,1%), para a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (49,8% a 45,3%) e para o ainda inelegível Jair Bolsonaro (47,5% a 45,5%).