Por Altamiro Borges
Nesta sexta-feira (25), o ex-coach Pablo Marçal, que obteve 1.719.274 de votos e ficou de fora do segundo turno das eleições para a prefeitura de São Paulo, protagonizou mais um gesto matreiro, oportunista, para tentar se livrar de futuras punições da Justiça. Após rotular Guilherme Boulos de “cheirador” e, de forma criminosa, apresentar um laudo médico falso contra o adversário do Psol, ele convidou o alvo de suas fake news para uma sabatina em seus canais no Youtube e Instagram.
Bem diferente da sua postura agressiva, repugnante, no primeiro turno, o “herdeiro bastardo” do bolsonarismo se portou com civilidade. Sem fazer qualquer autocrítica por suas agressões levianas na campanha, o fascistinha posou de educado, tentando melhorar a sua imagem. Resta saber se a manobra será suficiente para normalizar as suas baixarias e para livrá-lo de vários processos. Até o início de outubro, Pablo Marçal já somava nove ações eleitorais que podem torná-lo inelegível.
Nove ações podem tornar o fascista inelegível
Segundo levantamento feito pela Folha, “existem 9 ações de investigação judicial eleitoral (Aijes) em tramitação contra Marçal na 1ª instância, apresentadas por diferentes atores e por motivos variados, e que envolvem ainda a etapa de produção de provas... Esse tipo de processo avalia em linhas gerais se houve abuso de poder na campanha. Como Marçal perdeu nas urnas, a principal punição que poderá sofrer é ficar fora das eleições por oito anos, a contar da data deste pleito”.
Entre as Aijes já ajuizadas estão as que tratam das competições de cortes de vídeos no Discord. A principal delas foi apresentada pelo PSB, partido de Tabata Amaral, e resultou na suspensão, por ordem da Justiça Eleitoral, dos perfis que o provocador usava até então nas redes sociais. Houve também uma ação do Ministério Público sobre o mesmo tema. Há ainda duas ações, apresentadas pelo PSB e por Guilherme Boulos, que miram pedido de Pablo Marçal de transferência de R$ 5 mil de candidatos a vereador em todo o país em troca de um vídeo de apoio.
Laudo falso é o crime mais grave
Outra Aije, também apresentada pelo PSB, reúne vários fatos contra o ex-coach, como realização de sorteios e falas contra a Justiça Eleitoral, alegando que teria havido uma “violação contínua, sistemática, reiterada e programada” de diversos pontos da legislação. Já o apresentador José Luiz Datena (PSDB) entrou com ação sobre doações à campanha do fascista vindas de beneficiários de programas sociais. Outras três Aijes são da vereadora Silvia Ferraro (Psol) e, trazem, de modo geral, alegações parecidas com as outras ações, além de uma sobre o ato do 7 de Setembro.
Como destaca a reportagem, o crime mais grave do fascistinha ainda não foi contemplado com nenhuma ação na Justiça. Trata-se da ampla difusão de um laudo médico falso contra Guilherme Boulos às vésperas do primeiro – “que só no Instagram chegou a atingir mais de 7 milhões de visualizações na postagem original do candidato... Uma eventual condenação por crime eleitoral, no caso do laudo, poderia enquadrar Marçal na Lei da Ficha Limpa, após decisão transitada em julgado ou de órgão colegiado. Cabe ao Ministério Público eventual apresentação de denúncia”.
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