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Atlanta, 14/6/25. Foto: Elijah Nouvelage/AFP |
A tensão política cresce de forma acelerada nos EUA e pode até desembocar, segundo vários analistas, em uma guerra civil no império decadente. Neste sábado (14), milhares de ianques foram às ruas para protestar contra Donald Trump, enquanto o ditador promovia um patético desfile militar em Washington para demonstrar força. Os protestos organizados pela coalizão “No Kings” (Sem Reis), que agrega mais de 100 entidades da sociedade civil, ocorreram em 2.100 locais em todos os 50 estados do país e mobilizaram centenas de milhares de pessoas.
Em Nova York, por exemplo, a passeata reuniu 200 mil pessoas; já na Filadélfia foram mais de 100 mil. Também houve manifestações gigantescas em outras importantes cidades, como Los Angeles, Chicago, Houston, Dallas e Miami. Os protestos ainda agitaram pequenos povoados, como em Pentwater, no Michigan, que juntou 400 pessoas em uma cidade que possui 800 habitantes. Mesmo em estados administrados por republicanos, os manifestantes não se intimidaram diante das ameaças e da violência policial.
Na Flórida, o governador trumpista Ron DeSantis até atiçou seus apoiadores a atropelarem os ativistas nas ruas. “Você não precisa ficar sentado ali, como um alvo fácil, deixando a multidão te tirar do seu carro. Você tem o direito de se defender na Flórida”, rosnou. Em São Francisco, a emissora NBC News noticiou que um motorista atropelou pelo menos quatro manifestantes, que sofreram “ferimentos sem risco de vida”, enquanto na Virgínia um homem dirigiu seu veículo no meio de uma multidão e feriu um manifestante.
O principal estopim das manifestações
O principal estopim para os protestos foi a política criminosa de deportações imposta pelo governo neofascista. Na semana passada, Donald Trump chegou a enviar tropas da Guarda Nacional e fuzileiros navais para Los Angeles, Califórnia, para reprimir ativistas contrários às perseguições contra os imigrantes – algo não visto nos EUA desde os anos 1960 na luta pelos direitos civis e contra o racismo. Mas as manifestações deste sábado também reforçaram outras pautas de oposição ao ditador do império decadente.
Como lembra o jornal britânico The Guardian, “desde o início de seu segundo mandato, a oposição a Trump cresceu, manifestando-se em protestos e manifestações, inclusive contra Elon Musk e sua montadora, contra deportações, em torno de sua agenda de retaliação e cortes governamentais. O Consórcio de Contagem de Multidões de Harvard constatou que houve três vezes mais protestos até o final de março de 2025 em comparação com 2017, durante o primeiro mandato de Trump, e isso antes dos grandes protestos de abril e maio”.