Por Altamiro Borges
Na semana passada, o Supremo Tribunal Federal rejeitou mais uma manobra jurídica das defesas de Jair Bolsonaro e de outros 33 milicianos – fardados e civis –, acusados por tentativa de golpe de Estado. Os advogados pediram o afastamento dos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin, alegando “falta de isenção” no julgamento. O único que votou a favor da absurda tese foi André Mendonça, indicado ao STF pelo ex-presidente golpista. Os outros dez negaram o pedido, inclusive o camaleônico Kassio Nunes Marques, também nomeado pelo “capetão”.
Ele ainda votou pela manutenção do julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) na Primeira Turma do STF, rompendo a dobradinha com André Mendonça. O “terrivelmente evangélico” pediu o afastamento dos três ministros alegando, na maior caradura, que eles feriam “a lógica de todo arcabouço constitucional de proteção à imparcialidade judicial”. Isolado, André Mendonça novamente foi motivo de ironias entre seus pares, que lembraram que ele foi ministro da Justiça e foi indicado ao STF pelo chefão da trama golpista – o que anularia sua “isenção”.
Bolsonaro e Silas Malafaia estão magoadinhos
O surpreendente voto de Nunes Marques foi motivo de fúria das hordas bolsonaristas nas redes digitais. O próprio ex-presidente ficou indignado, principalmente com o apoio à permanência de Alexandre de Moraes no julgamento. Segundo notinha do site Metrópoles, “Jair Bolsonaro se mostrou decepcionado. Ele não se manifestou publicamente sobre o assunto, mas confidenciou a aliados que ficou ‘perplexo’ e ‘triste’ com o voto de Nunes Marques, que foi contra seu pedido para afastar Moraes do caso. Para Bolsonaro, o voto foi ‘inexplicável’, uma vez que a suspeição de Alexandre de Moraes para julgá-lo seria ‘evidente’”.
Outro que ficou encapetado foi o “pastor” Silas Malafaia. “Kassio Nunes é corporativista. Ele está fazendo o jogo do corporativismo do STF, já que está sendo confrontado pela sociedade. A lei é bem clara sobre a suspeição de um juiz... Flávio Dino chamou Bolsonaro de ‘demônio’. Moraes diz que a extrema-direita tem que ser ‘combatida na América Latina’. O outro [Cristiano Zanin] foi advogado do Lula. Precisa falar algo mais? Kassio está sendo corporativista. Queria aproveitar e parabenizar o André Mendonça, que foi o único que votou pela suspeição de Moraes”.
O chororô dos bolsonaristas, porém, não deu em nada. Eles foram derrotados novamente no STF.
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