Por Altamiro Borges

Pablo Marçal, o fascistoide que quase chegou ao segundo turno das eleições para a prefeitura de São Paulo no ano passado, não poderá disputar novos pleitos a cargos públicos por oito anos. A decisão da inelegibilidade foi tomada pela primeira instância da Justiça Eleitoral de São Paulo e foi publicada na sexta-feira (21). O ex-coach foi condenado por abuso de poder político e econômico, uso indevido de meios de comunicação social e captação ilícita de recursos financeiros.

O julgamento decorreu de duas ações movidas pelo Psol, sigla de Guilherme Boulos, e pelo PSB, de Tabata Amaral. Os partidos questionaram vídeo postado em 29 de setembro de 2024, poucos dias antes do primeiro turno, no qual Pablo Marçal oferecia apoio a candidatos a vereador “que não sejam de esquerda” em troca de doações de R$ 5 mil para sua campanha. A Justiça avaliou que a prática configura compra de apoio político, violando as normas eleitorais brasileiras.

Em sua sentença, o juiz Antonio Maria Patiño Zorz enfatizou: “Ficou demonstrado que o réu Pablo Marçal ofereceu apoio político por meio de um vídeo para impulsionar campanha de candidatos a vereador em troca de doação do valor de R$ 5.000,00 para sua campanha eleitoral. Referido fato ficou incontroverso considerando-se que não foi refutado pelos réus, além de ter confirmado o recebimento de doações decorrentes do referido vídeo, bem como violou as normas que regem as eleições brasileiras, pois sua conduta configura fraude à lei que caracteriza abuso de poder".

A decisão em primeira instância foi festejada. Pelas redes sociais, o deputado Guilherme Boulos ironizou: “Aqui se faz, aqui se paga”. Já a deputada Tabata Amaral também fustigou: “Marçal fez na disputa pela prefeitura de São Paulo o que fez ao longo de toda a sua vida: mentiu, fraudou e se valeu de dinheiro sujo... Abuso de poder econômico, ou seja, compra de apoio político, foi apenas um dos crimes do Pablo e essa é uma das muitas ações que protocolamos. Hoje, a Justiça Eleitoral acatou nossa ação e decidiu que Marçal está inelegível por 8 anos”.