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| Charge: Gilmar |
O patético Padre Kelmon, que ganhou fama nas eleições presidenciais de 2022 ao atuar como marionete do “capetão” Jair Bolsonaro, voltou ao noticiário na semana passada em mais um caso grotesco. O site Metrópoles postou que o “religioso” processou a Azul Linhas Aéreas após denunciar ter passado “fome e sede” no aeroporto de Salvador (BA) devido ao cancelamento de dois voos da companhia. A Justiça, porém, rejeitou a ação porque o farsante não conseguiu “comprovar pobreza” e não pagou as custas para o andamento do processo.
No processo, a defesa alegou que Padre Kelmon sofreu prejuízos e que a empresa feriu o Código de Defesa do Consumidor. “Ele foi obrigado a suportar fome, sede e a impossibilidade de realizar suas necessidades mais básicas, como alimentação e higiene pessoal... O requerente, por sua condição econômica, não possuía recursos financeiros suficientes. Sem dinheiro para adquirir água ou comida, e contando apenas com a roupa do corpo e sua bagagem, o requerente se viu forçado a aguardar no saguão do aeroporto por uma solução”, choramingou seu advogado.
Farsante bolsonarista não convenceu o TJ-SP
O chororô, porém, não convenceu o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que decidiu arquivar a ação de indenização contra a Azul. O farsante bolsonarista pediu R$ 62 mil por danos morais. “O benefício foi indeferido porque o religioso não apresentou as provas solicitadas pela Justiça, como extrato bancário dos último três meses, que comprovassem a ‘hipossuficiência’ dele”. Ao mover a ação, Padre Kelmon pediu o benefício da Justiça gratuita, que livra uma das partes do processo de arcar com as custas judiciais”.
“Toda ação judicial gera uma série de taxas e despesas aos tribunais, por exemplo, com custos de impressão, remessa processual, diligências, entre outros encargos burocráticos. Como Padre Kelmon pediu a concessão do benefício, a juíza Renata Longo Vilalba Serrano Nunes solicitou que ele apresentasse provas, sob pena de indeferimento do benefício de gratuidade... Como ele não apresentou a documentação solicitada, o pedido de justiça gratuita foi indeferido”. A sentença transitou em julgado em 10 de fevereiro deste ano e o farsante não tem mais escapatória.
Um integralista metido em vários rolos
Padre Kelmon virou “celebridade” em um debate da TV Globo nas vésperas do primeiro turno das eleições de 2022. Ele se tornou candidato do PTB após a impugnação de Roberto Jefferson, o chefão do PTB que lançou bombas e feriu dois agentes da Polícia Federal. Durante o debate, ele serviu de laranja de Jair Bolsonaro e foi apelidado pela candidata Soraya Thronicke (União Brasil) de “padre de festa junina”. O apelido pegou e Kelmon virou motivo de piada nas redes sociais.
Na época, o jornalista Chico Alves revelou no UOL que o exótico candidato não era apenas um ser risível. “A parceria entre Bolsonaro e Kelmon tem outro ingrediente, bastante sinistro. O petebista é mais um personagem ligado ao integralismo – cópia brasileira do fascismo italiano – que se alia ao presidente... A proximidade de Kelmon com os integralistas pode ser constatada nos registros de sua participação no 4º Congresso Nacional do Integralismo, realizado em 2012, em São Paulo”. Ele inclusive foi um dos candidatos apoiado pela Frente Integralista Brasileira (FIB) em 2022.
A reportagem ainda revelou outros detalhes dessa figura sinistra. “Além de ter sua condição de padre ortodoxo negada pela Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil, Kelmon está às voltas com outros rolos: gastou 97% do fundo eleitoral [R$ 1,2 milhão] com agência de marketing de um antigo parceiro do PTB e admitiu que recebeu auxílio emergencial. A proximidade (para dizer o mínimo) com o integralismo é mais uma de suas encrencas. Esse tipo de conduta e de ideologia diz muito não só sobre Kelmon, mas também sobre Bolsonaro”.
