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Perseguição bolsonarista ameaça jornalistas

25 de Junho de 2019, 16:38 , por Altamiro Borges - | No one following this article yet.
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Por Altamiro Borges

Nesta segunda-feira (24), a Rede Record – comandada com mãos de ferro pelo “bispo” Edir Macedo, o bilionário mercador da fé religiosa no Brasil e em vários outros países – anunciou o afastamento do apresentador Paulo Henrique Amorim do programa Domingo Espetacular.

O renomado jornalista, que já atuou nos principais veículos de comunicação do país, ganhou vários prêmios e publicou livros de sucesso, era o âncora do programa de maior audiência da emissora há quase 15 anos. Ele nunca foi afastado e atuou de forma ininterrupta.

Já fora da Record, Paulo Henrique Amorim edita com independência um dos blogs mais acessados do país, o Conversa Afiada, conhecido por suas posições nacionalistas e democráticas. O “ansioso” blogueiro, como ele mesmo brinca, sempre agiu com coragem e altivez, defendendo suas ideias.

Exatamente por isso, há muito tempo o jornalista era alvo de perseguição, inclusive com ameaças de agressão, das milícias bolsonaristas. Agora, a TV Record, que não esconde suas ligações carnais com o “capetão” Bolsonaro, decide afastá-lo. Ele segue na emissora, mas ainda sem função definida.

Na prática, Paulo Henrique Amorim é vítima da onda de ataques à liberdade de expressão na atual “era bolsonarista” – ou Bolsonazista, como alguns já apelidaram esse período sombrio. O site The Intercept, que tem vazado mensagens trocadas por Sergio Moro com seus “conjes” e comparsas, que comprovam os abusos de autoridade da Lava-Jato, também é alvo dessas hordas fascistas. Elas tem rosnado pelo fechamento do site, pela expulsão do país do seu editor, Green Greenwald.

Até mesmo jornalistas e veículos da mídia monopolista, que ajudaram a chocar o ovo da serpente fascista que resultou no golpe do impeachment de Dilma, na prisão política de Lula e na chegada ao governo dos milicianos de Jair Bolsonaro, são vítimas desses ataques à liberdade de expressão.

Reinaldo Azevedo, que criou o termo “petralha” quando ainda trabalhava na obscena revista Veja, é hoje detestado pelas hordas bolsonaristas. Por suas críticas aos abusos de autoridade de Sergio Moro, ele é visto por olavetes e outros lunáticos como comunista, esquerdista e “petralha”.

Outro comentarista que ganhou os holofotes por sua obsessão contra as forças de esquerda, Marco Antonio Villa, recentemente foi afastado da rádio Jovem Pan – também conhecida por rádio Ku Klus Kan por sua linha editorial fascista, racista, e por suas ligações com o clã Bolsonaro.

Há também o caso curioso da jornalista Raquel Sheherazade, âncora da SBT, que hoje é perseguida pelos financiadores de Bolsonaro. Nessa semana, o dono das Lojas Havan, Luciano Hang – famoso picareta que enricou mamando nas tetas do BNDES e que está metido em inúmeras denúncias de falcatruas –, pediu a cabeça da jornalista a Silvio Santos, o “topa tudo por dinheiro” do SBT.

Esses casos – e muitos outros – evidenciam que o Brasil está vivendo uma perigosa regressão. A democracia está sendo asfixiada. Os fascistas estão excitados – perseguem, exigem demissões e não vacilariam, inclusive, em promover agressões físicas, em bancar crimes.

Ou a sociedade se levanta contra essa onda autoritária – inclusive os veículos e jornalistas da mídia monopolista que ajudaram a criar esse monstro – ou todos padecerão. Não haverá liberdade para ninguém. Vingará o silêncio da censura, da morte, da escuridão.

Fonte: https://altamiroborges.blogspot.com/2019/06/perseguicao-bolsonarista-ameaca.html