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PF prende ex-assessor militar de Bolsonaro

June 19, 2025 12:35 , von Altamiro Borges - | No one following this article yet.
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Por Altamiro Borges

Por decisão do ministro Alexandre de Moraes, a Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (18) o coronel da reserva Marcelo Câmara, ex-assessor de Jair Bolsonaro e réu no processo sobre a trama golpista. A medida foi tomada após seu advogado, Luiz Eduardo Kuntz, enviar ao Supremo Tribunal Federal (STF) mensagens trocadas com o tenente-coronel Mauro Cid sobre sua delação premiada. Com base nessas conversas, ele pediu a anulação do processo contra o seu cliente.

A postura do advogado acabou complicando ainda mais a situação do militar e sua própria defesa. “São gravíssimas as condutas noticiadas nos autos, indicando, neste momento, a possível tentativa de obstrução da investigação, por Marcelo Costa Câmara e por seu advogado Luiz Eduardo de Almeida Santos Kuntz, que transbordou ilicitamente das obrigações legais de advogado”, afirmou o ministro do STF em sua decisão. Alexandre de Moraes determinou ainda a abertura de inquérito contra o advogado e o réu pelo possível crime de obstrução de investigação.

Coronel da reserva infringiu duas proibições expressas

Marcelo Câmara, Mauro Cid e Luiz Kuntz devem ser ouvidos pela Polícia Federal em até 15 dias. O advogado do militar golpista enviou ao STF várias fotos, áudios e mensagens de conversas que ele diz ter mantido com Mauro Cid de 29 de janeiro a 13 de março de 2024 pelo aplicativo Instagram. Nos diálogos, o ex-faz-tudo de Jair Bolsonaro conta detalhes sobre os seus depoimentos à Polícia Federal e faz desabafos sobre a falta de apoio de seus antigos aliados.

O coronel da reserva Marcelo Câmara é réu no Supremo sob a suspeita de monitorar a localização de Alexandre de Moraes no fim de 2022 para uma eventual prisão em meio à trama golpista. Ao pedir sua prisão, o ministro afirma que o militar demonstrou “completo desprezo” pelas decisões do STF ao violar medidas cautelares impostas durante as investigações da “Abin Paralela”. Ele teria infringido ao menos duas proibições expressas: a de usar redes sociais, mesmo por terceiros, e a de manter contato com outros investigados, inclusive por intermédio de advogados.

O objetivo seria obter dados sigilosos sobre o acordo de delação premiada de Mauro Cid. Para o ministro, a manobra buscava influenciar o processo penal e violava a integridade das provas. Alexandre de Moraes entendeu que o comportamento de Marcelo Câmara ultrapassou os limites da defesa técnica e representa um risco à ordem pública e à instrução criminal. Daí o pedido da prisão preventiva e também a solicitação de abertura de inquérito contra o advogado.

Advogado tem trânsito no meio militar e defende bolsonaristas

Como lembra a revista Fórum, “pivô do mais novo levante de Jair Bolsonaro (PL) para tentar anular a delação de Mauro Cid, Eduardo Kuntz tem um histórico de ações contra Alexandre de Moraes e é um dos principais interlocutores do governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) junto ao ministro do Supremo Tribunal Federal. Ele é filho de Christiano Kuntz – segundo tenente da reserva do Exército e desembargador aposentado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP)”.

“Com ligação histórica com a direita paulista – herdada do pai Christiano, de quem é sócio em um escritório de advocacia –, Eduardo Kuntz está no centro dos principais ataques contra Alexandre de Moraes nos últimos anos. Kuntz atuou como advogado de Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)” – que vazou “informações” para o jornalista Glenn Greenwald, que resultaram em uma série de reportagens da Folha para desgastar o ministro do STF.

Ainda segundo a reportagem, “com ligações estreitas com Michel Temer (MDB) e trânsito no meio militar”, Eduardo Kuntz também defendeu outros famosos bolsonaristas. Entre eles, “o capitão de corveta Marcelo da Silva Vieira, preso nas investigações sobre o furto de joias da Presidência”; “Tércio Arnaud, que comandou o ‘gabinete do ódio’, e Fabio Wajngarten, que se afastou do corpo de advogados do ex-presidente ao ser indiciado na quadrilha do furto de joias”.

Quelle: https://altamiroborges.blogspot.com/2025/06/pf-prende-ex-assessor-militar-de.html