Por Altamiro Borges
Na semana passada, o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) apresentou um projeto de lei que impede que empresas envolvidas em ataques à democracia participem de licitações e firmem contratos com o poder público por até 20 anos. O projeto foi nomeado de “PL Véio da Havan”, em uma referência hilária ao bilionário bolsonarista Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, e deve ter assustado setores da cloaca burguesa nativa, que tem o golpismo no DNA.
Na delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-faz-tudo de Jair Bolsonaro, o ricaço foi citado como um dos mais ativos mentores e financiadores das ações antidemocráticas no Brasil. “Hang teria participado de reuniões com outros empresários para convencer o então presidente a fabricar uma falsa denúncia de fraude nas urnas e promover um golpe de estado”, descreve o site do Psol.
Para o deputado, permitir que empresas sigam lucrando com dinheiro público enquanto tramam contra a democracia é inaceitável. “O Véio da Havan é um exemplo claro do que queremos combater”, explica. “Além do financiamento golpista, as lojas da rede serviram como ponto de mobilização para manifestantes que pediam um golpe militar após a vitória de Lula”.
Hang está magoado com Bolsonaro
Como lembra o site, “se aprovado, o projeto será decisivo no combate ao extremismo político no Brasil, garantindo que golpistas não sigam lucrando às custas do povo”. Até agora, os empresários que financiaram as ações de golpistas – como os bloqueios de rodovias, os acampamentos em frente aos quartéis do Exército em todo o país e os atos de terrorismo em Brasília no fatídico 8 de janeiro de 2023 – seguem livres. O “PL do Véio da Havan” ajuda a denunciar a impunidade.
Diante da apresentação do projeto, Luciano Hang afirmou no maior cinismo que “a proposta é um absurdo e totalmente descabida, porque vem carregada de falsas e graves acusações. Jamais atentei contra o Estado de Direito. Me causa espanto que alguém com essa mentalidade ocupe um cargo de deputado federal”. O chororô do empresário, porém, só mostra o seu desespero. A cada dia que passa, o “Véio da Havan” está mais desgastado e isolado.
Postagem do site Metrópoles aponta que ele hoje não tem nem o carinho do ex-presidente. “Em conversas reservadas, Luciano Hang adotou tom de desabafo ao se referir a Bolsonaro. Disse que o ex-presidente pensaria primeiro nele próprio e na família, deixando aliados relevantes em segundo plano. Exemplo disso seria a escolha de um dos filhos para disputar a Presidência — atualmente inelegível, Bolsonaro estuda lançar Eduardo ou Flávio em 2026”.
O site ainda apimenta: “Luciano Hang também afirmou a aliados ter ‘dado o sangue’ por Bolsonaro, que, contudo, teria se mostrado ausente nos últimos meses... As reclamações foram externadas a interlocutores dias antes de o empresário se internar para um procedimento de cateterismo no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, na última quinta-feira (6/2)”.
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