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| Charge: Aroeira |
O ex-todo-poderoso PSDB, que já presidiu o Brasil por duas vezes com o neoliberal FHC e disputou o segundo turno em outras quatro eleições presidenciais, acaba de perder seu último governador. Na sexta-feira (15), Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul, assinou a sua filiação ao PP, a sigla do Centrão presidida pelo bolsonarista Ciro Nogueira. Antes dele, outros dois governadores tucanos já tinham deixado o ninho – Raquel Lyra, de Pernambuco, e Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul.
Conforme relato do site g1, “na manhã desta terça (19), já como membro do PP, Eduardo Riedel participou de um evento ao lado de lideranças da legenda... A sua saída não é uma surpresa no ninho tucano. Há meses, ele dava sinais de que deixaria o PSDB para fortalecer as bases para uma campanha à reeleição em 2026. Antes de oficializar a ida ao PP, Riedel comunicou oficialmente a migração ao presidente do PSDB, Marconi Perillo”.
Com uma reduzida bancada de senadores e deputados federais e a perda dos três governadores eleitos em 2022, a legenda dos tucanos enfrenta uma forte debandada de lideranças nos estados e caminha para a extinção ou a total irrelevância na política nacional. No desespero, a sigla passa a apostar em figuras que também estão em franca decadência. Neste domingo (17), o site UOL informou que o errático Ciro Gomes deve anunciar em breve o seu retorno ao ninho tucano.
O retorno de Ciro Gomes ao ninho tucano
“O presidente do PSDB no Ceará, Ozires Pontes, afirmou que a ida de Ciro Gomes (PDT-CE) para o partido está confirmada e faltam apenas detalhes para a data e local do ato de filiação. Ele aposta que Ciro será o candidato da oposição ao governador Elmano de Freitas (PT) em 2026, contando com apoio bolsonarista”, relata Carlos Madeiro. O colunista lembra que “Ciro foi filiado ao PSDB entre 1990 e 1996, período em que foi governador do Ceará (eleito pelo PDS, trocou de partido pouco depois de assumir) e ministro da Fazenda no governo Itamar Franco. Deixou o PSDB em 1996 para se filiar ao PPS (hoje Cidadania), depois foi para PSB, PROS e está atualmente no PDT”.
Talvez a anunciada filiação de Ciro Gomes agrave ainda mais a crise dos tucanos e acelere a extinção da espécie. “Ozires Pontes confirma que a ideia é que a oposição ao PT no estado tenha candidato único para concentrar forças e tempo de TV. Para isso, ele diz que tem conversado com pessoas da extrema direita e recebido sinalizações de apoio à candidatura de Ciro ao governo do estado. Ele afirma que o recente atrito de Ciro com o PL, gerado pelo vídeo do ex-governador atacando a família Bolsonaro pelo tarifaço dos EUA aos produtos brasileiros, é assunto ‘já resolvido’”, relata a matéria do UOL, que ainda apimenta:
“Só tem um jeito de Ciro não vencer a eleição: se ele ficar verborrágico. Se ele for um pouquinho polido, controlado, habilidoso e menos explosivo, está tudo certo. O público bolsonarista do Ceará quer votar nele, digo com convicção. Conversei com sete bolsonaristas de cidades diferentes, estão doidos para votar nele porque sabem que é referência de gestão. Ciro precisa só ter inteligência emocional, porque intelectual ele tem de sobra”, afirma Ozires Pontes. Ciro Gomes polido, menos explosivo, com inteligência emocional? Hilário. Haja confusão e oportunismo!
