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Quaest confirma surra na guerra de narrativas

5 de Junho de 2025, 0:10 , por Altamiro Borges - | No one following this article yet.
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Foto: Ricardo Stuckert/PR
Por Altamiro Borges


A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (4) confirma que o governo Lula segue levando uma surra na chamada “guerra de narrativas”, na clássica disputa pela hegemonia na sociedade. A sondagem mostra que a sua desaprovação atingiu 57% em maio passado. Já a aprovação bateu em 40%, o menor nível da série histórica do instituto. Não houve grande mudança em relação à pesquisa anterior, de março – quando os índices foram de 56% e 41% respectivamente, dentro da margem de erro.

O que chama a atenção, porém, é que houve uma melhora da percepção do povo em vários quesitos. As políticas públicas anunciadas nos últimos meses têm grande apoio da sociedade – em média, 79% de respaldo entre os que conhecem as medidas. O problema é que a falta de informação sobre elas é muito elevado. A percepção sobre os rumos da economia também melhorou. Pela primeira vez em muitos meses, houve queda expressiva na fatia da população que avalia que a economia piorou: 56% em março, contra 48% em maio de 2025.

Outro item que preocupava muito o governo, o da alta da inflação dos alimentos que chegam na mesa do trabalhador, também houve melhora da percepção. Em março, 88% diziam que os preços da cesta básica tinham subido nos mercados; em maio, esse número caiu para 79%. Mesmo no inflamável quesito sobre os preços do combustível houve melhora. Eram 70% os que sentiam a alta da gasolina em março, em maio o percentual baixou para 54%. Isto para não falar do PIB que cresceu, do desemprego que caiu, da renda que aumentou!

O que explica a alta desaprovação do governo Lula?

Com tudo isso, por que a desaprovação do governo ainda está na casa dos 57% da sociedade? Felipe Nunes, fundador e executivo da Quaest, fez a mesma pergunta. “Como explicar, então, a manutenção da alta desaprovação neste mês, mesmo diante desses sinais positivos? Um fator relevante é o desequilíbrio informacional: o volume de notícias negativas sobre o governo foi mais que o dobro do de notícias positivas no período”. Ou seja: apesar das mudanças feitas na área de comunicação, o governo segue perdendo a batalha informacional.

As notícias negativas nos dois últimos meses cresceram de 47 para 50%; já as positivas caíram de 23 para 19%. Aparentemente, esses dados se referem à mídia tradicional – aos jornalões e emissoras de rádio e televisão. Não contabilizam as mentiras que entopem o esgoto digital da extrema direita. Entre as notícias negativas, novamente ressurge o tema da corrupção – tão bem explorado pelos falsos moralistas, pelos corruptos. A fraude no INSS lidera as menções entre os que afirmaram ter visto mais notícias negativas sobre o governo, com 82%.

Fraudes no INSS e a volta do tema corrupção

“Ou seja, trata-se de um tema de ampla repercussão. Um tema que ganhou duas vezes mais atenção do público do que as políticas ou programas anunciados pelo governo. O desgaste para o governo foi claro: 31% dos brasileiros responsabilizaram Lula pelo caso, 26% não sabem de quem é a responsabilidade e apenas 8% colocam a responsabilidade no governo Bolsonaro. Ou seja, a oposição venceu a guerra de narrativas”, conclui Felipe Nunes.

Diante desse cenário preocupante, o desafio está posto. Ou o governo investe mais na luta de ideias na sociedade, na disputa pela hegemonia, ou teremos o famoso “efeito Orloff” nas eleições de 2026, com o retorno da extrema direita ao poder – com Jair Bolsonaro ou seus herdeiros do bolsonarismo!
Fonte: https://altamiroborges.blogspot.com/2025/06/quaest-confirma-surra-na-guerra-de.html