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Record escondeu a morte do Papa Francisco

27 de Abril de 2025, 23:28 , por Altamiro Borges - | No one following this article yet.
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Por Altamiro Borges


A coluna Outro Canal, da Folha, informa que “após críticas feitas nas redes sociais pelo pouco espaço que deu ao noticiário sobre a morte do Papa Francisco, a Record decidiu enviar um correspondente ao Vaticano para informar e detalhar o assunto. Trata-se de Mauro Júnior, ex-repórter da Globo e da Fox Sports, e que já teve passagem pela emissora de Edir Macedo. Ele já apareceu na edição de quarta-feira (23) do Jornal da Record. Mesmo com o enviado, o espaço dado ao papa na emissora ainda foi baixo: apenas 1 minuto e 40 segundos na edição”.

Nos dias anteriores, a cobertura da TV Record – que é uma concessão pública, mas pertence a um grupo privado, a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) – tinha sido alvo de repúdio dos internautas. Mas, como relembra a matéria, “dedicar um tempo curto para assuntos da Igreja católica é prática comum na emissora desde os anos 1990, quando Edir Macedo comprou a empresa. A Record também fez uma cobertura discreta sobre a morte do papa João Paulo 2º, em 2005; e a saída do papa Bento 16, em 2013”.

Essa atitude evidencia a manipulação praticada pela emissora do “bispo” da Iurd, conforme enfatiza Mauricio Stycer, especialista em mídia, em artigo também na Folha. “O jornalismo é o exercício permanente de escolhas entre as notícias que merecem destaque, as divulgadas sem maior alarde e as que são ignoradas. Qualquer pessoa minimamente alfabetizada sabe, ou intui, que essas escolhas obedecem a diferentes critérios, nem sempre transparentes”.

Colher de chá para a PM de Tarcísio de Freitas

“A morte do Papa Francisco foi a notícia mais importante da segunda-feira passada (21) para a grande maioria dos telejornais do mundo. Mas não para todos. O Jornal da Record destacou em primeiro lugar a morte de uma mulher atropelada em São Paulo”. A morte do pontífice só apareceu em quarto lugar. No caso do atropelamento, a reportagem bajulou o sistema de câmeras de vigilância adotado pela polícia paulista. “Tamanha colher de chá dada à Polícia Militar faz pensar. O governador do Estado, Tarcísio de Freitas, é filiado ao Republicanos, um partido ligado à Igreja Universal, cujo principal líder, Edir Macedo, é dono da Record”.

Conforme conclui Mauricio Stycer, “o rebaixamento da importância da notícia [sobre a morte do Papa Francisco] não obedeceu apenas a critérios técnicos. Ainda que sem opinar, mantendo-se estritamente no terreno do noticiário, o telejornal transmitiu uma opinião, uma visão de mundo, do dono da Record. Sem se preocupar com a própria credibilidade”.

Fonte: https://altamiroborges.blogspot.com/2025/04/record-escondeu-morte-do-papa-francisco.html