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Ricardo Salles virá réu por contrabando

September 12, 2025 22:01 , by Altamiro Borges - | No one following this article yet.
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Charge: Zé Dassilva/NSC Total
Por Altamiro Borges


Finalmente, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu tornar réu o deputado Ricardo Salles, ex-ministro da devastação ambiental do covil fascista de Jair Bolsonaro, por participação em um esquema criminoso para facilitar o contrabando de produtos florestais. A decisão foi tomada na quinta-feira passada (4) após manifestação favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).

O caso envolvendo o jagunço dos agrotrogloditas, famoso por “passar a boiada”, é antigo. Ele teve origem em uma notícia-crime apresentada em 2020 pelos senadores Randolfe Rodrigues (PT-AP) e Fabiano Contarato (PT-ES) e pelos então deputados federais Alessandro Molon (PSB-RJ) e Joenia Wapichana (Rede-RR). A denúncia foi baseada em vídeos de uma reunião ministerial de abril daquele ano, na qual Ricardo Salles propôs a flexibilização de regras ambientais.

Ela também se baseou em investigações da Polícia Federal que revelaram uma ação coordenada de servidores indicados pelo bolsonarista no Ministério do Meio Ambiente para favorecer várias madeireiras em operações ilegais, principalmente em Altamira (PA). A denúncia apresentada posteriormente pelo Ministério Público listou 22 criminosos, entre agentes públicos e pessoas jurídicas, “envolvidos em grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais”.

Exportação ilegal de produtos florestais

Em junho de 2021, Ricardo Salles pediu demissão do cargo de ministro, em meio à pressão gerada pela Operação da PF que atingiu tanto a pasta quanto o Ibama. Dez servidores em cargos de confiança chegaram a ser afastados. Entre os indícios apontados, estava um despacho que liberava a exportação de produtos florestais sem necessidade de autorização, supostamente atendendo a pedidos de empresas com cargas apreendidas nos EUA e na Europa.

No mesmo ano de 2021, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, determinou a remessa dos autos à Subseção Judiciária de Altamira por entender que os elementos de prova produzidos indicavam que os crimes ocorreram na cidade paraense. Já em março último, o STF estabeleceu um novo entendimento sobre a prerrogativa de foro, definindo que os processos penais contra autoridades, para crimes cometidos no cargo e em razão dele, seguem no Supremo, mesmo após saída da função. Essa nova compreensão leva agora Ricardo Salles a figurar como réu no STF. Azar dele!

Líder do Endireita Brasil que "passa a boiada"

A decisão foi recebida com alegria por entidades ambientalistas. A gestão de Ricardo Salles como ministro foi marcada pela paralisação do bilionário Fundo Amazônia, que destinava recursos do governo da Noruega para programas de conservação do bioma; por recordes de queimadas e de desmatamentos; pela redução do número de multas por crimes ambientais; por ataques a ONGs ambientalistas e pela minimização da devastação no Brasil.

Ela também foi marcada pela frase sobre “passar a boiada” para mudar as regras ambientais. “Precisa ter um esforço nosso aqui enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só se fala de Covid, e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando’, afirmou o descarado em reunião ministerial.

Antes mesmo de virar ministro da devastação ambiental de Bolsonaro, esse fascistoide, criador do movimento Endireita Brasil, já tinha sido condenado em primeira instância por improbidade administrativa acusado de favorecer empresas de mineração a partir de alterações em mapas do zoneamento ambiental do rio Tietê, na Grande São Paulo, no período em que foi secretário do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. A condenação foi revertida em segunda instância.
Source: https://altamiroborges.blogspot.com/2025/09/ricardo-salles-vira-reu-por-contrabando.html