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Tarcísio tenta tirar boné maldito de Trump

10 de Abril de 2025, 11:54 , por Altamiro Borges - | No one following this article yet.
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Por Moisés Mendes, em seu blog:

Tarcísio de Freitas, um dos primeiros a colocar o boné da América grande de novo, ao lado de Bolsonaro, dos filhos dele, da bancada da extrema direita, do agro pop e de parte da velha direita no Congresso, é líder dos 22% de brasileiros que aprovam os desatinos de Trump.

É gente que, mais do que aprovar, idolatra o americano que pisoteia no Brasil. Uma turma que parecia majoritária, mas em menos de um mês ficou em minoria.

Está na pesquisa da Quaest divulgada nessa terça-feira: 43% dos brasileiros têm uma imagem negativa do presidente dos Estados Unidos. Que é aprovado por esse grupo de 22%, menor até do que a base rígida bolsonarista. Outros 23% o consideram regular.

A rejeição ao americano é maior entre as mulheres: 47% delas têm uma avaliação negativa de Trump, bem mais do que a fatia de 38% entre os homens. O que apenas reafirma que o trumpismo é um fenômeno dos machos, como são o bolsonarismo e o tarcisismo.

Mas os líderes desses 22% de brasileiros que aprovam o chefe de um governo assumidamente neonazista, que persegue gays e todos os diferentes, nunca mais foram vistos com bonés da América grande.

Tanto que nessa segunda-feira, um dia depois da aglomeração na Paulista – quando voltou a defender as teses de Bolsonaro ao lado do chefe –, Tarcísio fez referências a Barack Obama e até a Martin Luther King.

Citou os americanos na maior cara de pau, ao participar de evento de lançamento do novo trecho da linha 4-Amarela do metrô. Afirmou, em referência aos dois, como se dissesse que se inclui entre eles e pode até aparecer por aí com cabelo black power:

“E o dia em que ele (Luther King) viu… quer dizer, ele não teve a oportunidade de ver, mas aconteceu de ter um negro (Obama) na Casa Branca, um presidente dos Estados Unidos. Os líderes fazem a diferença”.

Ao citar dois líderes negros que não fecham com o trumpismo, Tarcísio ofende a memória de Luther King. Por que faz isso? Para tentar se equilibrar na corda bamba podre de Bolsonaro, dos militares e da base bolsonarista. Sem saber o que fazer com o boné maldito.

Tarcísio não pode ficar mal com a extrema direita que o inventou, mas precisa enviar acenos para a velha direita que cansou de Bolsonaro. Por isso largou o boné, de um dia para o outro, e citou Obama e Luther King.

Por orientação de algum marqueteiro esperto, talvez o mesmo que o recomendou a ser o primeiro a se fantasiar de trumpista, fez agora o gesto de reverência a dois americanos. Para não sair muito dos trilhos e manter a conexão com os Estados Unidos.

Mas quem se agarra a Malafaia não deveria falar de sonhos citando Luther King. Quem sabe na próxima chance que tiver, para continuar limpando a barra, Tarcísio avance um pouco mais como extremista moderado e cite o padre Júlio Lancellotti.

Fonte: https://altamiroborges.blogspot.com/2025/04/tarcisio-tenta-tirar-bone-maldito-de.html