Trump é totalmente inconfiável.
Há cerca de uma semana, antes de receber Zelensky na Casa Branca, Trump declarou, no seu twitter, que tinha tido uma conversa telefônica muito positiva, extraordinária, de mais de 2 horas, com Putin.
Zelensky saiu do encontro da Casa Branca sem Tomahawks. Segundo o Financial Times, nesse encontro Trump teria dito a Zelensky para negociar a paz com a Rússia, sob pena de ser “destruído”.
Agora, no entanto, num giro de 180 graus, Trump decreta novas sanções contra a Rússia, as primeiras em seu mandato.
E, para complicar, a Europa ameaça simplesmente roubar as reservas monetárias russas, já congeladas, para financiar o esforço de guerra da Ucrânia. Claro, a população da Europa não quer cortes nos orçamentos do Estado do Bem-Estar para sustentar a guerra na Ucrânia e a Defesa do continente, como impôs Trump. A Europa também vai ter de pagar muito mais caro pelo GLP.
É pouco provável que essas novas sanções, como as antigas, façam muitos danos à economia russa. A tendência é que a Rússia consiga fazer novas triangulações para vender seu óleo, após um impacto negativo de curto prazo.
Mas há o risco das sanções à Rosneft e à Lukoil, responsáveis por cerca de 50% da produção russa de combustíveis, afete, durante algum tempo, o mercado mundial de combustíveis, com prejuízos para a economia internacional. O petróleo já aumentou mais de 5%.
A economia brasileira pode sofrer um duro efeito direto, pois o Brasil está importando mais de 60% do seu diesel da Rússia. Afinal, os preços russos são muito convidativos (cerca de 30% mais baratos).
Um aumento do diesel no mercado interno brasileiro teria um impacto direto na inflação. Algo muito ruim.
Putin já afirmou que a Rússia não vai recuar de suas posições, em relação à Ucrânia. Não vai desistir das concessões territoriais e da neutralidade do território ucraniano.
O planeta, com essa decisão de Trump e com essa ameaça da Europa, fica mais perto de uma internacionalização maior e de uma expansão do conflito entre Rússia e Ucrânia.
Um conflito, lembre-se, potencialmente nuclear.
Para ficar pior, só com Trump bombardeando a Baía da Guanabara, como parece desejar o Senador Flávio Bolsonaro, emulando seu irmão Eduardo, outro grande brasileiro.










