Por Altamiro Borges

Bateu o desespero na deputada-pistoleira Carla Zambelli (PL-SP). Há boatos, inclusive, de que a foragida presa na Itália poderia aceitar um acordo de delação premiada para se livrar de longos anos de cadeia no Brasil – o que ela nega. Na semana passada, a Folha noticiou que ela implorou “para que influenciadores bolsonaristas façam uma campanha por comentários nas redes do ministro da Justiça da Itália, Carlo Nordio, para pressionar por alguma decisão em seu benefício”.

Em carta enviada à família, ela apelou: “Tenta fazer uma campanha para as pessoas comentarem no perfil dele e pedirem por mim, fala com Allan dos Santos e Paulo Figueiredo para ajudarem o público dele”. Carla Zambelli também lembrou na mensagem que está nas mãos do ministro Carlo Nordio a palavra final sobre o processo da sua extradição. A foragida tenta desesperadamente ficar na Itália para evitar a aplicação da pena de dez anos e três meses de cadeia no Brasil.

Conforme lembra a Folha, “no início deste mês, a Corte de Apelação de Roma determinou que a deputada federal continue presa em regime fechado durante o processo de extradição da Itália para o Brasil. A tramitação pode durar de 1 a 2 anos, segundo especialistas. Zambelli foi detida no fim de julho, em um apartamento no bairro Aurélio, em Roma, após quase dois meses foragida da Justiça brasileira. Ela foi enviada para o presídio feminino de Rebibbia, onde estão 369 mulheres, quase cem a mais do que a capacidade total”.

Dudu Bananinha sai em defesa da deputada-pistoleira

Diante do pânico da deputada, até filhotes de Jair Bolsonaro – que segue culpando a “pistoleira” por sua derrota no segundo turno das eleições presidenciais de 2022 – saíram em sua defesa. Em entrevista ao site Metrópoles, o traidor da pátria Eduardo Bolsonaro afirmou “que pretende se reunir com a primeira-ministra, Giorgia Meloni, e com o vice-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini, para discutir a situação de Carla Zambelli”.

Metido a articulador internacional, Dudu Bananinha – como também é conhecido – disse que o contato com o fascista Matteo Salvini é mais provável. “Nunca me encontrei com Giorgia Meloni, mas, se tiver oportunidade, obviamente gostaria de ter uma conversa com ela. O Salvini é uma pessoa mais próxima – já trabalhamos juntos em outras pautas... Não sei se terei sucesso. Mas vou denunciar essa perseguição à deputada Carla Zambelli”, bravateou.

Mas, como diz o ditado, é o roto falando do rasgado. Como lembra o site, “o deputado pretende ir à Itália quando viajar para discursar no Parlamento Europeu, a convite do eurodeputado Dominik Tarczyński. A viagem ainda não tem data definida, pois Eduardo Bolsonaro pretende consultar a Interpol para evitar uma eventual prisão ao deixar os EUA, onde reside desde fevereiro”. Hilário!

Em tempo: nesta semana, a situação de Carla Zambelli pode se complicar ainda mais. Começam a ser ouvidas na Câmara dos Deputados as testemunhas no processo da sua cassação de mandato. O hacker Walter Delgatti, condenado por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para inserir uma falsa ordem de prisão do ministro Alexandre de Moraes, será um dos depoentes. O depoimento será por videoconferência, já que ele cumpre pena no presídio de Tremembé (SP). Segundo o site UOL, Walter Delgatti deve confirmar que agiu a pedido da bolsonarista.