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abril 3, 2011 21:00 , por Desconocido - | 2 people following this article.
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Torcedores da Inter iniciam caça por ingressos da final da Champions

mayo 17, 2023 17:32, por Feed RSS do(a) News

A busca por voos que fazem a rota Milão-Istambul das companhias aéreas turcas Turkish Airlines e Pegasus disparou nas últimas horas, assim como os valores de embarque.

Por Redação, com ANSA – de Milão

Os torcedores da Inter de Milão já iniciaram as buscas pelos ingressos da final da Champions League, mas os altos preços estão assustando os fãs italianos.

Performance da torcida da Internazionale durante o jogo contra o Milan

O Estádio Olímpico Atatürk, em Istambul, será o palco da grande decisão e tem capacidade para cerca de 72 mil torcedores.

A Uefa, no entanto, prevê a disponibilidade de apenas 20 mil entradas para cada finalista. Até o momento, existem quatro categorias de preços: 70 (R$ 374), 180 (R$ 963), 490 (R$ 2,6 mil) e 690 euros (R$ 3,6 mil).

Além disso, o torcedor precisará se preocupar com a passagem de avião, prevista para custar pelo menos mil euros (R$ 5,3 mil).

A busca por voos que fazem a rota Milão-Istambul das companhias aéreas turcas Turkish Airlines e Pegasus disparou nas últimas horas, assim como os valores de embarque.

Liga dos Campeões

A decisão da Liga dos Campeões ocorrerá em 10 de junho, na Turquia, e a Internazionale enfrentará Manchester City ou Real Madrid.

Os nerazzurri sonham em conquistar o torneio pela quarta vez, sendo que a última foi na temporada 2009/10.

A Inter avançou à final da principal competição de clubes da Europa ao superar o maior rival Milan nos dois confrontos das semifinais.

Milan

A Internazionale venceu o rival Milan por 1 a 0 na terça-feira pela semifinal da Liga dos Campeões da Europa e garantiu sua vaga na final da competição. O único gol da partida no San Siro foi marcado por Lautaro Martínez.

Os nerazzurri tinham uma ampla vantagem, já que haviam vencido o jogo de ida por 2 a 0.

Por isso, poderiam até perder por 1 a 0 para garantir a vaga. Mas, não foi o que se viu no estádio: as duas equipes partiram em busca do resultado, fazendo os goleiros trabalharem bastante. Porém, o placar não mudou na etapa inicial.

No entanto, no segundo tempo, foi a vez da Inter dominar. Aos 29, após receber um passe de Romelu Lukaku, Lautaro deu a vitória para os mandantes do jogo. Os dois saíram do banco de reservas para mudar a partida.

Agora, a Inter espera o vencedor da partida entre Manchester City e Real Madrid, que entraram em campo nesta quarta-feira, para saber quem enfrentará na final em Istambul, na Turquia, no dia 10 de junho – em busca de seu quarto título. Já o Milan se despede da temporada sem conquistar nenhum troféu.



Alvo de impeachment, Guillermo Lasso dissolve Parlamento

mayo 17, 2023 13:32, por Feed RSS do(a) News

O mandato do conservador terminaria apenas em 2025, mas ele se tornou alvo de um processo de impeachment por suspeita de saber e permitir irregularidades entre a estatal Flota Petrolera Ecuatoriana (Flopec) e a empresa privada Amazonas Tanker.

Por Redação, com ANSA – de Quito

O presidente do Equador, o conservador Guillermo Lasso, assinou um decreto que dissolve a Assembleia Nacional, onde estava em curso um processo de impeachment contra ele.

Guillermo Lasso decretou a dissolução da Assembleia Nacional e pediu a convocação de novas eleições

Esse instrumento é conhecido como “morte cruzada”, uma vez que leva à convocação de eleições gerais antecipadas no país.

– Essa é a melhor decisão para dar uma solução constitucional à crise política que o Equador está enfrentando e para restituir ao povo o poder de decidir seu futuro – disse Lasso em cadeia nacional de rádio e TV.

Segundo o presidente, a antecipação das eleições “permitirá ao governo promover mudanças na administração pública que foram impedidas pela oposição no Parlamento”.

– A partir de hoje, o governo emanará uma série de decretos, conforme mandato expresso pelo povo – prometeu Lasso, que é reprovado por 80% da população.

Mandato do conservador

O mandato do conservador terminaria apenas em 2025, mas ele se tornou alvo de um processo de impeachment por suspeita de saber e permitir irregularidades entre a estatal Flota Petrolera Ecuatoriana (Flopec) e a empresa privada Amazonas Tanker.

No entanto, com a Assembleia Nacional controlada pela oposição, o processo também citava diversos problemas que afetam o país, como insegurança, desemprego e aumento do custo de vida.



Fórmula 1 cancela GP de Ímola devido a chuvas e inundações

mayo 17, 2023 13:32, por Feed RSS do(a) News

Em comunicado divulgado nas redes sociais, a F1 disse que a decisão foi tomada em comum acordo com a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), os organizadores da prova e autoridades nacionais, regionais e municipais.

Por Redação, com ANSA – de Roma

A Fórmula 1 confirmou nesta quarta-feira o cancelamento do Grande Prêmio da Emilia-Romagna, marcado para o próximo domingo, em Ímola, devido às chuvas e inundações que já deixaram ao menos seis mortos na região.

Autódromo de Ímola receberia a F1 em 21 de maio

Em comunicado divulgado nas redes sociais, a F1 disse que a decisão foi tomada em comum acordo com a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), os organizadores da prova e autoridades nacionais, regionais e municipais.

“A decisão foi tomada porque não é possível realizar o evento de forma segura para os fãs, as equipes e nossos funcionários. É a coisa certa e responsável a se fazer, dada a situação enfrentada pelas cidades na região”, diz a nota.

Segundo a F1, “não seria correto colocar mais pressão nas autoridades locais e nos serviços de emergência nessa hora difícil”.

Emilia-Romagna

“A comunidade da Fórmula 1 quer enviar seus pensamentos para as pessoas e comunidades afetadas pelos eventos recentes na região da Emilia-Romagna. Também queremos prestar tributo ao trabalho dos serviços de emergência, que estão fazendo o possível para ajudar os necessitados”, afirma o comunicado.

Ainda não está claro se a F1 tentará remarcar o GP da Emilia-Romagna em outra data.

A ideia agora é concentrar todos os esforços para ajudar as populações afetadas, evitando sobrecargas no trânsito de uma região repleta de alagamentos por causa das chuvas.

Em Faenza, cidade que fica a menos de 20 quilômetros do Autódromo Enzo e Dino Ferrari e abriga a sede da equipe AlphaTauri, algumas áreas são acessíveis apenas de barco devido aos alagamentos.

Pilotos da F1 enviam mensagens de apoio para Emilia-Romagna

Os pilotos da Fórmula 1 se manifestaram nesta quarta-feira sobre o cancelamento do Grande Prêmio da Emilia-Romagna, na Itália, devido às chuvas que atingiram a região.

O monegasco Charles Leclerc, da Ferrari, desejou “força” e “coragem” para as pessoas afetadas pelas tempestades. O piloto ainda postou uma foto de uma campanha de arrecadação.

O japonês Yuki Tsunoda, da AlphaTauri, também se manifestou sobre o mau tempo na Emilia-Romagna, que já deixou ao menos seis mortos.

– Eu realmente espero que todas as pessoas que vivem na região da Emilia-Romagna fiquem seguras nos próximos dias – escreveu o asiático.

Atual bicampeão da principal categoria do automobilismo mundial, o holandês Max Verstappen, da Red Bull, declarou que apoiou a decisão das autoridades italianas de cancelar o GP.

– Meus pensamentos estão com todas as pessoas afetadas pelas severas tempestades e inundações na Emilia-Romagna. Desejo que vocês tenham forças para passar por esse difícil momento – afirmou o piloto.

O CEO da F1, Stefano Domenicali, disse que é uma “tragédia” ver o que aconteceu em Ímola, cidade onde fica o Autódromo Enzo e Dino Ferrari, e na Emilia-Romagna.

– É a cidade e a região onde cresci. Meus pensamentos e orações estão com as vítimas das enchentes, famílias e comunidades afetadas – disse o italiano, que também expressou “gratidão” e “admiração” pelo trabalho das equipes de resgate.

As seis vítimas provocadas pelas chuvas viviam na província de Forlì-Cesena, sendo quatro homens e duas mulheres. Pelo menos cinco mil pessoas foram evacuadas de suas casas.

Hamilton

O piloto Lewis Hamilton, da Mercedes, enviou uma mensagem de apoio para as pessoas afetadas pelas fortes chuvas na região da Emilia-Romagna, na Itália.

– Espero que todos na Emilia-Romagna estejam seguros e cuidado um dos outros neste momento. Meus pensamentos estão com as pessoas afetadas por essa tragédia e com as incríveis equipes de emergência que estão trabalhando – escreveu o heptacampeão mundial de Fórmula 1.



Polícia Federal investiga tráfico de drogas no Aeroporto de Guarulhos

mayo 17, 2023 13:32, por Feed RSS do(a) News

Nessa etapa, a corporação dá continuidade a detenções de funcionários do Aeroporto de Guarulhos, suspeitos de integrar o grupo criminoso e que teria a função de facilitar o despacho de bagagens contendo entorpecentes ao exterior.

Por Redação, com ABr – de São Paulo

A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira a segunda fase da Operação Iraúna, que investiga mais um caso de tráfico internacional de drogas.

Operação da PF investiga tráfico de drogas no Aeroporto de Guarulhos

Nessa etapa, a corporação dá continuidade a detenções de funcionários do Aeroporto de Guarulhos, suspeitos de integrar o grupo criminoso e que teria a função de facilitar o despacho de bagagens contendo entorpecentes ao exterior.

Ao todo, estão sendo cumpridos seis mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária. Na primeira parte da operação, realizada no início de abril, foram detidos seis funcionários terceirizados do aeroporto, apontados como autores dos crimes, que envolvem também a troca de etiquetas de malas no terminal.

Um caso recente, que chamou a atenção das autoridades policiais e gerou repercussão, foi o de duas brasileiras, presas injustamente por tráfico de drogas na Alemanha. Elas tiveram as bagagens trocadas por outras com entorpecentes, no aeroporto de Guarulhos, e ficaram cerca de 40 dias detidas, sendo liberadas em 14 de abril.

Crimes ambientais

A Polícia Federal (PF) cumpriu 10 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva nas cidades de Ubatuba e Cruzeiro, em São Paulo. A ação integra a Operação Puruba, deflagrada nesta quarta-feira, para apuração de crimes ambientais.

Os investigados, segundo informou a PF, invadem áreas de preservação permanente na Praia da Puruba, desmatam e cercam o terreno, seguindo com construções de imóveis e posterior revenda para terceiras pessoas. A investigação abrange ocorrências na Praia da Puruba, em Ubatuba, e terrenos de Marinha na região.

Os crimes a serem apurados incluem destruição e danificação de floresta considerada de preservação permanente, parcelamentos irregulares do solo e associação criminosa.

“Um dos investigados também é suspeito de práticas violentas contra moradores da localidade que se insurgiram contra suas ameaças, inclusive havendo fortes suspeitas de portar arma de fogo ilegalmente, motivo pelo qual foi determinada sua prisão preventiva por parte do Poder Judiciário de Caraguatatuba/SP”, informou a PF.

Após as diligências desta quarta-feira, a PF informou que serão colhidos depoimentos dos investigados e o processo investigatório criminal será encaminhado ao Poder Judiciário Federal e ao Ministério Público Federal para análise.



Fortes chuvas e inundações na Itália deixam mortos

mayo 17, 2023 13:32, por Feed RSS do(a) News

A maior parte das fatalidades foi registrada na província de Forlì-Cesena. Um indivíduo morreu afogado no andar térreo de sua casa em Forlì, perto das margens de um rio que transbordou.

Por Redação, com ANSA – de Roma

Ao menos oito pessoas morreram devido às chuvas e inundações que atingem a região da Emilia-Romagna, no centro-norte da Itália, desde a terça-feira.

Inundação na província de Forlì-Cesena, na Emilia-Romagna

A maior parte das fatalidades foi registrada na província de Forlì-Cesena. Um indivíduo morreu afogado no andar térreo de sua casa em Forlì, perto das margens de um rio que transbordou. Ele residia com a esposa, que foi salva pelos socorristas.

Já em Cesena, um homem de 70 anos faleceu por causa do transbordamento do rio Savio, enquanto sua mulher teve o corpo arrastado por cerca de 20 quilômetros pela força da água.

– Nosso pensamento vai para as oito vítimas e a alguns desaparecidos. Todas as condolências da região para eles e suas famílias – disse o governador Stefano Bonaccini, que falou ainda em 3 mil pessoas evacuadas na capital regional, Bolonha, 5 mil em Faenza e 5 mil na província de Ravenna.

– Mas o número está destinado a crescer – afirmou. Segundo Bonaccini, a Emilia-Romagna está diante de um “outro terremoto”, em referência ao tremor que sacudiu a região em maio de 2012.

De acordo com a vice-chefe da Defesa Civil, Titti Postiglione, a viabilidade na região é complexa, com muitas estradas alagadas. “Fazemos um convite para se adotar medidas de máxima cautela”, disse.

Os rios da Emilia-Romagna

Todos os rios da Emilia-Romagna registraram transbordamentos, e a média de chuvas na região foi de 200 milímetros em 36 horas, mas algumas zonas chegaram a 500 milímetros.

– Se levarmos em conta que, em um ano, a precipitação na região é de mil milímetros, podemos perceber a potência das chuvas – afirmou o ministro da Defesa Civil, Nello Musumeci, acrescentando que 50 mil pessoas estão sem energia elétrica.

– A realidade superou as piores previsões e é verdadeiramente dramática – reforçou Bonaccini, falando em uma quantidade de chuvas “sem precedentes”.

Por sua vez, a premiê Giorgia Meloni, que viaja ao Japão para a cúpula de líderes do G7, expressou a “máxima disponibilidade” para ajudar a região. “O governo está ao lado das populações atingidas e das instituições do território”, garantiu a primeira-ministra durante uma escala no Alasca, nos Estados Unidos.

Meloni cogitou inclusive convocar uma reunião de seu ministério para aprovar eventuais medidas emergenciais para a Emilia-Romagna.



Jovens fazem propostas para reduzir violência policial em SP

mayo 17, 2023 13:32, por Feed RSS do(a) News

relatório, que foi feito por jovens de várias regiões e situações de maior vulnerabilidade de São Paulo, apresenta propostas para diminuir a violência contra a juventude.

Por Redação, com ABr – de São Paulo

“Menos preconceito com a minha cor. Acho que você não sabe, mas negro também sente dor”. A reflexão, em forma de poesia, ilustra o documento Agenda Juvenil de Prevenção à Violência Letal contra a Juventude Negra, divulgado na semana passada pelo Instituto Sou da Paz.

Documento foi divulgado pelo Instituto Sou da Paz

relatório, que foi feito por jovens de várias regiões e situações de maior vulnerabilidade de São Paulo, apresenta propostas para diminuir a violência contra a juventude.

Os jovens que elaboraram o documento tinham entre 16 e 21 anos de idade e foram divididos em três turmas, com cerca de 20 pessoas cada. Eles foram ouvidos em rodas de conversa e outras atividades, onde puderam compartilhar vivências e criar poesias e músicas sobre esses temas.

O projeto foi executado desde março do ano passado e finalizado agora em maio. Ele foi desenvolvido com três turmas, em média com 20 jovens de territórios de São Paulo, na Zona Leste, em São Mateus, e na Zona Norte, na Brasilândia, escolhidos pela alta taxa de letalidade da juventude negra. “Além desses territórios, também escolhemos uma unidade da Fundação Casa, porque entendemos que o público das medidas socioeducativas de internação teria muito a contribuir no projeto”, explicou Vanessa Alves, psicóloga e supervisora socioeducativa do Instituto Sou da Paz, em entrevista à Agência Brasil.

Um dos jovens que participou da agenda foi Gabriel Souza, 19 anos, conhecido como MC GS e que atualmente é segurança de eventos. Ele disse que estava cumprindo medida socioeducativa na Fundação Casa (de onde saiu em 2022) quando decidiu participar do projeto. “Todas as propostas retratavam tudo aquilo que eu passava na minha realidade dentro das periferias e também dentro do perfil em que eu me enquadro, em ser um jovem negro”, acrescentou.

– No começo, (o projeto) chegou a abranger várias perspectivas diferentes. Eles relatavam o que a gente passava lá dentro, mas não era novidade, todo mundo já havia visto isso (a violência) de perto. A maioria dos moleques que estava lá internada já tinha presenciado essas coisas. Então, o que fizemos? Fomos além na proposta. A gente não só fez uma roda de debates sobre o que acontecia dentro das comunidades, mas também montamos um plano para criar formas de que essas coisas que aconteciam dentro das comunidades não voltassem a acontecer – afirmou.

Para Gabriel, participar do projeto lhe deu responsabilidades e nova perspectiva de vida. “Ter a oportunidade de participar de um projeto, evitando que amanhã outras pessoas sejam vítimas da mesma violência que sofri, foi muito satisfatório”.

Violência

Jovens negros como Gabriel são as maiores vítimas de homicídios no país. Segundo o Atlas da Violência, mais da metade (51,3%) dos 45.503 homicídios que ocorreram no Brasil em 2019 afetaram jovens de 15 a 29 anos, sendo esses em sua maioria negros. No estado de São Paulo, dados compilados pelo Comitê Paulista pela Prevenção de Homicídios na Adolescência, no relatório Vidas Protegidas, de 2022, já mostravam que 53,81% das crianças e adolescentes vítimas de homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte eram negros.

Para discutir o tema da violência com os jovens e construir as propostas de enfrentamento, o Instituto Sou da Paz fez uso de duas estratégias: oficinas artísticas e pontos formativos, com participação de especialistas em assuntos relacionados à segurança pública. “Usamos como expressões artísticas a rima, o grafite e a percussão. Nessas oficinas construímos propostas de enfrentamento à letalidade da juventude negra. Por meio dessas ofertas, eles iam conseguindo nos dizer como achavam que seria possível diminuir os índices (de letalidade)”, explicou Vanessa. “Eles conseguiam nos dizer, por meio de suas próprias experiências de vida, quais seriam as melhores formas de enfrentamento”.

Foi assim que Gabriel Souza participou da cypher [música gravada por vários MCs, que se alternam nas rimas] Paz na Favela, que está disponível em plataformas de música, como Spotify e Youtube. Isso agora está impulsionando sua carreira de MC. “Como eu ficava com a mente vazia, muito angustiado, a rima foi um meio, uma válvula de escape para passar meu tempo, expor meus sentimentos e desabafar. Na minha segunda internação, encontrei esse projeto do Sou da Paz e eles viram em mim um potencial, minha facilidade com rimas e de me expressar por meio da música. E fizeram a proposta de fazermos uma cypher, a produção de uma música com vários MCs”.

Propostas

Entre as propostas apresentadas por esses jovens para prevenir a violência está o aumento dos canais de denúncia contra a violência policial, a implementação de terminais de identificação digital nas viaturas e a ampliação do uso de câmeras corporais em uniformes de policiais militares. Essa proposta feita por jovens, inclusive, vai ao encontro dos resultados de um relatório elaborado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado ontem. O relatório demonstra que, após a adoção das câmeras corporais pela Polícia Militar de São Paulo, o número de crianças e adolescentes mortos em intervenções de policiais em serviço caiu 66,3% em 2022 na comparação com 2019, passando de 102 para 34 mortes.

– Um tema recorrente nas três turmas e que chamou muito a atenção foi que eles escolheram, já no início do projeto, falar sobre a violência das abordagens policiais. Independentemente do território em que estavam, esses jovens disseram que queriam discutir a temática porque tinham muitas dúvidas e muito receio de como poderiam lidar ou enfrentar a violência decorrente das abordagens policiais – explicou Vanessa.

Os jovens consultados pelo Instituto Sou da Paz também citaram, entre as propostas, a ampliação das oportunidades de emprego formal e de acesso à cultura e a transformação das escolas em ambientes mais acolhedores. “Nas três turmas foram apresentadas ideias que diziam muito sobre a prevenção à violência. Eles falaram sobre a importância de uma escola mais acolhedora e que trabalhe, em seus conteúdos, temáticas de diversidade, racismo, violências de gênero e direitos humanos. Também destacaram a importância de jovens negros e periféricos acessarem espaços de cultura e de lazer que abordem essas temáticas”, acrescentou.

Para que o documento não se tornasse apenas um conjunto de ideias, as propostas apresentadas pelos jovens foram analisadas por especialistas. “A gente entendeu que só a apresentação das propostas nesse documento talvez não trouxesse uma confiabilidade. Então, incluímos também dois pareceres técnicos de especialistas falando sobre a importância das sugestões e a viabilidade delas”, disse a psicóloga.

O objetivo é que o documento amplie as discussões na sociedade sobre o tema, possa ser encaminhado a diversas autoridades do país e ajudena criação de políticas públicas de juventude e de segurança pública. “A ideia é que esse material possa amplificar a voz da juventude para que chegue a pessoas que têm poder de decisão”, afirmou Vanessa.



Adoçantes não são recomendados para o controle de peso, diz OMS

mayo 17, 2023 13:32, por Feed RSS do(a) News

A OMS pede que as pessoas considerem outras formas de reduzir a ingestão de açúcar, como consumir frutas e outros alimentos naturalmente adoçados, além de alimentos e bebidas sem nenhum tipo de açúcar.

Por Redação, com ABr – de Brasília

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou novas diretrizes sobre o uso de adoçantes e passou a não recomendar o uso desse tipo de produto para controle de peso ou como estratégia para reduzir o risco de doenças não transmissíveis. A lista inclui aspartame, sacarina, sucralose, stevia e derivados.

Lista inclui aspartame, sacarina, sucralose, stevia e derivados

“A recomendação é baseada em resultados de uma revisão sistemática de evidências disponíveis que sugerem que o uso de adoçantes não confere nenhum benefício a longo prazo na redução da gordura corporal em adultos ou crianças.”

Os resultados da revisão, segundo a OMS, também sugerem que pode haver efeitos potenciais indesejáveis provenientes do uso prolongado de adoçantes, como risco aumentado de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e mortalidade em adultos.

Adoçantes

De acordo com a instituição, o ato de substituir o açúcar por adoçantes não ajuda no controle de peso a longo prazo. A OMS pede que as pessoas considerem outras formas de reduzir a ingestão de açúcar, como consumir frutas e outros alimentos naturalmente adoçados, além de alimentos e bebidas sem nenhum tipo de açúcar.

“A recomendação se aplica a todas as pessoas, exceto indivíduos com diabetes pré-existente, e inclui todos os adoçantes sintéticos, naturais ou modificados que não são classificados como açúcares encontrados em alimentos e bebidas industrializados ou vendidos separadamente em alimentos e bebidas.”

Ainda segundo a OMS, a recomendação não se aplica a produtos de higiene e higiene pessoal que contenham adoçante, como creme dental, creme para a pele e medicações.



Quase 40% dos estudantes brasileiros do 4º ano não dominam a leitura

mayo 17, 2023 13:32, por Feed RSS do(a) News

O relatório mostra ainda que cerca de 24% dos alunos brasileiros dominam apenas as habilidades básicas de leitura. Somente 13% dos avaliados no país podem ser considerados proficientes em compreensão da leitura no 4º ano de escolarização.

Por Redação, com ABr – de Brasília

Quase 40% dos estudantes brasileiros do 4º ano do ensino fundamental (EF) não dominam habilidades básicas de leitura, ou seja, apresentam dificuldades em recuperar e reproduzir parte da informação declarada no texto.

Quatro em cada dez alunos brasileiros do 4º ano não dominam a leitura

Os dados são do Estudo Internacional de Progresso em Leitura (PIRLS) de 2021. Ele foi realizado em 65 países e regiões do mundo pela Associação Internacional para Avaliação do Desempenho Educacional (IEA), responsável por avaliar habilidades de leitura dos estudantes matriculados no 4º ano de escolarização. Os técnicos entendem que nessa fase da trajetória escolar, o aluno, normalmente, já aprendeu a ler e essa leitura é um instrumento para novos aprendizados.

Enquanto, no Brasil, 38% dos estudantes não dominam a leitura, em outros 21 países esse percentual não passa de 5%. Dentre eles, Irlanda (2%), Finlândia (4%), Inglaterra (3%), Singapura (3%) e Espanha (5%).

O relatório mostra ainda que cerca de 24% dos alunos brasileiros dominam apenas as habilidades básicas de leitura. Somente 13% dos avaliados no país podem ser considerados proficientes em compreensão da leitura no 4º ano de escolarização, pois alcançaram nível alto ou avançado desta habilidade.

Participantes

O estudo avaliou mais de 400 mil estudantes em mais de 13 mil escolas, em 57 países e oito regiões classificadas como “padrões de referência”, como localidades do Canadá, dos Emirados Árabes (Abu Dhabi e Dubai) e Moscou, na Rússia.

A pontuação média alcançada pelos estudantes brasileiros (419 pontos) está no nível mais baixo da escala pedagógica de proficiência, com quatro níveis. De acordo com relatório do PIRLS 2021, o desempenho dos estudantes brasileiros na leitura “é significativamente inferior a outros 58 países, de total de 65 países e regiões de referência participantes”.

O Brasil teve desempenho semelhante ao dos estudantes do Kosovo (421) e Irã (413), e superior somente aos desempenhos da Jordânia (381), Egito (378), Marrocos (372) e África e do Sul (288). No outro extremo, no nível Avançado, com os melhores resultados, estão: Singapura (587 pontos); Irlanda (577 pontos) e Hong Kong (573).

A edição de 2021 contou com participação do Brasil pela primeira vez. Ao todo, 187 escolas brasileiras participaram das avaliações, com 248 turmas de 4º ano do ensino fundamental e 4.941 estudantes, distribuídos em 143 municípios de 24 estados.

Em entrevista à Agência Brasil, o diretor do Instituto Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), Ernesto Martins, destacou a importância de o país integrar uma pesquisa educacional comparativa. “É um marco o Brasil participar do PIRLS, essa avaliação de leitura, porque é importante o Brasil se comparar com o mundo para a gente ver de fato se a aprendizagem, o ensino que a gente está fazendo aqui, está bem na perspectiva internacional”.

Desigualdades educacionais

O PIRLS 2021 mostrou que o Brasil, além de se destacar negativamente pelo baixo desempenho na qualidade da leitura, também apresenta desigualdades no sistema educacional associadas às origens socioeconômicas dos estudantes, ao sexo e à cor.

No Brasil, o levantamento internacional de 2021 apontou que as meninas se sobressaem no desempenho em compreensão leitora com um resultado médio de 431 pontos, significativamente superior ao resultado médio dos meninos (408 pontos). Os estudantes autodeclarados brancos e amarelos apresentaram desempenho médio em compreensão leitora de 457 pontos, enquanto os estudantes pretos, pardos e indígenas têm uma estimativa pontual média de 399 pontos.

Pandemia

Em relação ao Brasil, o PIRLS declarou que a pandemia de covid-19 impactou na aplicação dos testes no país, uma vez que a maioria das escolas operavam em regime remoto ou híbrido com o presencial, o que reduziu a participação das unidades de ensino e dos alunos.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela logística da aplicação da avaliação internacional no Brasil, ressaltou o contexto dessa avaliação, ocorrida durante a pandemia.

Já o diretor do Iede, Ernesto Martins, discorda e argumenta que os resultados ruins são anteriores à pandemia. “É uma pena a gente não ter aderido ao PIRLS antes da pandemia. Seria bom a gente entender melhor qual foi o efeito da pandemia e o que é efeito de uma etapa que já não funcionava tão bem antes da pandemia. Acho difícil imaginar que o resultado ruim do Brasil se deve só à pandemia, porque o Brasil está muito atrás dos países desenvolvidos”.

Desafios

O PIRLS recomendou intervenção do governo brasileiro por meio de políticas públicas ainda na etapa educacional avaliada pelo PIRLS, mas também pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) do 2º e 5º ano para evitar a repetição do baixo desempenho dos estudantes do primeiro ciclo do ensino fundamental ao longo de sua trajetória educacional.

O diretor do Iede elegeu prioridades ao governo brasileiro na gestão da educação para diminuir a distância para o desempenho de nações desenvolvidas. “Precisamos de um sistema de ensino que dê muito suporte aos estudantes, acompanhe de perto, entendendo o contexto das crianças. Além de criar o hábito de leitura desde cedo. Porque esse estudante pode não ter o hábito de ser leitor fora do ambiente escolar, até por questões de família”. Ele acrescentou ser necessário trabalhar em políticas estruturantes, como formação de professores, para garantir uma melhora.

Na semana passada, o Ministério da Educação anunciou a ampliação de vagas de tempo integral em escolas do ensino fundamental. O governo federal planeja também o lançamento de um novo Pacto pela Alfabetização na Idade Certa e realiza uma pesquisa nacional com professores alfabetizadores para compreender quais são os conhecimentos e as habilidades que uma criança alfabetizada deve ter.

Avaliações nacionais e internacionais

O diretor do Iede, Ernesto Martins, comparou a avaliação internacional do PIRLS às avaliações nacionais gerenciadas pelo Inep: o Saeb e o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que, de acordo com ele, avaliam apenas alguns domínios da educação básica brasileira.

– Temos uma preocupação em relação ao Saeb ser pouco exigente. Se você comparar o Saeb com o PIRLS, por exemplo, não vê no Saeb textos tão longos como existem no PIRLS. Então, tem uma questão de complexidade diferente das avaliações.

Para Martins, a solução passa por aumentar o nível de exigência das avaliações nacionais. “Acho que o Saeb e Ideb trouxeram uma grande contribuição para a gente fazer um monitoramento maior das aprendizagens. Ajudou as escolas a garantirem habilidades básicas que antes não estavam sendo garantidas, mas a gente precisa puxar a barra da avaliação [para cima]. Porque tem uma avaliação externa dizendo que o Brasil está muito mal nos anos iniciais. E, ao mesmo tempo, há uma avaliação nacional que diz que os alunos vão muito bem. Tem um problema com a nossa régua”, conclui.

Em resposta, o Inep destacou o rigor técnico das avaliações nacionais e internacionais sob responsabilidade do instituto vinculado ao Ministério da Educação (MEC). “(As avaliações) têm características próprias, mas todas são realizadas com o rigor técnico necessário para garantir a fidedignidade da medida. O que se deve observar é que, de fato, o Saeb e o PIRLS avaliam públicos diferentes com metodologias diferentes. Mas não se verifica contradição entre os resultados. As informações são complementares e ajudam a entender melhor o cenário educacional, a fim de planejar intervenções mais eficientes para sanar as lacunas de aprendizagem identificadas”.

O Inep detalhou que os resultados da última edição do Saeb, em 2021, mostram que, no 2º ano do ensino fundamental, 33,6% dos estudantes ainda leem apenas palavras isoladas. E, no 5º ano, 28,4% dos estudantes localizam informações explícitas em textos narrativos curtos, informativos e anúncios, e interpretam linguagem verbal e não verbal em tirinhas de ilustrações quadrinhos, mas, de fato, ainda não compreendem o sentido de palavras e expressões, por exemplo.

PIRLS

O PIRLS é realizado desde 2001 pela Associação Internacional para Avaliação do Desempenho Educacional (IEA), que reúne instituições de pesquisa, órgãos governamentais e especialistas que se dedicam à realização de diferentes estudos e pesquisas educacionais comparativas.

A avaliação das habilidades de leitura pelo PIRLS está dividida em dois eixos. A experiência literária, com textos com função estética e lúdica. E a leitura de textos informativos que têm o objetivo de comunicar e esclarecer sobre um determinado tema. As provas aplicadas no fim de 2021 e início de 2022 foram nos formatos digital e em papel, conforme a localidade do mundo. No Brasil, o modelo adotado pelo Inep foi no papel.



Pulverização aérea: STF julga constitucionalidade de lei do Ceará

mayo 17, 2023 13:32, por Feed RSS do(a) News

A ação é da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que alega violação à livre iniciativa e aos objetivos da política agrícola. No STF, o julgamento, que já conta com dois votos favoráveis à constitucionalidade da Lei Estadual nº 16.820/19.

Por Redação, com ABr – de Brasília

O Supremo Tribunal Federal (STF) deve retomar nesta semana o julgamento de ação de inconstitucionalidade de lei do Ceará que proíbe pulverização aérea de agrotóxicos no estado.

Análise será retomada nesta semana; Senado debateu uso do agrotóxico

A ação é da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que alega violação à livre iniciativa e aos objetivos da política agrícola. No STF, o julgamento, que já conta com dois votos favoráveis à constitucionalidade da Lei Estadual nº 16.820/19, deve ser concluído entre 19 e 26 de maio.  

Devido à retomada do julgamento, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, realizou na última segunda-feira audiência pública para debater os efeitos da pulverização aérea de agrotóxicos. O requerimento para realizar o debate foi feito pelo presidente da comissão, senador Paulo Paim (PT). O encontro contou com a participação de cientistas, pesquisadores, lideranças comunitárias e representantes do Ministério Público.

– Não é um julgamento sobre uma lei do Ceará, é um julgamento sobre o Brasil – afirmou o deputado estadual Renato Roseno (Psol), autor da lei cearense. Ele e outros participantes da audiência defenderam que os estados têm competência para legislar sobre a matéria, tendo em vista a Lei nº 7.802/89, conhecida como Lei dos Agrotóxicos. Também foi levantado o problema da deriva, que corresponde ao volume da substância pulverizada que não atinge o alvo pretendido.

Luiz Claudio Meirelles, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), defendeu a manutenção da lei estadual nº 16.820/19. De acordo com nota técnica emitida pela instituição, a pulverização aérea foi proibida na União Europeia justamente devido ao seu potencial de “prejudicar significativamente a saúde humana e o ambiente, nomeadamente devido ao arrastamento da pulverização”. Meirelles lembrou ainda o posicionamento do Instituto Nacional do Câncer (Inca) contra as práticas de uso de agrotóxicos no Brasil, ressaltando seus riscos à saúde.   

Impactos na saúde  

Além de câncer, problemas respiratórios, deformação fetal, puberdade precoce, doenças neurológicas e suicídio estão entre as consequências da intoxicação por agrotóxicos citadas durante a audiência. Maria Juliana Moura Corrêa, diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, entregou à comissão uma nota técnica. Nela, o Ministério da Saúde recomenda que as políticas dos diversos setores estejam alinhadas à prevenção de riscos à saúde da população. “Estudos constataram que a deriva decorrente da aplicação aérea de agrotóxicos já alcançou uma distância de 32 km da área alvo. Dessa forma, ao atingir o meio ambiente, pode também contaminar mananciais de abastecimento de água para consumo humano, assim como lavouras e rebanhos vizinhos”, destaca o texto.  

Outra preocupação dos participantes foi o avanço na tramitação do Projeto de Lei nº 1.459/2022, apelidado de Pacote do Veneno, que pode facilitar a liberação e a circulação de defensivos agrícolas. Segundo Juliana Santorum, representante da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e pela vida, 720 mil toneladas de ingredientes ativos de agrotóxicos foram comercializadas no Brasil em 2021 e esse número pode aumentar. “Não existe possibilidade de usar o agrotóxico de forma segura, isso é um mito”, afirmou Leomar Daroncho, procurador do Trabalho e membro do Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos do Ministério Público do Trabalho. Os participantes também disseram que o país não conta com uma rede de laboratórios capaz de monitorar a totalidade das substâncias autorizadas. Portanto, não seria possível medir a exposição das pessoas a essas moléculas.  

Impactos na economia

Pedro Luiz Gonçalves Serafim da Silva, subprocurador-geral do Trabalho, afirmou que a lei cearense que proíbe a pulverização aérea é um exemplo para o Brasil. Para ele, os agrotóxicos são um problema não apenas do campo e podem impactar a relação do país com parceiros internacionais. Silva destacou a assimetria entre o Hemisfério Sul e o Hemisfério Norte no que diz respeito ao tema, podendo levar o Brasil a sofrer futuros embargos. Para exemplificar, ele citou a pesquisa de Larissa Mies Bombardi, da Universidade de São Paulo. O levantamento aponta que a legislação brasileira permite 5 mil vezes mais resíduo de glifosato na água potável que a União Europeia: enquanto aqui são tolerados 500 µg/litro, os países da UE limitam esse resíduo a 0,1µg/litro. O glifosato é o agrotóxico mais vendido no Brasil e testes de laboratório com essa substância levaram ratos ao desenvolvimento de tumores, à morte precoce, além de outros efeitos. 

O diretor-executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sintag), Gabriel Colle, defendeu o uso da tecnologia aérea na agricultura, mas disse que é preciso apurar responsabilidades.

– Nosso papel aqui não é defender agrotóxicos, mas defender uma ferramenta, sabendo os desafios que ela tem – afirmou.

Segundo ele, o setor é regulado, envolve cerca de 200 empresas e emprega aproximadamente 5 mil pessoas. Colle sustenta que a aviação é responsável por menos de 10% da aplicação de agrotóxicos e que os casos de deriva que atingem comunidades e outras áreas vulneráveis são exceções.  

Mais atingidos 

Para Adelar Cupsinski, representante da Fian Brasil, trabalhadores rurais, assentados, quilombolas e indígenas seriam os grupos mais afetados pela pulverização aérea de agrotóxicos. “Onde há conflito pela posse da terra, muitas vezes se utilizam os agrotóxicos contra essas comunidades. O (povo) Guarani Kaiowá é um exemplo”, afirmou. Já o procurador do Ministério Público Federal, Marco Antônio Delfino de Almeida, argumentou que o uso indiscriminado de agrotóxicos evidencia o racismo ambiental, isto é, o efeito desproporcional de impactos ambientais sobre populações mais frágeis. 

O produtor agroecológico José Carlos, vítima de pulverização aérea em Nova Santa Rita (RS) entre 2020 e 2021, participou remotamente da audiência. Ele relatou as dificuldades enfrentadas após a deriva do veneno que atingiu casas, aquíferos, pastagens, lavouras, pomares e vegetação nativa. De acordo com ele, os pequenos agricultores que tiveram suas terras contaminadas não puderam vender seus produtos durante dois meses, comprometendo a subsistência das famílias.

– O veneno destrói não só as plantas, destrói a dignidade das pessoas, destrói as perspectivas de futuro das pequenas comunidades – disse. 

Erileide Domingues, professora e líder da comunidade Guyraroká, no Mato Grosso do Sul, se referiu à aplicação aérea como “pulverização de ódio”. Domingues disse que a produção de mandioca, de arroz e de outros alimentos foi comprometida após a aldeia sofrer pulverização irregular de agrotóxicos em 2018, fazendo com que a comunidade se tornasse mais dependente de assistência governamental. “Não tem como dizer que veneno dá vida”, afirmou.

Enquanto aguardam conclusão do julgamento pelo STF, participantes celebraram o voto da ministra Cármen Lúcia, relatora da ação. Para ela, os estados não contrariam a Constituição quando editam “normas mais protetivas à saúde e ao meio ambiente quanto à utilização de agrotóxicos”. O voto foi seguido pelo ministro Edson Facchin. O terceiro a votar será Gilmar Mendes.



Cemitérios recebem visitas guiadas e viram museus a céu aberto

mayo 17, 2023 13:32, por Feed RSS do(a) News

Convictos de que os cemitérios podem ser uma galeria a céu aberto, pesquisadores da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais (Abec) organizaram uma agenda de visitas gratuitas pelo país.

Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro

De dia ou de noite, eles percorrem lugares que causam arrepios em muitas pessoas. Entre túmulos e epitáfios, encontram materiais de valor histórico, artístico e cultural.

Entre túmulos e epitáfios, encontram materiais de valor histórico, artístico e cultural

Convictos de que os cemitérios podem ser uma galeria a céu aberto, pesquisadores da Associação Brasileira de Estudos Cemiteriais (Abec) organizaram uma agenda de visitas gratuitas pelo país. A programação faz parte da 21ª Semana Nacional de Museus, que começou na segunda-feira.

Dois eventos já ocorreram na última sexta-feira, os passeios guiados no Cemitério São Bonifácio, em Curuçá (PA), e no Cemitério do Araçá, na capital paulista. Estão previstos mais 13 eventos, entre os dias 18 e 28 de maio, em Belém, na capital paulista, em  Campinas, Guarulhos, Piracicaba e Jaú, em São Paulo, em Belo Horizonte (MG) e Torres (RS).

No Rio de Janeiro, a visita será no Cemitério São João Batista, no próximo sábado, mediada pelas historiadoras Maria de Fátima Fonseca e Marcia Costa Carneiro, ao lado da pedagoga Isabela Silveira. No cemitério, há um número grande de pessoas famosas sepultadas, como o ex-presidentes Floriano Peixoto, o compositor Tom Jobim e o escritor Carlos Drummond de Andrade. Mas a visita desta vez tem enfoque diferente. O tema é a memória do samba e do carnaval, pensada a partir das desigualdades sociais. 

– A maior parte dos sambistas cariocas foi sepultada em cemitérios da zona norte, uma vez que o São João Batista é historicamente um local de elites. Ali, os poucos negros estão em áreas menos valorizadas. Na nossa visita, dois exemplos são os jazigos de Clementina de Jesus e Donga – explica a historiadora Maria de Fátima. “A proposta é chamar a atenção para os cemitérios como locais de memória e história da cidade. As desigualdades sociais têm reflexos nos espaços cemiteriais, o que nos mostra que nem a morte é igual para todos”. 

Maria de Fátima pesquisa no mestrado os funerais das artistas Carmen Miranda e Clara Nunes. O foco é entender mudanças na perspectiva sobre o luto no século XX e o papel da mídia em estimular a comoção pública. O interesse pelo tema da morte surgiu durante o período mais crítico da pandemia de covid-19. Para ela, foi um jeito de lidar com o próprio medo de morrer. 

– Estudar a morte foi a forma que encontrei não apenas para a temer menos, mas também para valorizar a vida. Quando estudamos a história da morte, percebemos o quanto o tema se tornou tabu na sociedade contemporânea. Foi desnaturalizada, quando na verdade é o reverso da vida. Isso interfere na nossa capacidade de elaborar o luto quando perdemos alguém querido. Sofremos mais e sozinhos.

Explicações para as visitações em cemitérios

O estigma sobre a morte é uma das explicações para as visitações em cemitérios ainda serem vistas com desconfiança no Brasil, de acordo com o historiador Paulo Renato Tot Pinto. Ele é de Piracicaba, integra a diretoria da Abec e estuda o tema da morte na música sertaneja. Paulo entende que o país precisa valorizar mais os cemitérios como espaços museológicos, mesmo que fora dos padrões tradicionais. Ele cita exemplos bem-sucedidos de valorização patrimonial e turística, como o cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, na Argentina, lugar que, paradoxalmente, recebe muitos brasileiros que visitam o país vizinho. 

– Quando você mostra que não é apenas um lugar para sepultar pessoas, mas que lá existem esculturas que foram construídas, entre outras coisas, relações sociais de afeto, elas conseguem entender melhor a cidade dos mortos. Que nada mais é do que um reflexo da cidade dos vivos. Lá você tem ruas, divisões entre o centro e a periferia, a ostentação de materiais. Principalmente quando você analisa sepulturas do século 19 e do início do 20, e vê que as pessoas tentavam se diferenciar socialmente até depois da morte. 

Paulo defende que os cemitérios guardam múltiplas riquezas. Não à toa, a Abec reúne pesquisadores de diversas áreas do conhecimento: história, antropologia, sociologia, pedagogia, arquitetura, geografia e até medicina. Ela foi fundada em 2004, a partir de um encontro que ocorreu na Universidade de São Paulo (USP). Há associados em quase todos os estados do país, em Portugal e nos Estados Unidos. A cada dois anos, eles se encontram para debater sobre esculturas, elementos arquitetônicos, costumes, relações sociais, configuração espacial e outros temas cemiteriais. 

Fomentar uma agenda de estudos e de visitas guiadas ajuda, assim, a manter a vida nos cemitérios. Mais do que a morte física, o que preocupa os pesquisadores é a morte pelo apagamento da memória. 

– Você morre quando é esquecido. Quando você utiliza o cemitério para visitas e passeios, está rememorando e trazendo à vida aquelas pessoas que estão sepultadas ali. Se elas são esquecidas, realmente morrem e somem da história – analisa Paulo Renato Tot. “Você vê nos cemitérios do país muita degradação, muito roubo. Quando você ocupa o espaço, ele entra no olhar do Poder Público de forma diferente. E as pessoas entendem que os roubos que acontecem ali não são dos materiais em si, como o bronze. Mas que foram roubados o patrimônio, a história e uma parte da cidade”. 

Programação de visitas aos cemitérios 

18/5 – Cemitério Santa Izabel – Belém/PA 

19/5 – Cemitério da Saudade – Campinas/SP 

20/5 – Cemitério São João Batista – Rio de Janeiro/RJ  

20/5 – Cemitério São João Batista – Guarulhos/SP 

20/5 – Necrópole de São Paulo – São Paulo/SP 

20/5 – Cemitério da Saudade – Campinas/SP 

21/5 – Cemitério São Judas Tadeu – Guarulhos/SP 

21/5 – Cemitério da Saudade – Campinas/SP 

21/5 – Cemitério Municipal Campo Bonito – Torres/RS 

21/5 – Cemitério da Saudade – Piracicaba/SP 

21/5 – Cemitério da Consolação – São Paulo/SP 

26/5 – Cemitério Ana Rosa de Paulo – Jahu/SP 

28/5 – Cemitério do Bonfim – Belo Horizonte/MG

Para inscrições e mais informações, acesse a conta oficial da Abec no Instagram.



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