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April 3, 2011 21:00 , par Inconnu - | 2 people following this article.
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Mais uma conquista dos neoliberais, golpistas, tucanos e paneleiros

January 14, 2017 12:17, par Feed RSS do(a) News

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Защитники: Quarteto surreal russo dia 23 de fevereiro nos cinemas

January 12, 2017 14:08, par Feed RSS do(a) News

Durante a Guerra Fria, uma organização chamada "Patriotas" criou um esquadrão de super-heróis que incluía diversos membros da União Soviética.

Por anos esses heróis tiveram que esconder suas identidades, mas agora eles terão que se revelar!

#OsGuardiões chega dia 23 de fevereiro (antigo dia do Soldado Soviético, atual dia dos Defensores da Pátria) de 2017 nas telonas russas.

O nome original do filme em russo é Защитники (defensores). Lê-se Zaschitniki...

Защитники (постер фильма)



Chacina como política

January 12, 2017 11:31, par Feed RSS do(a) News

O Secretário da Juventude do Golpe, que defendeu mais chacinas, foi demitido porque falou em público o que os golpistas e seus apoiadores pensam em privado

 

Por Marcelo Zero – de Brasília:

Afinal, este é um governo que, além de ter suprimido a democracia e a soberania popular, instituiu um Estado de Exceção dedicado à repressão feroz aos movimentos populares e estudantis que se opõem ao golpe. Conduzido pelo Ministro da Justiça, o mesmo que negou auxílio ao governo de Roraima, esse Estado de Exceção já propôs até mesmo a tortura como método para desalojar os estudantes que ocupavam as escolas.

O golpe, ao massacrar os direitos sociais, previdenciários e trabalhistas, promoverá a morte entre os mais pobres

O golpe, ao massacrar os direitos sociais, previdenciários e trabalhistas, promoverá a morte entre os mais pobres

Nesse contexto, os direitos humanos só existem realmente para os “homens de bem”, a minoria branca, afluente e bem-nascida da Casa Grande. Os habitantes da nossa “Bélgica”, que bateram panelas e foram às ruas com o apoio das polícias e da mídia.

Para os demais, afrodescendentes, índios, pobres em geral e pessoas que se opõem ao golpe. Resta o braço duro da repressão, as bombas, os cassetetes, a tropa de choque e a cavalaria. Na Senzala, a nossa “Índia”, a questão social voltou a ser caso de polícia. Afinal, para a Casa Grande, não há “santos” na Senzala. Todos são culpados de alguma coisa. Quando menos, de serem pobres.

O golpe liberou e legitimou o fascismo que estava latente em nossa sociedade excludente e desigual. Nossas torturantes tradições foram retomadas plenamente. Transformamos-nos no país do ódio.

Nesse contexto, desejar morte de presos e clamar por mais chacinas é natural. Apenas deve-se ter o cuidado de não dizê-lo de forma aberta, pois quem não tem votos deve se apoiar na aparência de legalidade e civilidade. Como no caso do impeachment sem crime.

Apoiadores

Mas a verdade é que o golpe e seus apoiadores desejam chacinas. Mais do que isso, o golpe veio para promover chacinas. Talvez não as chacinas literais de presos. Mas as chacinas sutis e impessoais das políticas que matam.

O golpe, ao massacrar os direitos sociais, previdenciários e trabalhistas, promoverá a morte entre os mais pobres. O degola dos direitos implicará a degola de pessoas.

Não é exagero; não é especulação. É o que dizem pesquisas sérias feitas em países desenvolvidos.

Em 2013, foi lançado o livro The Body Economic: Why Austerity Kills. Escrita por David Stuckler, especialista em saúde pública com doutorado em Cambridge, e Sanjay Basu, médico com mestrado e doutorado em Yale. A obra mostra os efeitos desastrosos que as políticas neoliberais e de austeridade causam na saúde pública, aumentando sobremaneira as mortes na população mais vulnerável.

Nos EUA, a crise e o desemprego, combinados com a ausência de políticas compensatórias adequadas. Fizeram com que mais de 5 milhões de pessoas perdessem seus seguros de saúde. Calcula-se que, hoje, cerca de 50 mil  norte-americanos morram precocemente a cada ano por causa da ausência de assistência médica.

Além disso, Stuckler e Basu demonstram que as políticas de austeridade aumentaram em 10 mil ao ano o número de suicídios nos EUA e na Europa. Os casos de depressão aumentaram em mais de 1 milhão ao ano. Na Grécia, as infecções por HIV subiram 200%, devidos aos cortes nas políticas de prevenção. O número de suicídios aumentou em 60%.

Austeridade

Em alguns países, como a Rússia, essas políticas de austeridade e neoliberais tiveram efeitos muito mais desastrosos. Com efeito, nesse país, o colapso do comunismo e a implementação de um capitalismo selvagem provocou. Além da ruína econômica, o que ficou conhecido como uma “crise de mortalidade pós-comunista”, de vastas proporções.

A expectativa de vida dos homens russos caiu de 64 anos, em 1991, para apenas 57, em 1994. Foi maior redução de expectativa de vida registrada em tempos de paz em todo o mundo. O mais desconcertante, contudo, foi que esse aumento de mortes se deu, em 90%, entre homens jovens, entre 20 e 39 anos.

A causa? O aumento exponencial do desemprego, que passou de praticamente zero para 25%, fez subir, de forma proporcional, o alcoolismo mórbido, os suicídios, os homicídios e as mortes precoces por problemas cardíacos.

Stuckler afirma que as políticas de austeridade podem ser medidas pelo número de mortes que causam. No caso da Rússia, a “Terapia de Choque Econômico” proposta pelos economistas neoliberais, que desestruturou e privatizou vastos setores da economia soviética, provocou o “desaparecimento” precoce de 10 milhões de homes russos, segundo Stuckler e Basu. Uma grande chacina. Um genocídio.

EUA

Em contraste, Stuckler e Basu argumentam, com base em extensas estatísticas oficiais, que os programas de estímulo econômico salvam vidas. O exemplo mais importante e elucidativo se refere ao New Deal, que os EUA adotaram na Grande Depressão da década de 1930.

Para cada US$ 100 per capita investidos naqueles programas de estímulo econômico, a mortalidade infantil se reduziu em 18 por mil e o número de mortes por pneumonia se reduziu, em números absolutos, em 18 para cada grupo de 100 mil habitantes. Assim, para cada grupo de 1mil crianças nascidas, o New Deal salvou 18 da morte, e, para cada grupo de 100 mil habitantes, o New Deal salvou 18 da morte por pneumonia.

Além disso, o New Deal livrou muita gente do suicídio. Em 1927, a taxa de suicídios nos EUA era de 16 por 100 mil habitantes. Com a Grande Depressão, ela subiu rapidamente para 22 por 100 mil habitantes, em 1933. No entanto, logo após a introdução do New Deal, a taxa de suicídios começou a cair rapidamente e, em 1936, já havia se reduzido para 16 mortes por 100 mil habitantes.

Esses são apenas alguns números. Na verdade, o New Deal salvou a economia americana e, sobretudo, salvou milhões de vidas americanas da fome, da doença e do suicídio. É por isso que Stuckler e Basu afirmam que o New Deal, embora não tenha sido uma política de saúde, foi “o maior programa de saúde pública implantado nos EUA”.

Bolsa Família

Da mesma forma, o Bolsa Família, tão atacado pelos “homens de bem’, reduziu em 19,4% a mortalidade entre crianças de até 5 anos, nos municípios onde tinha alta cobertura, sendo que esta redução foi ainda maior, se consideradas as mortalidades especificas por algumas causas, como desnutrição (65%) e diarreia (53%).

É por isso também que Rudolph Virchow, fundador da medicina social, afirmava que “a “política nada mais é que medicina em grande escala””. Se correta, a política salva muitas vidas. Se equivocada, como a política de austeridade, ela pode matar milhares ou milhões.

Não há dúvida de que a redução dos investimentos em saúde que será invariavelmente ocasionada pela PEC 241/55, combinada com a extinção de direitos previdenciários e trabalhistas, o aumento do desemprego, a redução do salário mínimo, a redução de programas sociais e outras medidas socialmente perversas do golpe vão aumentar muito as taxas de morbidade no Brasil.

Num país como o nosso, ainda muito desigual e com um Estado de Bem Estar incipiente, apesar dos grandes avanços promovidos na era do PT, as consequências da austeridade irracional e contraproducente imposta pelo golpe por 20 anos serão terríveis.

Muita gente morrerá. Perto disso, as chacinas de presos, embora chocantes, são somente pequenas amostras do que vem por aí. A política reacionária do golpe chacinará nossa população mais vulnerável.

É possível que Temer e os demais “homens de bem” do governo golpista não tenham consciência disso. Pode ser que estejam bem-intencionados. Porém, como a própria propaganda do governo reconhece, “gente boa também mata”.

E como! 

Marcelo Zero, é assessor da Liderança do PT no Senado.

O post Chacina como política apareceu primeiro em Jornal Correio do Brasil.



A culpa não é só do mosquito

January 10, 2017 13:31, par Feed RSS do(a) News



No mundo anormal mentira virou pós-verdade

January 9, 2017 16:02, par Feed RSS do(a) News

Onde está a (pós) verdade?

Atribuir a vitória de Trump a Putin é absurdo, mas, de fato, há uma nova dinâmica de “notícias falsas” a ser observada
 
 
Ninian Reid/FlickrCommons
TrumpGoogle e redes sociais criaram novos incentivos para inventar notícias falsas, com o patrocínio de grandes anunciantes e impacto político significativo

De Curitiba a Seul, o ano de 2016 foi rico em espetáculos políticos grotescos em todos os sentidos e todos os continentes, mas nenhum é tão estrambótico quanto o Kremlin ser acusado pela CIA e pelos democratas de ter interferido na eleição presidencial dos Estados Unidos a favor de Donald Trump, difundindo “notícias falsas” e espionando os democratas para vazar e-mails comprometedores.

Exceto, talvez, o próprio eleito dar de ombros e negar credibilidade ao serviço de inteligência que está prestes a dirigir. “São os mesmos que afirmavam que Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa.” 

Com razão, é preciso admitir. Nada melhor para demonstrar a mendacidade da comunidade de inteligência estadunidense do que lembrar o infame episódio no qual Bush filho, Tony Blair e seus respectivos serviços de inteligência forjaram a patranha que serviu de pretexto à invasão e à pilhagem do petróleo do Iraque ao custo de centenas de milhares de vidas, trilhões de dólares e a desestabilização irreversível do Oriente Médio.

Queixar-se da espionagem alheia é ainda mais hipócrita por parte do país que admitiu espionar até chefes de governo e de Estado de países ricos e aliados como Angela Merkel e François Hollande. E absurda do ponto de vista do Hemisfério Sul, onde é notória a interferência da CIA e de fundações estadunidenses nos processos eleitorais, na construção da opinião publicada e na derrubada de governos eleitos.

Entretanto, a noção ganha espaço também na Europa, onde o canal RT (Russia Today) teve suas contas no banco britânico NatWest subitamente encerradas em outubro. O Parlamento Europeu aprovou em novembro, por 304 votos a 179, uma resolução proposta por conservadores tradicionais que, em tom de Guerra Fria, pede a Bruxelas para “responder à guerra de informação movida pela Rússia para distorcer a verdade, provocar dúvidas, dividir a UE e seus parceiros estadunidenses, paralisar o processo de tomada de decisão, desacreditar as instituições e incitar ao medo e à incerteza entre os cidadãos”. 

Quanto aos populismos em ascensão, apesar de seu nacionalismo, festejam os sites russos RT e Sputnik, simpáticos a Vladimir Putin, tanto quanto o estadunidense Breitbart News, de Steve Bannon, decisivo para eleger Trump e prestes a lançar edições francesa e alemã para apoiar as campanhas de Marine Le Pen e Frauke Petry.

Na Itália, o Movimento Cinco Estrelas é acusado pelo BuzzFeed News de construir “uma rede em expansão de sites e contas em redes sociais para espalhar notícias falsas, teorias conspiratórias e histórias pró-Kremlin a milhões”, cujos núcleos seriam o blog pessoal de Beppe Grillo e o site TzeTze, que pertence ao partido. 

Diferentes instituições escolheram como “palavras do ano” post-truth em inglês e postfaktisch em alemão, ambas traduzíveis como “pós-verdade”.  Trata-se de um nome novo para os embustes de sempre, de uma maneira de afetar sofisticação para desqualificar o ponto de vista adversário ou existe de fato alguma tendência nova a justificar o debate?

Papa e Trump

Como insiste o jornalista Glenn Greenwald em polêmicas públicas, “notícias falsas” é um termo tão maleável quanto “terrorismo” e igualmente passível de manipulação retórica. Pode significar desde desinformação consciente até teorias conspiratórias e mesmo informações verdadeiras obtidas de maneira tida como ilegítima, como os vazamentos do WikiLeaks, ou divulgadas de maneira parcial, como também frequentemente fazem as mídias “sérias”.

Falar da mentira como fenômeno político novo e associado a “ideologias exóticas”, como gostavam de dizer os ditadores do regime militar brasileiro, é falso. Antes de existirem sites e redes sociais, embustes eram divulgados pela mídia tradicional e boatos transmitidos boca a boca.

Quem viveu a campanha de 1989 ainda se lembra de como eleitores de classe média acreditavam piamente que Lula ia confiscar suas poupanças e obrigá-los a dividir seus apartamentos com sem-tetos e de como jornais e tevê relacionaram falsamente o sequestro de Abilio Diniz ao PT. A manipulação política dos boatos é tão antiga quanto a própria política, das acusações a Sócrates na Atenas clássica aos Protocolos dos Sábios de Sião do czarismo.

Dito isso, na medida em que o meio é (até certo ponto) a mensagem, há uma novidade. Empresas como Google e o Facebook facilitam a difusão de fraudes e as tornam mais atraentes. Por um lado, pelo ganho simbólico de popularidade nas redes sociais, tanto mais rápido e fácil quanto mais sensacionalistas forem as postagens. Por outro, pela remuneração em dinheiro.

Seus sistemas permitem aos autores dessas publicações embolsar certa quantia a cada clique ou visualização de anúncios a elas vinculados, frequentemente de empresas supostamente respeitáveis que parecem emprestar credibilidade ao conteúdo.

O Washington Post entrevistou um “empreendedor” que diz ter preferido Hillary Clinton, mas tirado 10 mil dólares mensais do AdSense (serviço de publicidade do Google) inventando histórias islamófobas e pró-Trump. Em Veles, cidade de 50 mil habitantes na Macedônia, centenas de adolescentes ganham milhares de euros por mês com o mesmo “trabalho”, com o apoio entusiástico da prefeitura.

Não que democratas, liberais e socialistas sejam imunes a crer em notícias falsas e reproduzi-las sem verificação, mas o fervor, o dogmatismo e o baixo nível cultural fazem dos partidários da direita populista excelentes multiplicadores de qualquer absurdo que pareça confirmar suas crenças. 

Uma pesquisa da Ipsos mostra que 75% das notícias inequivocamente falsas mais notórias na campanha dos EUA foram acreditadas pelos pesquisados. Notícias verdadeiras foram acreditadas apenas um pouco mais: 83% das vezes.

Yoko Ono

O mais surpreendente é que, embora as pessoas acreditem mais em mentiras que confirmem suas ideias, frequentemente as aceitam mesmo quando as contrariam. Uma mistificação segundo a qual um agente que investigava Hillary havia sido encontrado morto foi acreditada por 85% dos republicanos e 52% dos democratas.

Não se sabe o quanto tais notícias influenciaram a eleição, mas é certo que inspiram muitos dos atos de intolerância contra minorias e mulheres pós-eleição e pelo menos um atentado. Em 4 de dezembro, um republicano fanatizado foi preso após disparar contra uma pizzaria em Washington, que, segundo falso boato difundido nas redes, seria sede de uma rede de pedofilia e tráfico de crianças comandada por Hillary e seu chefe de campanha.

A saturação do ambiente digital por fraudes de fato pode ter criado um clima no qual se torna impossível criar consensos sobre a realidade, mesmo quando respaldados pela maior parte da mídia tradicional. Ou pelo menos um ceticismo generalizado quanto ao valor da objetividade.

“É como no colégio, quando torcíamos para o nosso time vencer, mesmo quando era ruim”, disse um torcedor, digo, eleitor de Trump entrevistado pelo Boston Globe. E esse clima é cultivado pelo presidente eleito, para o qual parece irrelevante se suas declarações pelas redes sociais são verificáveis, de “o aquecimento global foi uma fraude inventada pelos chineses” a “eu venci no voto popular se deduzirem os milhões que votaram ilegalmente”.

Viu-se algo assim nos anos 1930, mas a internet permite mais agilidade e torna dispensável o controle totalitário explícito da mídia tradicional, gradualmente relegada à irrelevância enquanto tenta sobreviver à custa de amenidades caça-cliques.

É um fenômeno importante, mas atribuí-lo a Putin pelos rumos dos EUA e Europa é apenas mais uma notícia falsa de tipo mais tradicional e uma tentativa de criar um macarthismo às avessas. E que, ao atribuir-lhe tamanha onipotência, apenas lhe afaga o ego e talvez lhe reforce o prestígio ante russos e aliados. 

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Três grandes desafios sindicais para 2017

January 5, 2017 14:00, par Feed RSS do(a) News

Sindicato Por Clemente Ganz Lúcio 1

A situação atual do país e a prospecção para 2017 indicam que o grau de adversidade continuará muito elevado, com possibilidades reais de mais um ano com recessão, crise política acentuada e conflitos institucionais graves.

O planejamento do DIEESE para 2017 procura responder a este cenário, indicando três grandes prioridades para a atuação no campo de unidade de ação das Centrais Sindicais.

Primeiro, a centralidade do emprego na luta sindical, seja porque é condição para a vida econômica, seja porque o salário é mobilizador da demanda pelo consumo, animador da atividade produtiva das empresas e da capacidade fiscal pela arrecadação tributária. Para que os empregos voltem a ser agenda positiva, a dinâmica econômica deve ser revertida e, nesse aspecto, o fundamental é recuperar a capacidade de investimento do setor público e manter os gastos sociais com grande efeito multiplicador (saúde, educação, transferências sociais, entre outros), assim como mobilizar capacidade de investimento do setor privado. Para isso, a política econômica deve ser orientada para o crescimento com juros baixos e compatíveis com o padrão internacional e para o câmbio posicionado, de modo a valorizar as empresas competitivas. Uma política industrial voltada para a inovação e o incremento da produtividade deve combinar a reestruturação produtiva com preservação e geração de empregos.

A segunda prioridade deve ser o enfrentamento das profundas transformações – e regressões – que as medidas de ajuste fiscal e reformas previdenciárias farão no sistema de seguridade social brasileiro, que materializa o pacto social firmado na Constituição de 1988. Este pacto, além de dar base para a inclusão e proteção social, confere capacidade distributiva capaz de dinamizar o consumo das famílias, especialmente nos territórios mais pobres. A disputa será garantir a sustentabilidade de uma seguridade social de caráter universal para a previdência, assistência e saúde, cujos princípios sejam a igualdade e a equidade, viabilizada por meio de uma reforma tributária distributiva e indutora do desenvolvimento econômico.

A terceira prioridade será a defesa da proteção trabalhista, orientada pela base legislativa que confere o patamar civilizatório do direito coletivo, fortemente mobilizadora da capacidade de negociação coletiva para enfrentar e dar tratamento aos conflitos laborais desde o local de trabalho, com acordos coletivos nacionais e setoriais. A regulamentação de questões como a terceirização, a proteção à saúde e segurança no trabalho, as novas formas de ocupação que se multiplicam no setor de serviços e que também invadem a indústria, o comercio e o trabalho no campo, deve considerar a qualidade do emprego e das relações de trabalho. O sindicalismo terá que se renovar para atuar em um mundo diverso e múltiplo, e, mais do que nunca, terá que atuar de maneira suficientemente unida, pela solidariedade que o princípio da igualdade cimenta.

Essas três prioridades, (a) emprego, crescimento econômico e reestruturação produtiva, (b) previdência e seguridade social, (c) legislação trabalhista e negociação coletiva orientarão o trabalho do DIEESE para subsidiar o movimento sindical para as grandes lutas em 2017.

1 Diretor técnico do DIEESE.



Previdência social, ajuste fiscal e projeto nacional de desenvolvimento

January 5, 2017 14:00, par Feed RSS do(a) News

Previdenciaemreforma Por Clemente Ganz Lúcio 1

A crise econômica continua extremamente grave. O país vai encarar o segundo tombo recessivo, com uma queda do PIB superior a -3,0%, em 2016, e com riscos de, em 2017, a economia permanecer paralisada. A crise política se agrava, com riscos para a democracia. O momento exige prioridade máxima para ações que visem tirar o país da crise, com retomada do crescimento econômico.

Contudo, a estratégia do governo federal está orientada pelo encaminhamento de amplo e profundo projeto de ajuste fiscal que reduzirá, em médio prazo e de maneira progressiva, o tamanho do Estado. Essa iniciativa tem como base a grave crise fiscal, motivada pelo desequilíbrio entre receita em queda e despesas que, em algumas situações, crescem. Esse problema se espalha para estados e municípios e estes, cada vez mais, decretam estado de calamidade financeira. Consequência: todos caminham para promover ajustes fiscais severos.

A situação requer ajustes fiscais, sim. De um lado, ajustes que visem ampliar as receitas tributárias, rever as desonerações. De outro, que permitam cuidadosa revisão dos gastos, incluindo os custos da dívida pública e as absurdas despesas com juros. Demandará também um debate profundo e qualificado, que resulte em muitas medidas ousadas e radicais, que promovam amplo investimento público em infraestrutura econômica e social e gastos com impactos multiplicadores sobre o crescimento.

Nessa semana, as Centrais Sindicais foram convidadas para reunião com o presidente da República, Michel Temer, e ministros, ocasião em que foi feito o comunicado sobre o envio do projeto de reforma da previdência social e sobre a forma como será feito o debate sobre a questão, ou seja, no Congresso Nacional.

Todas as Centrais Sindicais presentes manifestaram compromisso com a sustentabilidade da previdência e seguridade social e com o pleno e universal acesso de todos os trabalhadores aos benefícios. Renovaram o conjunto de propostas já apresentadas ao governo. Essas propostas estão reunidas e sistematizadas na Nota Técnica 163 “Propostas das Centrais Sindicais para a reforma da Previdência Social”, elaborada pelo DIEESE (http://www.dieese.org.br/notatecnica/2016/notaTec163Previdencia.pdf).

O debate está aberto. Já no dia seguinte a esse encontro, as Centrais estiveram com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, a fim de construir um compromisso de cuidadoso e amplo debate sobre a questão da previdência. Há, pela frente, longa jornada de luta, debate, mobilização e negociação.

O ajuste fiscal e a reforma da previdência, como tantas outras inciativas em curso no Executivo ou Legislativo, precisam estar articulados e devem ser orientados por um projeto de futuro para o país. Todas as iniciativas precisam ser orientadas para a construção do desenvolvimento econômico, social, político e cultural do Brasil, em liberdade e na democracia. As reformas devem promover transformações que materializem as condições e situações objetivas para se desenhar um pais a partir de um projeto nacional de desenvolvimento, que estimule ampla e crescente base produtiva industrial, de serviço, de comércio e agricultura, que coopere com o mundo, que tenha profundo compromisso com o meio ambiente, a igualdade, a justiça e a paz.

Esse projeto nacional de desenvolvimento, base para todas as reformas, deve mobilizar a todos, reunir a energia dos mais de 200 milhões de brasileiros para, coordenados por um Estado forte e dinâmico, articular todo o setor produtivo para uma grande obra: a construção de um Brasil justo e desenvolvido.

Sacrifícios todos terão que fazer, cada um com sua capacidade real, de força humana e riqueza disponível. As instituições precisam se colocar como agentes desse processo, recepcionando mudanças que apoiem as transformações que a sociedade exige e precisa. O projeto nacional de desenvolvimento é uma utopia realizável, que tornam os sacríficos da transição suportáveis.

Reformas para avançar na direção de crescimento com desenvolvimento e mais igualdade. É o que deve nos unir.

1 Diretor técnico do DIEESE.



Inflação segue em alta e desmente propaganda enganosa do governo golpista

January 3, 2017 16:06, par Feed RSS do(a) News

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